No final desta semana em que se bateram sucessivos recordes do número de casos de covid-19 desde o início da pandemia, a incerteza permanece no ar: será que já atingimos o pico desta onda?
Os dados pareciam indicar essa possibilidade no final da semana passada, mas o planalto que se instalava nos gráficos desfez-se no sentido contrário ao desejado. A linha voltou a desenhar-se a subir, bem acima dos 1.000 casos diários. Será ainda uma consequência da abertura das escolas a 10 de janeiro, cujos efeitos deverão fazer-se sentir até, pelo menos, dia 30.
No Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Médio Tejo verificaram-se, até ao dia de hoje, 37.574 caos de covid-19. Mais de metade destes casos registados nos últimos dois anos foram contabilizados nos últimos dois meses. Desde 1 de dezembro houve 19.781 casos positivos, o que corresponde a 9.3% da população do Médio Tejo. Ferreira do Zêzere é o concelho com maior percentagem de habitantes já infetados (12,0%), Mação o que regista menor percentagem (7,2%).
Nas últimas 24 horas registaram-se mais 697 caos no ACES do Médio Tejo, com Ourém a permanecer no centro das atenções, com 192 novas infeções pelo SARS-CoV-2. Só nas últimas duas semanas verificaram-se neste concelho 2.367 casos. No relatório de hoje segue-se Tomar, com 127 casos, Torres Novas, com 109, Abrantes (108), Entroncamento (71), Alcanena (25), Mação (24), Ferreira do Zêzere (16), Vila Nova da Barquinha (13), Sardoal (11) e Constância (1).
Na análise de risco de contágio que o mediotejo.net faz todas as semanas, Ourém apresenta o valor mais perigoso, com 5.335 casos por cada 100 mil habitantes, seguindo-se Tomar, Ferreira do Zêzere, Torres Novas e Abrantes, todos com valores acima dos 4 mil casos por cada 100 mil habitantes.
Todos os concelhos continuam portanto em “risco extremo”, embora a análise do mediotejo.net a três semanas permita verificar que a pandemia tem crescido de forma diferente de concelho para concelho, havendo já sinais de quebra em Constância e Sardoal.
O relatório da Unidade de Saúde Pública do Médio Tejo apresenta uma atualização do número de mortes, verificando-se mais 14 óbitos do que na semana passada. Como se pode verificar no gráfico do mediotejo.net, é uma subida acentuada em relação aos números publicados nos últimos dois meses. Não são disponibilizados mais dados a nível concelhio, havendo por parte da Direção-Geral de Saúde apenas a indicação de sexo e idade a nível das grandes regiões (Lisboa e Vale do Tejo e Centro).
Desde o dia 1 de dezembro de 2021 contabilizam-se 34 mortes no ACES Médio Tejo, quando no ano passado se tinham registado 131 óbitos. Contudo, a maioria das mortes verificava-se na faixa etária dos 80 anos e neste momento mais de 80% da população acima dos 65 anos já tem as três doses da vacina, pelo que o nível de proteção contra a doença é maior do que há um ano.
Ao nível dos internamentos, no Centro Hospitalar do Médio Tejo havia na sexta-feira 34 doentes internados em enfermaria e 2 na Unidade de Cuidados Intensivos, informou a assessoria de imprensa ao nosso jornal. Há um ano os números eram quatro vezes superiores: havia 158 pacientes internados, com 143 em enfermaria e 15 em Cuidados Intensivos.