Rui Santos avança para a presidência do Sporting de Abrantes. Foto: mediotejo.net

O Sporting de Abrantes (SCA) tem eleições antecipadas para dia 2 de setembro, com os presidentes demissionários da Direção e do Conselho Fiscal do SCA a acusarem o presidente da Assembleia Geral de “usurpação do poder”, de “património”, e de ter “retido dinheiro do clube de forma abusiva”, além de “fazer cair” a Direção com o objetivo de “provocar eleições” para apresentar uma lista liderada por si.

As acusações são contundentes e constam de dois comunicados enviados à nossa redação por José Belém, presidente da Direção do SCA, e por António Pereira, presidente do Conselho Fiscal, que explanam a realidade vivida no clube desde a tomada de posse, há cerca de seis meses, e os motivos que levaram os dois dirigentes a pedir a demissão dos cargos.

José Belém, que não confirma uma eventual recandidatura, afirma que o pedido de demissão decorreu por “força das circunstâncias”, falando em “jogos sujos, ameaças (..) mau estar e manipulação de praticamente todos os elementos da direção, usurpação de funções, usurpação de património do clube, resolução de contratos que só à direção compete exercer, até à movimentação de conta bancária por ser (ou serem) detentores do respetivo cartão de crédito. Tudo isto está a acontecer à margem da direção”, relatou. (ver comunicado mais à frente).

António Pereira, presidente do Conselho Fiscal, disse, por sua vez, que Rui Santos, o presidente da Assembleia Geral, “concentrou em si e reteve em seu poder toda a documentação, computador e cartão multibanco do Clube, assinou abusivamente contratos e filiações em associações, e ao longo deste tempo sempre geriu os recebimentos e pagamentos do Clube, tendo inclusivamente de forma abusiva retido dinheiro do Clube, e conforme documentos em meu poder, efetuou levantamentos no Multibanco e compras particulares”.

“Concluo, pois, que, desde início, o Sr Rui Baptista dos Santos sempre teve o intuito de, apesar do seu cargo ser o de Presidente da Mesa da Assembleia Geral, controlar o Clube e, extravasando as suas funções, gerir o Sporting Clube de Abrantes, usurpando as funções do Presidente da Direção”, disse António Pereira, justificando de seguida o seu pedido de demissão.

“Dado que não pactuo com irregularidades e me foram ocultados documentos e informações, concluí não estarem reunidas as condições para o desempenho cabal das minhas funções em defesa do Sporting Clube de Abrantes e consequentemente dos seus sócios, e apresentei o meu pedido de demissão do cargo que ocupava no Conselho Fiscal, depois de ter dado conhecimento aos restantes membros do Conselho Fiscal”, disse António Pereira, em comunicado, e que pode ler na íntegra mais abaixo.

Rui Santos é candidato a presidente do Sporting de Abrantes? “Não confirmo nem desminto”

Seis meses depois da nova equipa diretiva do Sporting Clube de Abrantes (SCA), presidida por José Belém, ter tomado posse, e após um impasse diretivo que se arrastava desde 2019, eis que o centenário clube tem toda a direção demissionária, presidente do Conselho Fiscal incluído, e vai novamente para eleições. A confirmação foi dada no dia 23 de agosto por Rui Santos, presidente da Assembleia Geral, e único orgão que se mantém em plenas funções.

“É verdade, confirmo que as eleições estão marcadas para dia 2 de setembro e que a toda a direção, incluindo o seu presidente, a par do presidente do Conselho Fiscal, estão demissionários”, disse Rui Santos ao mediotejo.net tendo indicado que a atualização dos estatutos, que eram os mesmos desde a data da fundação do SCA, levou a uma “mudança na orgânica” dos corpos sociais. Todavia, referiu, não foi por isso que os dirigentes se demitiram de funções, avançou, não tendo detalhado os motivos da crise instalada.

Até à data das eleições toda a gestão do clube é assegurada pela Assembleia Geral, na pessoa do seu presidente, que afiançou que o clube não vai cair num vazio diretivo, não tendo confirmado, no entanto, se será candidato à liderança do SCA.

“Não confirmo nem desminto mas uma coisa é certa. Não vou deixar que o clube fique sem timoneiro”, garantiu, na ocasião.

ÁUDIO | RUI SANTOS, PRESIDENTE ASSEMBLEIA GERAL DO SCA
Rui Santos (à esq), José Belém (ao centro) e António Pereira (à dirtª) na tomada de posse em março de 2023. Foto: mediotejo.net

O mediotejo.net contactou no dia 23 de agosto José Belém, presidente da direção em exercício, que confirmou o pedido de demissão “por força das circunstâncias”, motivos que não quis, na ocasião, detalhar, remetendo esclarecimentos para um posterior comunicado, que chegou a 24 de agosto, e onde explica as razões que originaram a demissão de toda a direção.

As eleições estão marcadas para dia 2 de setembro, às 15h00, podendo as listas concorrentes ser entregues até dia 31 de agosto, segundo a convocatória da Assembleia Geral do SCA, que conta com um único ponto na Ordem de Trabalhos: A eleição dos corpos sociais do SCA.

Comunicados na íntegra dos presidentes demissionários do SCA:

José Belém, presidente da direção do SCA:

“Caros sócios e amigos

O nosso clube, aquele que nos (me) fez avançar para que não morresse no esquecimento dos abrantinos, está igual ao que estava na véspera das eleições e pior do que estava no dia seguinte à tomada de posse da direção ainda em exercício.

Esta é a triste realidade.  E é com grande mágoa que o digo porque, pessoalmente, foi uma facada nas costas que me deram. E, acreditem, que doeu. Confiei em quem já sabia que não devia confiar. Não admito traições (até posso disfarçar, às vezes com gestos de “simpatia fingida” porque sou assim) mas não admito, de todo. Até me dá um certo gozo, gozar com os que gozam comigo.

No início, fui ingénuo, sim! Já devia ter aprendido com os erros do meu passado e com o passado daqueles que incluí na lista. Mas, na verdade, naquele momento não houve outra hipótese. Levei mais de 50 negas, cada um com os seus motivos e as suas desculpas e estávamos na véspera de entregar a lista. Por isso digo que também os sportinguistas abrantinos têm uma certa cota de culpa do que está a acontecer porque os verdadeiros sportinguistas nunca se chegaram à frente: deixaram-me sozinho e com a criança nas mãos.

Mas assumo. O maior culpado sou eu – não fujo nem viro a cara e, por isso, estou a decidir não me envolver (POR AGORA) numa missão que – praticamente nem cheguei a começar.

Abrantes e os abrantinos (sportinguistas ou não) têm o direito a ter um Sporting Clube de Abrantes sério, honesto e assumidamente um verdadeiro baluarte associativo: sem esquemas nem jogos de poder (que é o que está a acontecer). Não vim para o Sporting para subir na vida, muito menos a troco de pisar outros para me revelar como pessoa: todos aqui já me conhecem há anos e a ingenuidade é o meu pior defeito (há quem lhe chame virtude). Fui ingénuo (repito) mas nunca usei trampolins para o que quer que fosse.

Dei a cara quando ninguém o fez. Se mereço? Talvez, porque me deixei levar por cantigas de embalar quando a minha idade já me deu provas de que deveria ser mais inteligente (com a minha idade, já não vou com cantigas de embalar) e saber dizer não quando assim tem que ser.

Porém (e para já) os espertos estão na frente! Com jogos sujos, ameaças (inclusive a diretores de outras associações que têm tanta ou mais legitimidade do que nós para desenvolver o seu excelente trabalho), mau estar e manipulação de praticamente todos os elementos da direção, usurpação de funções, usurpação de património do clube, resolução de contratos que só à direção compete exercer, até à movimentação de conta bancária por ser (ou serem) detentores do respectivo cartão de crédito. Tudo isto está a acontecer à margem da direção.

Como referi, por sua influência direta, “minou” praticamente toda a direção do clube, dos quais recebi informação da sua demissão, um a um, no no mesmo dia e no espaço de 20 minutos: COINCIDÊNCIA, NÃO ACHAM? Claro que não! O “esquema” estava montado desde o início. Os sorrisos nas fotos no dia da eleição, no aniversário, no jantar do centenário e em todas as outras… não passaram de esquemas já planeados desde o início. Infelizmente.

A secção de Ténis de Mesa, cujos atletas vieram ter connosco para os ajudar a formar e dar apoio – uma das secções emblemáticas do Sporting Clube de Abrantes e que acolhemos de imediato e de braços abertos – foi destruída pelo ego dessa personagem. Eu, presidente da direção, fui ocultado de quase tudo e, mesmo com os poderes condicionados, ainda tentei segurar. Alguns desses atletas foram ameaçados por quererem sair em desacordo com essa pessoa: ainda hoje são perseguidos e ameaçados.

O Atletismo (felizmente) está bem de saúde porque não houve divergências de maior, mas, mesmo assim, algumas situações foram ocorrendo sem meu conhecimento e consentimento (tendo, inclusive, sido alertado “para não me meter” num assunto do qual pedi esclarecimento): ficaram por cumprir algumas promessas feitas pela minha pessoa aos pais dos atletas, na semana seguinte à eleição da (ainda) actual direcção. E as promessas são para cumprir! Não estou esquecido!

Nunca foi possível restabelecer a modalidade de xadrez, por factores vários e que, de facto, são um pouco alheios a isto tudo.

Os sócios, ainda hoje não têm nenhum documento de que o são, nem cartão, nem respectiva. De quem é a culpa? É óbvio de que é do presidente. Só que o presidente nunca teve acesso à listagem completa dos associados por não os ter em seu poder.

Vem agora, o Sr. Presidente da Assembleia Geral do Sporting Clube de Abrantes (sim, é dele que tenho vindo a falar) – cuspir para o ar e no prato de onde comeu -, descartar-se de toda a culpa, acusando a minha pessoa, quando é ele o pior culpado desta situação (só mesmo quem não o conhece na sociedade abrantina é que nele pode acreditar). Chega a ser ridícula a sua postura, quando, em entrevista ao vosso órgão de comunicação social, vem mencionar que “gostou de ajudar” e que “não confirma nem desmente” uma eventual candidatura ao cargo de presidente da direção, quando é essa a sua intenção, desde quando (numa mesa de café e no último dia antes de apresentar lista) se ofereceu para o lugar que veio a ocupar – bem vistas as coisas, ocupou os lugares todos, tornando-se um autêntico DDT (“dono disto tudo”).

Se fosse “homem” não se candidataria, porque fez difícil o que poderia ter sido fácil, se não tivesse tomado conta do clube, em todas as suas funções. Mas era essa a sua intenção desde o início, pelo que já sabemos que será candidato a dar cabo do nosso clube, como dono e senhor do mesmo.

Quanto a mim, irei ponderar e decidirei em tempo útil uma eventual recandidatura (sempre disse que apenas faria um mandato desde que o Sporting Clube de Abrantes ficasse com contas limpas e a situação normalizada). Sei que os abrantinos (com toda a legitimidade) estão descontentes com tudo o que se está a passar. Não fujo das minhas responsabilidades, mas (desculpem-me) há mais vida e prioridades no meu dia a dia: irei repensar em tempo útil.

Fico constrangido (e assumo a minha culpabilidade) com a situação que o clube está a passar agora. Estou demasiado comprometido com os sócios por não ter cumprido os meus deveres. Estou arrependido por ter avançado, com quem avancei.

Para terminar, espero que os sócios do grande e centenário Sporting Clube de Abrantes saibam, no dia 2 de Setembro, discernir e votar em consciência e que colaborarem activamente no futuro do clube. Apareçam em massa. É que o Sporting Clube de Abrantes não é meu, não é do “DDT”, nem de ninguém. O Sporting Clube de Abrantes é todo vosso. O Sporting Clube de Abrantes precisa de gente séria e honesta. O Sporting Clube de Abrantes não pode viver de hipócritas e de gente com sorriso falso. Somos sérios e assim seremos. Sempre.

Acredito que Abrantes sabe disso.

Viva o Sporting Clube de Abrantes.

Saudações leoninas e desportivas.

Abraço a todos.

José Belém

(Presidente da Direção demissionário do Sporting Clube de Abrantes)”.

Também o presidente do Conselho Fiscal demissionário, António José Pereira, fez chegar ao nosso jornal a sua posição pública sobre o tema, em críticas alinhadas com o presidente da direção, e que transcrevemos na íntegra:

“ESCLARECIMENTO:

Tomei hoje conhecimento de declarações prestadas pelo presidente da Mesa da Assembleia Geral do Sporting Clube de Abrantes ao orgão de comunicação social mediotejo.net

Porque importa que a verdade dos factos seja conhecida, quer pelos sócios do Sporting Clube de Abrantes quer pelos abrantinos, sinto-me na obrigação de prestar alguns esclarecimentos sobre o porquê da minha renúncia ao cargo de presidente do Conselho Fiscal.

O meu pedido de demissão do cargo de Presidente do Conselho Fiscal, apresentado ao Presidente da Mesa da Assembleia Geral do Sporting Clube de Abrantes, e entregue por email na manhã da assembleia geral extraordinária realizada em 29 de Julho de 2023, deve-se aos seguintes factos:

Tendo decorrido à altura, mais de quatro meses sobre a tomada de posse dos órgãos sociais, tive a noção de que Clube não estava a funcionar de acordo com os Estatutos, quer em termos diretivos quer em termos administrativos.

Aliás, no final da semana anterior ao meu pedido de demissão, fomos confrontados com a demissão de quase todos os membros da Direção, o que reforçou as minhas preocupações.

Mas passemos aos factos:

No âmbito das minhas competências, solicitei ao Clube, por email de 13 de Junho de 2023, diversos elementos para apreciação e posterior reunião com os restantes membros do Conselho Fiscal.

Dando satisfação a esta minha solicitação respondeu-me não, como seria de esperar, o Presidente da Direção mas sim o Sr Rui Baptista dos Santos (Presidente da Mesa da Assembleia Geral) com um email enviando os Estatutos em vigor e outro com a lista de sócios (incompleta), tendo o resto das questões ficado sem resposta.

As questões sem resposta foram diversas entre elas a entrega dos extratos bancários da conta do Clube.

Em face da falta de elementos disponíveis e de algumas averiguações concluí o seguinte:

1 – A Direção do Sporting Clube de Abrantes não vinha a gerir o Clube de acordo com os Estatutos e as normas devidas, em grande parte por desconhecimento e “inocência“ da parte do seu Presidente.

2 – O Sr Rui Baptista dos Santos, apesar de ser o presidente da Mesa da Assembleia Geral, concentrou em si e reteve em seu poder toda a documentação, computador e cartão multibanco do Clube, assinou abusivamente contratos e filiações em associações, e ao longo deste tempo sempre geriu os recebimentos e pagamentos do Clube, tendo inclusivamente de forma abusiva retido dinheiro do Clube, e conforme documentos em meu poder, efectuou levantamentos no Multibanco e compras particulares cujos valores posteriormente repôs através de transferência MBWay originárias na sua conta pessoal.

3 – No que se refere ao recebimento de quotas em numerário, o Sr Rui Baptista dos Santos reteve e transferiu posteriormente alguns valores via MBWay existindo ainda à data da minha demissão valores retidos na sua posse (não depositados na conta do clube). Aliás, neste período, nunca foi depositado um único valor em numerário na conta do SCA.

4 – Nunca foram actualizados os corpos sociais junto do banco, pelo que a conta do SCA tem sido movimentada irregularmente.

Ao relatado acresce ainda:

Depois de questionar o Presidente da Direção sobre o porquê das situações irregulares acima referidas, e nomeadamente do porquê de ser o Sr Rui Baptista dos Santos a responder às minhas questões, fui esclarecido de que logo no dia da tomada de posse o Sr Rui Baptista dos Santos se prontificou junto dele a ajudar e ficou na sua posse com toda a documentação e cartão Multibanco entregues pela Comisssão Administrativa que esteve à frente do Sporting Clube de Abrantes.

No que se refere às contas do Jantar do Centenário, constato que existe um diferencial enorme entre o valor pago ao restaurante e os valores depositados referentes aos pagamentos dos participantes. Tal indicia que ou nem todos pagaram ou alguém tem o dinheiro restante.

O ficheiro de sócios que me foi facultado não inclui todos os novos sócios, inclusivamente alguns que pagaram quotas em numerário, não tendo sido atribuídos números aos novos sócios nem emitido qualquer recibo referente às quotas que pagaram, algumas delas em numerário.

Neste período não foi emitido qualquer recibo pelo SCA relativo aos recebimentos efectuados, nem efectuado qualquer registo contabilístico, tendo ainda eu conhecimento de incumprimento de obrigações fiscais que implicam coimas para o SCA.

Também existem valores pagos em numerário por membros da secção de ténis de mesa, e dos quais não há depósito.

Tive ainda conhecimento que o Sr Rui Baptista dos Santos desenvolveu contactos no sentido de fazer cair a Direção do Sporting Clube de Abrantes, provocando eleições às quais se apresentaria como candidato a Presidente da Direção, com uma lista liderada por si. Para atingir esse objectivo precipitou uma alteração aos Estatutos, à qual tive oportunidade de lhe manifestar o meu desacordo dado que não existia qualquer urgência na sua revisão, e consequentemente obrigar a eleições antecipadas.

Concluo pois, que desde início o Sr Rui Baptista dos Santos sempre teve o intuito de, apesar do seu cargo ser o de Presidente da Mesa da Assembleia Geral, controlar o Clube e extravasando as suas funções gerir o Sporting Clube de Abrantes, usurpando as funções do Presidente da Direção.

Tais factos revelam uma total falta de respeito pelo Clube e seus Estatutos e pelos Sócios, usando o Clube no intuito de obter protagonismo e benefício pessoal.

Mais esclareço que no dia 24 de Junho de 2023, e a meu pedido, foi realizada uma reunião entre os presidentes da Direção, da Mesa da Assembleia-Geral e do Conselho Fiscal, com vista à normalização das situações irregulares, confrontando o Sr Rui Baptista dos Santos com as situações acima referidas.

Não houve por parte deste vontade de se remeter ao seu papel de Presidente da Mesa da Assembleia Geral, e apesar de lhe ter sido solicitado a entrega do cartão Multibanco, computador e toda a documentação do Clube em seu poder, não o fez.

Posteriormente, em 13 de Julho de 2023, solicitei por mail ao Presidente e ao Tesoureiro os balancetes trimetrais de acordo com os artos 28º nº 3 e 32º nº 2, para o qual não obtive resposta.

Em face da falta de resposta, reencaminhei em 18 de Julho de 2023 o email para os emails particulares de cada um deles e apenas obtive resposta do Presidente da Direção justificando-se pela falta de entrega dos documentos solicitados. A resposta do tesoureiro foi o seu pedido de demissão.

Dado que não pactuo com irregularidades e me foram ocultados documentos e informações, concluí não estarem reunidas as condições para o desempenho cabal das minhas funções em defesa do Sporting Clube de Abrantes e consequentemente dos seus sócios, e apresentei o meu pedido de demissão do cargo que ocupava no Conselho Fiscal, depois de ter dado conhecimento aos restantes membros do Conselho Fiscal.

O sr Rui Baptista dos Santos disse na entrevista que deu “gostei muito de ajudar“, mas sinceramente, ajudas como as dele, o Sporting Clube de Abrantes ou qualquer outra associação dispensa.

Não posso terminar sem deixar uma palavra aos sócios do Sporting Clube de Abrantes, numa altura em que se aproximam eleições para os seus orgãos sociais.

Para eles o meu pedido de empenho na continuidade do Clube, participando e não deixando que oportunismos e necessidades de protagonismo pessoal, se sirvam do Sporting Clube de Abrantes.

O tempo é curto, mas organizem-se e apresentem uma lista de sócios que se disponham a servir o Clube e neste ano de Centenário o dignifiquem.

Viva o Sporting Clube de Abrantes

Abrantes, 24 de Agosto de 2023

António José Pereira“.

Em ano de centenário, nova direção apontou ao relançar do clube na tomada de posse

Em ano de comemorações do seu centenário, o histórico clube abrantino ultrapassou em março deste ano um impasse diretivo que se arrastava desde 2019, tendo José Belém, na tomada de posse, apontado baterias ao programa de centenário e ao relançar do clube, com a inclusão de novas modalidades e dinâmica desportiva.

Na cerimónia de tomada de posse dos novos órgãos sociais, no dia 5 de março de 2023, estiveram presentes Luís Dias, vereador do desporto do município, e Nuno Gomes, assessor para o mesmo pelouro. Numa sala composta por cerca de meia centena de sócios e adeptos, usaram da palavra os novos presidentes da Assembleia Geral e da Direção bem como o vereador da Câmara de Abrantes.

As palavras de circunstância foram todas no sentido de apelar à união no clube, que assim sai de uma das maiores crises diretivas da sua vida, e que completou 100 anos no 18 de maio de 2023.

Sporting Clube de Abrantes assinalou 100 anos no dia 18 de maio tendo a nova equipa diretiva tomado posse no dia 5 de março de 2023. Foto: SCA

O Sporting Clube de Abrantes foi fundado a 18 de maio de 1923, sendo a Filial nº 7 do Sporting Clube de Portugal. Teve origem no Grupo Recreativo Operário Abrantino, clube com poucos anos de existência e que, por intermédio do sócio José Carlos Certã, se filiou no Sporting, mudando o nome para “Sporting Clube de Abrantes”.

O passado do clube quase centenário foi marcado por diversas modalidades em que se incluem o futebol, futsal, basquetebol, atletismo, xadrez e ténis de mesa. Atualmente o SCA conta com a modalidade de atletismo, onde Susana Estriga treina os jovens desde a época 2009/2010, tendo alargado ao ténis de mesa.

A experiência de trabalho nas rádios locais despertaram-no para a importância do exercício de um jornalismo de proximidade, qual espírito irrequieto que se apazigua ao dar voz às histórias das gentes, a dar conta dos seus receios e derrotas, mas também das suas alegrias e vitórias. A vida tem outro sentido a ver e a perguntar, a querer saber, ouvir e informar, levando o microfone até ao último habitante da aldeia que resiste.

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