O Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) registou 947 internamentos e 208 óbitos de doentes internados positivos à covid-19 nos primeiros seis meses de 2022, com dados à data de 26 de junho. Os números são muito expressivos para os primeiros seis meses deste ano, em termos comparativos aos anos de 2020 e 2021, primeiros dois anos de pandemia, embora com doença mais ligeira, disse ao mediotejo.net fonte oficial do CHMT. Entretanto, o período de isolamento por covid-19 vai passar de sete para cinco dias e a situação de alerta devido à pandemia vai manter-se até ao final de julho, anunciou o governo.
“Até ao dia 26 de junho, o CHMT prestou assistência, em sede de internamento dedicado à doença covid-19, a 947 doentes. Destes, 60 necessitaram de cuidados diferenciados na Unidade de Cuidados Intensivos covid do CHMT”, disse ao mediotejo.net fonte da administração hospitalar, dando conta que “o pico de internamentos covid registou-se nas duas primeiras semanas de junho, com 54 doentes internados em enfermarias dedicadas” e que, “esta semana, esse número é já metade – 27 doentes internados”.
Por outro lado, acrescentou o CHMT, “há a lamentar 208 óbitos de doentes internados positivos à covid-19, dos quais mais de dois terços ocorreram na faixa etária acima dos 80 anos”.
“Se, por um lado, as novas variantes do vírus provocaram doença mais ligeira, por outro, o elevado número de casos e contágios na comunidade, resultou num expressivo total de 947 internamentos [de janeiro a junho de 2022], que, a título de comparação, confrontam-se 1.733 internamentos covid nos primeiros dois anos de pandemia (24 meses, de março de 2020 a março de 2022).
“Estes são números assistenciais à população do Médio Tejo muito expressivos, que envolveram o empenho incansável e a dedicação dos profissionais de saúde alocados ao combate à pandemia, que não puderam baixar os braços para prestar cuidados de saúde inadiáveis à população dos concelhos do Médio Tejo”, sublinha o centro hospitalar, que agrega as unidades de Abrantes (hospital de referência covid-19), Tomar e Torres Novas.
Covid-19 | Período de isolamento vai passar de sete para cinco dias
O período de isolamento por covid-19 vai passar de sete para cinco dias e a situação de alerta devido à pandemia vai manter-se até ao final de julho, anunciou a ministra da Presidência.
“A Direção-Geral da Saúde comunicou à ministra da Saúde a intenção de passar o período de isolamento de sete para cinco dias”, disse aos jornalistas Mariana Vieira da Silva na conferência de imprensa realizada no dia 30 de junho, após o Conselho de Ministros.
A ministra avançou também que o Governo “aprovou hoje a resolução de Conselho de Ministros que renova a declaração da situação de alerta em todo o território continental no âmbito da pandemia da doença covid-19 até ao final de julho”.
De acordo com a ministra, nos próximos dias haverá novidades, mantendo-se as regras do uso de máscaras em determinadas situações, como transportes públicos. Mariana Vieira da Silva acrescentou também que vai deixar de ser exigido o certificado digital para entrar no país.
“Fora estas duas alterações, a passagem de sete para cinco dias e deixar de ser exigido certificado em viagens, as regras permanecem as mesmas com a indicação de uso de máscara nos transportes públicos e com a recomendação de utilização de máscara quando estamos em contacto com pessoas mais vulneráveis, quando temos sintomas ou quando sabemos que tivemos um contacto de maior risco”, precisou.
De acordo com as regras atualmente em vigor, é também obrigatório o uso de máscara em hospitais, lares de idosos e farmácias.
Mariana Vieira da Silva explicou que a redução do número de dias em isolamento para as pessoas infetadas com covid-19 consta de uma proposta técnica feita pela Direção-Geral da Saúde e tem “como base uma avaliação no que diz respeito a esta variante sobre quais os dias em que a incidência é maior, em que o risco de contágio é maior e também uma comparação internacional sobre o número de dias que neste momento é aplicado nos vários países”.
A governante disse também que, neste momento, há uma “redução significativa do número de casos” de covid-19, ainda que se mantenha “um número de óbitos elevado”.
A ministra recordou ainda que a pandemia “ainda não acabou” e que “é natural que o próximo outono e inverno ainda sejam de uma presença forte”, apesar do conjunto de medidas restritivas serem atualmente menores.
Segundo o comunicado do Conselho de Ministros, a situação de alerta, nível mais baixo de resposta a situações de catástrofes da Lei de Base da Proteção Civil, é renovada até às 23:59 do dia 31 de julho.
O Conselho de Ministros aprovou também a alteração de um conjunto de medidas cujo prazo de vigência terminaria a 30 de junho, nomeadamente o alargamento, até 30 de setembro, do regime da atribuição do subsídio de doença nas situações de doença por covid-19.
Outras das medidas é a prorrogação da validade dos atestados médicos de incapacidade multiuso para efeitos de benefícios sociais, económicos e fiscais até 31 de dezembro, no caso de a sua validade ter expirado em 2019 ou em 2020, e até 31 de dezembro, no caso de a sua validade ter expirado ou expire em 2021 ou em 2022.
Desde o início da pandemia, em março de 2020, Portugal já contabilizou mais de cinco milhões de casos de covid-19.

Portugal com 73.293 casos e 146 mortes entre 21 e 27 de junho – DGS
Portugal registou, entre 21 e 27 de junho, 73.293 infeções pelo coronavírus SARS-CoV-2, 146 mortes associadas à covid-19 e uma diminuição significativa dos internamentos, indicou a Direção-Geral da Saúde (DGS). Segundo o boletim epidemiológico semanal da DGS, em relação à semana anterior, registaram-se menos 22.011 casos de infeção, verificando-se ainda uma redução de 97 mortes na comparação entre os dois períodos.
Quanto à ocupação hospitalar em Portugal continental por covid-19, a DGS passou a divulgar às sextas-feiras os dados dos internamentos referentes à segunda-feira anterior à publicação do relatório. Com base nesse critério, o boletim indica que, na última segunda-feira, estavam internadas 1.441 pessoas, menos 302 do que no mesmo dia da semana anterior, com 81 doentes em unidades de cuidados intensivos, menos quatro.
De acordo com o boletim da DGS, a incidência a sete dias estava, na segunda-feira, nos 712 casos por 100 mil habitantes, tendo registado uma diminuição de 23% em relação à semana anterior, e o índice de transmissibilidade (Rt) do coronavírus manteve-se nos 0,88.
Segundo o relatório, a faixa etária entre os 40 e os 49 anos foi a que apresentou maior número de casos a sete dias (12.221), seguida das pessoas entre os 50 e os 59 anos (11.753), enquanto as crianças até 9 anos foram o grupo com menos infeções (3.897) nesta semana.
Dos internamentos totais, 583 foram de idosos com mais de 80 anos, seguindo-se a faixa etária dos 70 aos 79 anos (340) e dos 60 aos 69 anos (185).
A DGS contabilizou ainda 13 internamentos no grupo etário das crianças até aos 9 anos, sete dos 10 aos 19 anos, 17 dos 20 aos 29 anos, 29 dos 30 aos 39 anos, 56 dos 40 aos 49 anos e 99 dos 50 aos 59 anos.
O boletim refere também que, nestes sete dias, morreram 103 idosos com mais de 80 anos, 26 pessoas entre os 70 e 79 anos, 12 entre os 60 e 69 anos e cinco entre os 50 e 59 anos.
Relativamente à vacinação contra a covid-19, o boletim refere que 93% da população tem a vacinação completa, 65% dos elegíveis a primeira dose de reforço e 55% dos idosos com 80 ou mais anos a segunda dose para reforçar a imunização contra o SARS-CoV-2.
c/LUSA