Uma fateixa recuperada do rio Tejo é a Peça do Mês do Museu dos Rios e Artes Marítimas (MRAM), em Constância, uma iniciativa que pretende dar a conhecer à comunidade os diversos elementos patrimoniais da vila poema e respetiva história.
Com quatro braços recurvados para o lado da haste, a fateixa é um ferro de grandes dimensões que, devido às suas características de “unhas”, tinha a função de aguentar as embarcações no ancoradouro, permitindo que aí se mantivesse mesmo em dias de ventania, em que as correntes e as ondas não davam tréguas.
Explica o Museu dos Rios e das Artes Marítimas que para recolher este objeto, devido ao seu peso, enrolava-se a corda ou corrente “por meio de um guincho, para o barco”. A fateixa hoje presente no museu entrou para o espólio em 1990 e foi recuperada do rio Tejo.
No rio, durante a noite ou com nevoeiro, a embarcação fundeava e assinalava a sua presença com candeeiros de navegação, em que a luz verde indicava o estibordo e a vermelha o bombordo.
“Em tempos idos, quando ‘os rios eram as nossas estradas’, normalmente eram usadas duas fateixas nas grandes embarcações, como os varinos ou os barcos de água acima, que faziam o transporte de mercadorias no rio Tejo e a sua dimensão era proporcional ao tamanho da embarcação”, é referido na nota do MRAM.
O mês de agosto assinala a oitava edição desta iniciativa do Museu dos Rios e das Artes Marítimas. A fateixa pode ser apreciada de segunda a sexta-feira, das 9h00 às 12h00 e das 14h00 às 17h30, e aos sábados e domingos, das 13h00 às 19h00.
