Foto: CM Constância

O Centro de Ciência Viva de Constância pretende valorizar e dar uma nova vida à Quinta Dona Maria, em Montalvo, propriedade do município e que se encontra abandonada e sem utilização regular. Com esse objetivo, e depois da assinatura entre as duas partes de um contrato de comodato, o Centro de Ciência Viva deu o primeiro passo no encalce desse objetivo com um encontro com entidades culturais concelhias, oportunidade que o mediotejo.net aproveitou para ouvir Máximo Ferreira, coordenador científico do Centro de Ciência Viva, sobre a ideia geral que norteia este projeto.

Na posse da autarquia constanciense, há muito que persistia a ideia de transformar a abandonada Quinta Dona Maria num museu que contasse a história da vida das quintas agrícolas da região, ou seja, criar o Museu Quintas do Tejo. A ideia foi sendo adiada, pelo que o município estabeleceu um contrato de comodato com o Centro de Ciência Viva de Constância no sentido deste poder desenvolver algumas atividades naquele espaço e avançar para a concretização do sonho maior: a criação do Museu Quintas do Tejo.

Segundo disse Máximo Ferreira, a ideia é, com a colaboração da Câmara Municipal, ir-se procurando financiamentos comunitários, uma vez que se estima que a recuperação do espaço necessite de um investimento na ordem um milhão de euros.

Foto: CM Constância

Mas algumas coberturas já estão recuperadas, pelo que o Centro de Ciência Viva pretende começar a dinamizar o espaço e ir mobilizando a população, através de diversas atividades. A primeira decorreu no domingo, dia 20 de março, naquele que foi um encontro em que participaram (e atuaram) o rancho folclórico “Os Camponeses de Malpique”, a Banda Filarmónica de Montalvo e ainda o carrilhão LVSITANVS, seguido de convívio entre todos.

Conforme esclareceu Máximo Ferreira, a ideia é começarem-se a realizar atividades com a população, mas também com as escolas, através de hortas e oficinas pedagógicas, para que a quinta não se limite a (vir a) ser um espaço museológico, mas que contemple igualmente uma componente pedagógica e de cultura científica.

Pretende-se assim também que o projeto abranja um pequeno lagar moderno, a ser colocado no espaço onde funcionava o antigo lagar da quinta – cujas peças, desde moinhos, bombas e prensas se tencionam recuperar – para que as pessoas façam uma comparação entre o passado e o presente. Mas a pretensão é que também daí se possa tirar algum proveito para a população, em particular os pequenos produtores de azeitona, e que estes possam trazer a sua produção e levar o seu azeite.

“Evidentemente que nessa produção do azeite nós queremos incorporar a comunidade escolar no sentido de aprenderem a medir a densidade, a acidez do azeite, e portanto perceberem que há aqui aspetos científicos desenvolvidos neste percurso desde a oliveira até ao prato”, explicou o coordenador científico do Centro de Ciência Viva de Constância.

Foto: CM Constância

“E portanto aquilo que nós estamos aqui a fazer hoje é a primeira destas iniciativas que foi trazer aqui o público, trazer aqui associações das três freguesias do concelho, exatamente para explicar a todos o objetivo e para desafiar as pessoas a envolverem-se neste projeto que nós queremos que vá crescendo mas com a participação de todos”, afirmou.

Relembrando que este é um projeto concelhio, mas dando nota de que, das três freguesias do concelho de Constância, a de Montalvo era a única que não tinha nenhum equipamento científico/cultural, Máximo Ferreira diz que “o objetivo é que todos tenhamos consciência que o que estamos a fazer é para bem do concelho”.

Relativamente à primeira atividade realizada na perseguição deste objetivo, Máximo Ferreira, embora a chuva tenha obrigado a alguns condicionalismos, deu nota de um balanço “muito bom”, naquela que espera ser a primeira de várias iniciativas: “o primeiro passo está dado e agora é continuar”, rematou.

Rafael Ascensão

Licenciado em Ciências da Comunicação e mestre em Jornalismo. Natural de Praia do Ribatejo, Vila Nova da Barquinha, mas com raízes e ligações beirãs, adora a escrita e o jornalismo.

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