O Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Médio Tejo registou na última semana um total de 250 novos casos de infeção pelo coronavírus SARS-CoV-2 nos seus 11 municípios, mais 20% que na semana anterior (209). Neste período há ainda a assinalar 380 pessoas recuperadas da doença neste ACES e um óbito em Tomar.
O ACES Médio Tejo registou 35 novos casos na sexta-feira ao passo que, a nível nacional, Portugal registou 14 mortes atribuídas à covid-19, 2.370 novos casos de infeção pelo coronavírus SARS-CoV-2, um aumento nos internamentos em enfermaria e uma redução nas unidades de cuidados intensivos, segundo dados oficiais.
As pessoas que pretendam vacinar-se contra a covid-19 podem, desde sexta-feira, fazê-lo em qualquer centro de vacinação de Portugal continental desde que obtenham uma senha digital da modalidade “Casa Aberta”, anunciou a ‘task-force’. Além desta novidade, passa também a ser possível escolher o centro de vacinação para a toma da segunda dose da vacina contra a covid-19, mas essa opção tem de ser feita logo no dia em que receber a primeira dose da vacina.
Até agora, a vacinação sem marcação só era possível no centro de vacinação do concelho de residência e a toma da segunda dose teria de ser no mesmo centro em que tivesse sido administrada a primeira. Os dados nacionais mais recentes indicam que Portugal tem já 72% da população com a vacinação completa e 80% com pelo menos uma dose de vacina contra a covid-19.
A administração generalizada de uma terceira dose só faz sentido com uma vacina contra a covid-19 atualizada às novas variantes do vírus SARS-CoV-2, defendeu, entretanto, esta semana, o investigador Miguel Castanho, para quem persistir nas mesmas vacinas “é chover no molhado”.
No ACES Médio Tejo há um total de 14.768 infeções desde o início da pandemia. Ourém tem um total de 3.411 casos (+13 nas últimas 24 horas), seguido de Tomar, com 2744 (+2), Torres Novas, 2313 (+2), Abrantes, com 1801 (+4), Entroncamento, 1351 (+8), Alcanena, 1207 (+2), Ferreira Zêzere, com 654 (+2), Mação, com 496 (-), Vila Nova da Barquinha, com 317 (+1), Constância, com 254 (+1), e Sardoal, com 220 (-).
O ACES Médio Tejo tem hoje 356 pessoas em vigilância ativa e um total acumulado de 14.768 pessoas infetadas, das quais resultaram 13.985 recuperadas e 392 óbitos.
Sertã tem 823 casos e Vila de Rei 160 desde o início da pandemia
No ACES do Pinhal Interior Sul (PIS), o município da Sertã apresenta um total acumulado de 823 pessoas infetadas, das quais 811 recuperadas da doença. A Sertã tem hoje 3 casos ativos e 4 pessoas em vigilância. Há registo de nove óbitos.
Vila de Rei, por sua vez, regista um total de 160 casos de infeção desde o início da pandemia, 150 pessoas recuperadas da doença e 1 caso ativo. Há 9 óbitos a registar, segundo os dados do ACES PIS. Vila de Rei tem 13 pessoas em vigilância ativa.
Região do Médio Tejo com total de 15.751 casos e 410 óbitos nos 13 municípios
Com cerca de 250 mil habitantes, os 13 municípios do Médio Tejo somam 15.751 casos de infeção pelo novo coronavírus, das quais 14.768 no ACES Médio Tejo e 983 no ACES Pinhal Interior Sul (823 na Sertã e 160 em Vila de Rei). Há um total de 14.946 pessoas recuperadas (13.985 no ACES Médio Tejo, um total de 811 na Sertã e 150 em Vila de Rei (ACES PIS), a par de 410 óbitos (392 no ACES Médio Tejo e 18 no ACES PIS).
O ACES Médio Tejo abrange a área territorial de 11 municípios com cerca de 235 mil utentes, e abrange as unidades de saúde de Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Ourém, Sardoal, Tomar, Torres Novas e Vila nova da Barquinha, numa área territorial de 2.706,10 Km’s quadrados.
Os municípios da Sertã e Vila de Rei fazem parte do Comunidade Intermunicipal (CIM) do Médio Tejo na divisão político-administrativa mas em termos de Saúde estão ligados ao ACES do Pinhal Interior Sul (PIS) que abrange ainda os concelhos de Proença-a-Nova e Oleiros, num total de cerca de 30 mil utentes.
Terceira dose generalizada só faz sentido com vacina atualizada – Investigador
A administração generalizada de uma terceira dose só faz sentido com uma vacina contra a covid-19 atualizada às novas variantes do vírus SARS-CoV-2, defendeu esta semana o investigador Miguel Castanho, para quem persistir nas mesmas vacinas “é chover no molhado”.
“Não creio que seja necessário, a breve trecho, uma terceira dose de forma generalizada – eventualmente para doentes do sistema imunitário, sim – e, em minha opinião, só faz sentido considerar essa hipótese para uma vacina atualizada”, adiantou à Lusa o investigador do Instituto de Medicina Molecular da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.
Segundo disse, a administração generalizada na população de uma dose de reforço com as vacinas que já estão a ser utilizadas é “chover no molhado”, face às novas variantes do coronavírus que provoca a covid-19, caso da Delta, predominante em Portugal e considerada mais transmissível.
“A imunidade conferida pelas vacinas em uso neste momento durará tempo suficiente para se atualizar, produzir e distribuir as vacinas atualizadas”, defendeu Miguel Castanho.
Já para José Aranda da Silva, especialista em indústria farmacêutica e antigo bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, a evolução da pandemia “será favorável” nos próximos meses, uma vez que os “dados referentes à vacinação são muito positivos”, mas admitiu a possibilidade de um reforço da imunização.
“A evolução será favorável, mas possivelmente teremos de ter um reforço da vacinação. Até ao momento, as notícias sobre medicamentos que possam erradicar a doença, como acontece com outros vírus, não são animadoras”, disse à Lusa o primeiro presidente do Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed).
Segundo Aranda da Silva, como acontece em todos os medicamentos, a eficácia das vacinas contra a covid-19 não é de 100%, “pelo que haverá sempre uma parte da população que não fica imunizada”.
“Esta é uma realidade com todas as vacinas e a verdade é que, mesmo assim, com as vacinas conseguimos erradicar do planeta doenças infecciosas que foram devastadoras para a população de diversos continentes durante séculos”, salientou o especialista.
O virologista José Miguel Pereira reitera também que a vacina contra a covid-19 não confere 100% de imunidade, uma vez que “há sempre um grupo de indivíduos que não adquirem a capacidade de criarem uma resposta imunologicamente competente para este agente viral”.
Segundo o especialista, as vacinas atualmente em uso, sendo eficazes a prevenir a covid-19, “não permitem aparentemente evitar que o vírus SARS-CoV-2 infete e colonize as células das vias respiratórias dos vacinados”, apesar de se tratar, na maioria dos casos, de infeções assintomáticas ou benignas.
No entanto, diversos estudos revelam que as pessoas vacinadas e que ficam infetadas possuem menores cargas virais e de menor duração nas vias respiratórias, adianta o investigador.
“Ou seja, a probabilidade de haver transmissão a partir de um hospedeiro vacinado que tenha sido infetado é muito menor do que a que se verifica quando essa infeção ocorre num hospedeiro não vacinado”, assegura José Miguel Pereira.
A administração de uma terceira dose de vacina contra a covid-19 pode vir a ser administrada a dois grupos distintos da população, admitiu quarta-feira a diretora-geral da Saúde (DGS), Graça Freitas.
“A questão da terceira dose tem duas componentes: para os imunosuprimidos é uma outra oportunidade de ficarem imunizados; para as pessoas que tiveram a sua vacinação, mas porque são velhos, doentes ou terem outra condição que não os deixou duradouramente protegidos, está a ser equacionado um reforço. São estes estudos que estão a ser feitos e que têm muito a ver com a duração da imunidade”, afirmou a responsável da DGS.
c/LUSA