A Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT), reunida na noite de quinta-feira, 3 de dezembro – na sua sede, em Tomar – aprovou uma moção apresentada pela CDU que visava o “Reforço de Meios no Hospital de Abrantes, Tomar e Torres Novas”. Após um longo período de discussão na assembleia, a moção acabou por ser aprovada com 18 votos a favor e 19 abstenções dos eleitos do PS e PSD.

A moção defende, primeiramente, a melhoria dos Serviços de urgência e especialidades nas três unidades hospitalares, dotando-as de meios humanos e materiais necessários a oferta de um serviço público de qualidade; em segundo lugar, a existência de Medicina Interna, Cirurgia Geral e Pediatria nas três unidades (embora este ponto não seja consensual, como será explicado adiante) e, em terceiro lugar, a promoção da articulação do CHMT com os Cuidados de Saúde Primários e Continuados.

“A falta de meios adequados no Centro Hospital do Médio Tejo (CHMT) tem provocado sofrimento nos utentes do Serviço Nacional de Saúde, nomeadamente com o facto de encontrarem sempre as urgências sobrelotadas; de se encontrarem várias horas à espera de atendimento; com a falta de internamento em situações delicadas; e com a atribuição de altas precoces, que conduzem, frequentemente, a reinternamentos com consequências diretas e indiretas para os doentes, familiares, e para o próprio CHMT”, sublinha o documento.

A moção foi incluída, à ultima hora, no período Antes da Ordem do Dia, após o novo presidente da mesa, Trincão Marques, questionar se alguém na sala se opunha a que a moção fosse incluída. Ninguém se manifestou contra apesar de alguns eleitos, como José Delgado, do PSD, considerarem que este tipo de moções devem ser entregue com “pelo menos 48 horas de antecedência” para possibilitar o estudo da sua redação. Seguiu-se um alargado período de intervenções sobre a mesma com opiniões díspares.

Como já referido, o ponto mais polémico da moção incidia no facto da mesma exigir “Medicina Interna, Cirurgia Geral e Pediatria nos três hospitais”, o que para alguns dos eleitos não é de todo exequível e até foi denominado como uma “medida irrealista” que pode levar ao descrédito da moção. Ainda foi ponderada a retirada deste ponto do teor da moção – Trincão Marques chegou a sugeri-lo para que se chegasse a um consenso e houvesse unanimidade – mas a CDU, através de Ramiro Silva, recusou fazê-lo.

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A mesma moção acrescenta que “muitos dos utentes afirmaram a sua indignação através do abaixo-assinado promovido pela Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo, que recolheu mais de 20 mil assinaturas, exigindo o reforço das Urgências e a existência de Medicina Interna nos três hospitais do CHMT”.

Os eleitos dizem que é “urgente o reforço de médicos e enfermeiros (entre outros) para garantir a qualidade e segurança do serviço”, consideram fundamental a existência de Medicina Interna, Cirurgia Geral e Pediatria nos três hospitais, sem descurar as restantes valências distribuída pelo CHMT, dando especial atenção à necessidade da Maternidade na região norte do distrito”.

A moção refere que “sem reforço dos cuidados de saúde de proximidade e sua articulação, nos diversos níveis de prestação de cuidados, são os hospitais o último recurso das populações com o consequente ‘stress’ nos serviços hospitalares”.

Esta moção vai ser enviada para todas as Câmaras Municipais, Ministério da Saúde, Grupos Parlamentares da Assembleia da Republica (AR) e também para a comissão de Saúde da AR.

Hoje, em comunicado, a CDU demonstrou o seu desagrado pelo facto de não existir unanimidade em torno da moção. “PS e PSD insistiram para que no ponto 2.º fosse retirado Cirurgia Geral e pediatria nas 3 unidades, o que não obteve a concordância da CDU, pois tal proposta não corresponde aos interesses dos utentes. Não deixa de ser curioso que vários deputados tenham optado pela abstenção, quando há meses atrás aprovaram a mesma moção em Assembleias Municipais”, observa.

Aos 12 anos já queria ser jornalista e todo o seu percurso académico foi percorrido com esse objetivo no horizonte. Licenciada em Jornalismo, exerce desde 2005, sempre no jornalismo de proximidade. Mãe de uma menina, assume que tem nas viagens a sua grande paixão. Gosta de aventura e de superar um bom desafio. Em maio de 2018, lançou o seu primeiro livro de ficção intitulado "Singularidades de uma mulher de 40", que marca a sua estreia na escrita literária, sob a chancela da Origami Livros.

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