Faz um mês que os municípios de Abrantes, Constância e Sardoal, conjuntamente com a PRIMEIRA AULA DE MÚSICA se associaram em redor do projeto de intercâmbio Portugal – Brasil, tendo em vista a presença no nosso território da Banda Filarmónica de Itajaí, do Brasil e o qual envolveu mais três bandas filarmónicas do nosso território.

A Associação Filarmónica Montalvense 24 de Janeiro, a Filarmónica União Sardoalense e a Sociedade Instrução Musical Rossiense, no âmbito de um intercâmbio que envolveu um leque variado de atividades, sendo de destacar os concertos didáticos destinados à comunidade escolar, workshops de percussão e dança, workshops de pintura (esteve presente o pintor e artista plástico itajaiense Walmir Binhotti), workshops de instrumentos de sopros de metal e percussão, além de palestras direcionadas aos agentes educativos, autarcas e demais parceiros da comunidade educativa de cada localidade envolvida no projeto, proferidas pela Dra. e professora Elisabete Laurindo (diretora técnica do gabinete de apoio ao educando de Itajaí).

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Maestro José Miguel Vitória Rodrigues

Esta iniciativa foi resultado da parceria entre os maestros Luis Alberto Martins de Freitas, de Itajaí, e do maestro abrantino José Miguel Vitória Rodrigues, que já esteve no Brasil, mais propriamente na cidade de Itajaí, por dois anos consecutivos (2014 e 2015) para ministrar cursos de aperfeiçoamento profissional aos docentes do município de Itajaí, que desenvolvem a sua atividade em redor do ensino da música, desde a tenra idade.

Foram sem dúvida dez dias magníficos, de uma riqueza cultural, musical e social extraordinária, nos quais as comunidades locais, músicos, técnicos e demais envolvidos tiveram a oportunidade de trocar, experienciar, vivenciar experiências fantásticas, destacando sobretudo o que aconteceu ao nível das diversas comunidades escolares, onde os alunos dos agrupamentos de escolas de Sardoal e Constância, e Abrantes (EPDRA, sedes dos agrupamento de escolas númeross: 1 e 2), tiveram a oportunidade de assistir a concertos a si dedicados e a oportunidade de conhecer in loco o que é uma banda filarmónica, verificar quais as semelhanças e diferenças entre as nossas bandas filarmónicas e uma banda estrangeira, de verificar ainda a instrumentação da banda (composta por instrumentos sopros de metal e percussão, com a inclusão de um corpo coreográfico que também atua em desfile), além dos concertos didáticos a banda também apresentou às diversas comunidades escolares envolvidas, uma forma diferente do tradicional desfile das nossas filarmónicas, sendo uma forma em que os músicos respiram vida, alegria e essencialmente transparecem isso para o público, através da interpretação de um vasto repertório que vai além das tradicionais marchas de rua que caraterizam a nossa tradição europeia.

Sem dúvida um intercâmbio riquíssimo para o nosso território, onde o ensino da música necessita de ser mais valorizado, mais efetivo, não nos dedicarmos apenas a ter a nossa escola de música enquanto “ilha”, para ser mantida para não acabar, ou só porque é um marco histórico da localidade onde está inserida, é necessário mais, é imperativo alargar horizontes ao nível das estratégias e métodos de ensino e motivacionais utilizados, é importante as instituições estarem dotadas de técnicos especializados e que estes se possam identificar com o trabalho a desenvolver (FAZER MÚSICA NÃO É SÓ TENTAR CANTAR A CANÇÃO! É MUITO MAIS QUE ISSO).

O ponto é só um: é importantíssimo que o ensino da música seja estabelecido desde o berço, dotando a criança de vivências musicais que possam ir além do papel desenvolvido pela família, provocando na criança um “DESPERTAR PARA A MÚSICA” e neste âmbito torna-se necessário desenvolver um trabalho mais efetivo no nosso território, o qual, a espaços, vai dando um ar da sua graça, mas é preciso muito mais, do que a intenção. Um dos objetivos do projeto PRIMEIRA AULA DE MÚSICA é proporcionar isso mesmo através das suas valências, um despertar de sensibilidades artísticas/musicais que possam alertar crianças, famílias, agentes educativos, para a importância da música no desenvolvimento do ser humano e alienando o mesmo ao seu percurso académico.

Nada do que foi desenvolvido no nosso território teria sido possível se não tivesse existido o máximo empenho e dedicação de todos os envolvidos, desde os municípios e as suas equipas, as equipas dos agrupamentos de escolas, a colaboração do núcleo militar de Abrantes, os diversos órgãos de comunicação social, membros da equipa PRIMEIRA AULA DE MÚSICA, bandas filarmónicas envolvidas, direções e os seus maestros, daí um agradecimento especial a todos eles, no entanto referir que tudo isto comprova que é possível trabalharmos em projetos artísticos de parceria, estimulando positivamente os nossos jovens músicos, valorizando socialmente e culturalmente as nossas comunidades.

É POSSÍVEL! VAMOS CONTINUAR? ESSE É O OBJETIVO. QUANDO É O PRÓXIMO? As dificuldades existem, sobretudo as financeiras, logísticas, entre outras, mas juntos, e com a conjugação de esforços, talvez seja possível colmatar algumas delas e potencializar ainda mais o que já existe, alargando os horizontes já mencionados, colocando-nos juntos, ao nível do que se faz noutras realidades, noutros países e noutros continentes.

O intercâmbio social, cultural e musical Portugal – Brasil, teve o seu apogeu máximo, no passado dia 27 de setembro onde todos se juntaram para a realização de um momento único, fantástico, extraordinário, sublime, em redor da SOCIEDADE, da SOCIALIZAÇÃO, da CULTURALIDADE e INTERCULTURALIDADE e da MÚSICA, a arte ficou para último, é verdade, mas os últimos são sempre os primeiros, pois, a partir da MÚSICA é possível unirmos esforços, povos e os seus amantes, nisto a Filarmonia é um exemplo máximo, pois, consegue congregar ao seu redor tudo o que é necessário para a valorização do ser humano enquanto pessoa, enquanto entidade social e enquanto embaixador cultural.

Foi um dia marcante, para recordar… um dia que começou bem cedo para todas as instituições envolvidas: quatro bandas filarmónicas, quatro municípios, cinco maestros; pela primeira vez no nosso território foi possível quatro bandas filarmónicas reunirem-se em ensaio a um domingo de manhã para a preparação da interpretação de duas obras musicais conjuntas (AQUAPOLIS e SIMR da autoria de José Miguel Vitória Rodrigues), dirigidas pelo próprio compositor, duas obras originais escritas para banda filarmónica, com uma orquestração arrojada, o objetivo deste ensaio foi sem sombra dúvida alguma um momento ímpar na história de vida de cada um dos músicos, das suas instituições musicais e demais entidades presentes, pois, 170 juntaram-se para tocar, fazer e partilhar a Música enquanto arte.

Foi muito muito bonito. Ao longo do dia vários foram vários os sentimentos vívidos, no entanto tudo se pode resumir a uma palavra já utilizada “Fantástico”. Todos deram o seu melhor, todos mostraram o que sabem fazer em prol da Música e essencialmente todos aprenderam com todos. Uma palavra para o público presente, MUITO OBRIGADO, pela presença de todos e essencialmente por ajudarem a valorizar o nosso património social, cultural e social. A MÚSICA é por mim considerada como uma arte unificadora, não se dissociando esta das outras artes, por isso, neste dia a música filarmónica também se juntou à pintura estando esta representada por dois artistas extraordinários, um deles da nossa praça cultural Massimo Espósito (o qual pintou o Aquapolis) e Walmir Binhotti, artista plástico brasileiro que em 7 minutos nos presentiou com a sua técnica sublime ao som de Novena Rapsody for Band da autoria de James Swearingen, compositor norte-americano.

OBRIGADO POR ACREDITAREM!

HÁ QUE CONTINUAR A TRILHAR O CAMINHO QUE POSSA DAR CONTINUIDADE A NOVOS HORIZONTES EM REDOR DA MÚSICA QUE SE FAZ NO NOSSO TERRITÓRIO.

O maestro José Miguel Rodrigues escreveu a convite de Sónia Pedro, presidente da direção da Médio Tejo Criativo

 

Presidente da Associação Médio Tejo Criativo, Sónia Maria de Matos Pedro é licenciada em Antropologia - Ramo Antropologia Social e Cultural pela Universidade de Coimbra - Faculdade de Ciências e Tecnologia e Mestre em Cidades e Culturas Urbanas pela Faculdade de Economia também da Universidade de Coimbra. Já trabalhou em diversos projetos empresariais. Segundo diz a própria, "ideias e projetos para o futuro é que não faltam".

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