Esta é a minha primeira crónica para o novo projeto de informação “mediotejo.net” e tenho de pedir paciência ao leitores pelo meu “luso- italiano”, mas farei o possível para me fazer entender e estou certo que irei relatar o melhor possível o horizonte cultural da região em causa.
São 20 anos que opero como professor e operador cultural, vi exposições, concursos, eventos e muitas ideias “boas e más” postas a disposição do público desta região. Projetos que duraram 1 dia e outros que ainda continuam a oferecer arte e fantasia, e espero poder continuar a fazer parte desta “corrente” que se esforça a mostrar o BELO e o Artístico.
Mas há um ponto que quero esclarecer! Não tolero que neste campo, que tanto prezo, que haja pessoas ou instituições que querem “vender gato por coelho” e não aceito que “amadores” queiram ser vistos e apreciados como “artistas”.
Há duas vertentes na arte, e disto não se pode fugir: a primeira é a PROFISSIONAL, a área dos que se esforçam, estudam para alcançar um objetivo, suam, choram e fazem o possível para ser ÚNICOS.
A segunda é dos AMANTES. Aqueles que são reformados, desempregados, ou outras situações, e que pretendem ser considerados artistas. Aqueles que COPIAM quadros de outros, mudam uma cor ou um fundo e “despacham “ isto como obra de arte. NÃO!
Por favor, não brinquemos com coisas sérias! O REI VAI NU!..Não o vestimos com palavras e ideias bonitinhas, são obras feitas e refeitas, mal digeridas e não compreendidas como ARTE naif ou abstrata .
Não deixarei de elogiar os artistas que realmente oferecem uma ideia nova e sobretudo PESSOAL e criticar os que para várias razoes expõem obras alheias com assinatura própria.
Há tanto para fazer, para realizar e apelo a todos os que AMAM a arte que nos contactem, nos proponham ideias, projetos para fazer. Sim, que o Médio Tejo seja um pólo vibrante de propostas artísticas de valor e de pessoas.
E para começar quero falar de VIOLANT (João Maurício): Um artista em todos os sentidos que de Riachos (Torres Novas) foi para Lisboa, Polónia e outras terras para mostrar o seu trabalho.
Um trabalho monumental, ele faz grafiti, mas com técnica própria (rolos, pincéis com cabo compridos..). Não usa andaimes industriais, projetores e outros auxílios.
È um artista à antiga mas de grandes dimensões. Os desenhos são próprios e tem sempre um tema. Um tema social, de paz e de revolta para o que vê de mal na nossa sociedade (poluição, maus tratos aos animais..) até que fez um mural sobre o escritor José Saramago “os pilares de Saramago” que foi inaugurado pela própria viúva do escritor, Pilar, e na presença do presidente da Câmara de Santarém e outra autoridades.
Eu gosto do seu trabalho porque é ÚNICO, sofrido, bem estudado e com um objetivo claro. O que eu não entendo é porque, com artistas deste tamanho, as Câmaras e instituições do Médio Tejo procurem, até no estrangeiro, “grafiteiros”, e sobretudo que não ofereçam uma retribuição justa por tanto e tão belo trabalho.
Gosto das tuas obras Violant e espero ver muitas mais nos nossos muros!
Acompanho a opinião a respeito de Violant, um artista que conheci quando o mesmo estava a pintar uma “mortandade de peixes” numa parede que fica na estrada entre Entroncamento e Botequim e que pode ser visto em https://www.facebook.com/photo.php?fbid=540359892714248&set=a.108538632563045.17683.100002207275788&type=3&theater
Que o mundo não te corte a asas Violant.
Violant nunca precisaria de salientar esta dicotumia entre o artista que sofre e o que ama ou seja o amador… ela é visível perante o olhar dos públicos… e, é com certeza um direito a quem a pratica e de quem evolui em atelier ou escola de artes.
O amador (ama) e o “profissional” (não gosto da palavra) não tem que obrigatoriamente ser um sofredor… e sim, é verdade que os artistas que vivem da sua arte não tem uma tarefa fácil, mas, tendo uma obra de qualidade, vencerão com certeza neste mundo nada fácil dos lobis artísticos (temos como exemplo feliz o caso do Vhil’s).
Agora comungo da opinião anterior…. Violant é um grande artista (.) e, é genuíno.