O Agrupamento de Escolas de Constância tem atualmente duas turmas em confinamento e sete casos positivos de Covid-19 (cinco alunos e dois assistentes operacionais). Ao mediotejo.net, a diretora Olga Antunes refere também a existência de “muitos alunos em casa” por prevenção ou contacto com casos positivos. Após denúncias que chegaram ao nosso jornal por parte de encarregados de educação que, sob anonimato, reclamam existir alunos com familiares infetados a irem às aulas, a responsável garante que tal situação não está a acontecer, admitindo que o ‘diz que disse’ é “o que causa mais chatices”.
Do total de 640 alunos do Agrupamento de Escolas de Constância há atualmente cinco que estão infetados com o vírus da Covid-19, existindo duas turmas em confinamento. “Neste momento temos só uma turma do profissional e uma do 9.º ano, e cada uma destas turmas só tem um aluno positivo. (…) Não tenho informação de que haja mais algum positivo, a não ser que possam estar assintomáticos”, referiu a diretora do agrupamento, Olga Antunes, num ponto de situação feito ao mediotejo.net esta terça-feira.
A responsável deu conta de que no universo do agrupamento existem também duas assistentes operacionais infetadas e ainda “muitos alunos em casa porque algum familiar testou positivo ou aguarda resultado de testes ou tiveram contacto com pessoas que testaram positivo, e tenho alunos que, por prevenção, estão a ficar em casa”.
A diretora do Agrupamento de Escolas de Constância garante que não existe de momento nenhum aluno que esteja a frequentar o ensino presencial e que tenha contacto com familiares infetados, admitindo que “não deixaria, como é evidente” que tal acontecesse.
A resposta de Olga Antunes surge no seguimento da questão colocada pelo mediotejo.net acerca de denúncias recebidas por parte de encarregados de educação que, sob anonimato, reclamam existir alunos com familiares infetados que continuam a ir às aulas.
Especificamente, os pais que contactaram o mediotejo.net referem-se ao caso de uma menina de oito anos que frequenta o 1.º ciclo do Ensino Básico no Centro Escolar de Constância e cuja mãe, assistente operacional no Centro Escolar de Santa Margarida, está infetada (uma das duas assistentes operacionais do agrupamento positivas à Covid-19 referidas pela diretora acima nesta notícia). Os pais alegam que a criança, apesar de estar negativa, continua a ir às aulas, tendo sido considerada ‘segundo contacto’ relativamente aos familiares infetados.
Olga Antunes admite, por sua vez, que a referida criança “não vai às aulas desde o dia 12 [de janeiro]”, não tendo voltado à escola desde então. “Não está a vir à escola, isso não é verdade”, reitera.
A diretora explica ainda que, como desde essa altura que não existe contacto entre a aluna em causa e os restantes colegas, a turma “não está em confinamento”.
Ao nosso jornal, a diretora do Agrupamento de Escolas de Constância explana que diariamente é preenchido pelos professores do agrupamento um registo dos alunos que estão em confinamento. Referindo existir “sempre algumas diferenças” quanto a esta questão do isolamento, e não escondendo a maior perigosidade de “os alunos mais pequenos não usarem máscara (…) o que mais preocupa os pais numa turma de 1.º ciclo”, a responsável sublinha que “é sempre equacionado pela delegada de saúde o tempo que mediou e tipo de contactos que houve com os colegas”, sendo depois avaliada a situação epidemiológica.
“Não é a escola que decide. (…) É sempre uma decisão da delegada de saúde até porque depois são emitidas declarações de isolamento e não é a escola que pode tomar essas decisões. É responsabilidade da escola avisar as autoridades de saúde, e isso tenho feito até mesmo para tirar algumas dúvidas sobre questões que se têm colocado”, expõe.

A responsável deu conta de que ainda ontem, segunda-feira, recebeu chamada por parte de pais “a dizer que tinham conhecimento que havia uma família que estavam o pai e a mãe positivos e que a filha estava na escola. Não é verdade, a mãe tinha-me ligado logo no sábado a dizer ‘a minha filha não vai à escola’ ”.
“Isto muitas vezes o ‘diz que disse’ acaba por criar aqui muitas situações mais desagradáveis (…) é sempre o que causa mais chatices”, admite.
Por outro lado, a responsável destaca a colaboração dos pais no aviso de situações sobre alunos positivos. “Eu considero que quem deveria passar informações sobre alunos positivos devia ser a saúde à escola e não o contrário, mas a verdade é que tem sido, e nesse espetro a colaboração dos pais tem sido muito boa de ligarem sempre a avisar que há situações dessas. O que acontece é que quando tenho conhecimento de algum caso positivo eu informo a delegada de saúde, informo a turma, e depois a decisão é sempre das autoridades de saúde”, reforça.
Quanto às regras existentes nos estabelecimentos escolares, os pais que contactaram o mediotejo.net queixam-se de haver turmas misturadas durante o período de recreio, sem desfasamento de horários de modo a precaver o mínimo contacto possível entre turmas. Olga Antunes defende que esse desfasamento existe, vincando que “pelo menos entre ciclos de ensino não há, de certeza, contactos durante os intervalos”.
“Nós mudámos alguns alunos para o Centro Escolar de Santa Margarida para descongestionar a escola sede. Todas as turmas têm a sua própria sala. Temos o 1.º ciclo com intervalos a uma hora, o jardim de infância a outra, o 2.º ciclo a outra e aqui na escola o 3.º ciclo tem horários desfasados do ensino secundário, exatamente para que durante os intervalos haja o menor número de alunos na rua”, enuncia a responsável, acrescentando que “na maioria das situações, principalmente dos mais pequeninos, que não usam máscara, até têm espaços de recreios mais ou menos dedicados para cada um, tentamos que não brinquem as turmas todas em conjunto”.

A diretora do Agrupamento de Escolas de Constância expôs ainda que têm decorrido ações de sensibilização dos alunos para o cumprimento das normas emanadas pelas autoridades de saúde para fazer face à propagação da Covid-19. Exemplo disso foi uma reunião realizada na segunda-feira com os alunos, via online, para “sensibilizar para estas questões de saúde”.
Olga Antunes admite que “muitos jovens não cumprem as regras totalmente quando saem do portão para fora”.
“Ontem mesmo chamei a atenção a um grupo de oito ou nove alunos que estavam num jardim todos sem máscara. Eles quando me viram puseram todos a máscara e quando voltei costas voltaram a tirar a máscara”, contou a diretora do Agrupamento de Escolas de Constância.