Reabriu no dia 14 de julho o Parque de Campismo e Caravanismo de Constância, agora explorado por um privado na sequência de um concurso lançado pela Câmara Municipal.
Lina Ferreira, 42 anos, da empresa Greenroc, é quem está agora à frente deste espaço por um período de pelo menos 15 anos. Com simpatia e muita energia, mostra-se confiante e determinada em concretizar os seus objetivos, até porque quando concorreu nem sequer visitou o espaço.
“É um parque familiar, pequenino e muito acolhedor. Achei interessante o desafio e decidimos apresentar uma proposta”, conta a empresária à reportagem do mediotejo.net

Reconhecendo que “há muita coisa a melhorar”, não se cansa de elogiar as qualidades do espaço, desde a localização (“está dentro da vila e ao lado do rio Zêzere”), ao sossego, às sombras, passando pelas instalações sanitárias e cozinha. Tem capacidade para cerca de 100 tendas, além das autocaravanas.
O facto de Lina e o seu marido, Lélio Ferreira, já terem vários anos de experiência em atividades ao ar livre e desporto de natureza através da empresa Greenroc, fez com que vissem no parque um complemento à sua atividade. A juntar a isto está o gosto especial que têm pela vila de Constância. “É uma vila pacata com dois rios à porta, tem um potencial e uma envolvência muito interessantes”, realça.
“Este parque acaba por ser um pouco familiar porque o feed-back que temos dos campistas é que já vêm para aqui há muitos anos e chegam a marcar datas específicas para se reencontrarem com outras famílias que conheceram aqui em anos anteriores”, relata Lina Ferreira.
Os primeiros dias foram dedicados a limpeza e pinturas, o que conferiu ao parque um aspeto renovado. Nesta fase, apesar da escassa divulgação, os campistas e caravanistas vão chegando. No primeiro fim de semana registaram dezenas de campistas.
“Isto tem tudo de para dar certo, sem dúvida, estamos confiantes”, reforça a empresária. Ideias não lhe faltam. Uma obra já iniciada foi a renovação total do bar do Zêzere, onde prevê investir cerca de 20 mil euros. Outro projeto é a instalação de quatro bungalows e de tendas elevadas, sendo necessária, neste caso, autorização das entidades que tutelam o rio Zêzere uma vez que o parque se localiza em leito de cheias.
Em relação ao bar, refira-se que vai continuar a servir não só os campistas e caravanistas como o público em geral.

Uma alteração que Lina Ferreira faz questão de destacar é que o parque vai passar a estar aberto durante todo o ano, enquanto que até agora o espaço fechava do outono à primavera.
Na lógica de complementaridade com a Greenroc, pretende-se propor aos clientes do parque pacotes de atividades como descidas dos rios em canoa, roteiros de visitas a pontos de interesse na região ou passeios pedestres.
Uma preocupação permanente, anuncia a nova arrendatária, é a ligação aos produtores e comerciantes locais. “Porque o crescimento, quando é para um, é para todos, só temos todos a ganhar. Se a vila se desenvolver, se trouxermos pessoas à vila, ganhamos todos”, defende, numa lógica de criação de sinergias.
“Somos pessoas dinâmicas e agarramos o projeto para andar, para continuar”, conclui.

Câmara apoia através de carência de rendas
Tendo em conta o “grande investimento inicial”, na ordem dos 56.500 euros, que a nova arrendatária prevê, solicitou à Câmara Municipal um período de carência de nove meses no que se refere ao pagamento de rendas.
À semelhança do que foi feito para o Centro Náutico, a Câmara aprovou este pedido, apesar de algumas questões levantadas pela oposição na reunião pública realizada em Santa Margarida no dia 19 de julho.
Sérgio Oliveira, o Presidente da Câmara, lembrou que o parque de campismo deu um prejuízo de 17 mil euros em 2016 e de 14 mil euros em 2017, últimos anos em que foi a Câmara a manter o espaço. O autarca diz que o objetivo não é que o parque dê lucro, mas defende que a Câmara “deve-se concentrar naquilo que são as suas tarefas, as suas competências”.
Ao concurso para arrendamento do bar do Zêzere e concessão de exploração do Parque de Campismo concorreram três empresas.
A proposta mais alta foi a de Lina Ferreira que apresenta um valor fixo mensal de 607 euros, sendo uma parte variável, correspondente a 5% do valor bruto da faturação global sem IVA. Prevê a criação de três a quatro postos de trabalho.
O prazo da concessão é de 15 anos, renovável de dois em dois anos.
Natural de Castelo Branco mas a viver no Entroncamento, Lina Ferreira define-se como “uma pessoa humilde, muito objetiva”. “Quando me lanço num desafio é para ir até ao fim”. Gosta muito de lidar com o público e revela uma energia positiva, vendo sempre “a parte boa” do que vai descobrindo.
As leituras e as viagens são indispensáveis na sua vida, porque é através delas que descobre ideias novas e que procura concretizar nos seus negócios e atividades.
Durante 14 anos foi florista no Entroncamento. Com o seu marido do qual tem três filhos, criou a Greenroc com loja online e showroom naquela cidade.
Quanto ao novo desafio em Constância: “estão reunidas as condições para desenvolvermos aqui um bom trabalho. Deixem-nos trabalhar e vão ver que vão gostar do nosso trabalho”.