Circulação na ponte da Chamusca passa a ser alternada e regulada por semáforos. Foto arquivo: Fernando Pena

Numa altura em que está em consulta pública o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) apresentado pelo Governo, o presidente da Câmara da Chamusca apresentou uma proposta no sentido de incluir a conclusão do IC3/A13, entre Vila Nova da Barquinha e Almeirim, como projeto prioritário naquele documento estratégico.

Na parte inicial da reunião de câmara do dia 23, realizada por videoconferência, Paulo Queimado (PS) leu o texto da proposta na qual destacou a importância daquele troço não só para a Chamusca, mas sobretudo para a região e para o país.

Lembrou as “barreiras inultrapassáveis” com que os agentes locais e das regiões da Lezíria e do Médio Tejo, mas principalmente do concelho da Chamusca se deparam, pedindo “uma resposta de âmbito nacional”.

No diagnóstico que fez no preâmbulo da proposta, considera que “a atração de investimento produtivo deve ser considerada um desígnio nacional”, mas “é consistentemente bloqueada pela realidade infraestrutural da região nomeadamente a sul do Tejo pela ausência de uma ligação rodoviária e ferroviária eficaz”.

Reunião da câmara da Chamusca por videoconferência. Foto: DR

A conclusão do troço IC3/A13 que permitirá ligar VN Barquinha a Almeirim tem sido identificada em vários documentos (PNR, PNI, PROT) como uma prioridade em termos de investimento no país.

A rodovia em causa é considerada “essencial para alavancar economicamente zonas do interior tipicamente rurais e mais desfavorecidas tornando-as atrativas do ponto de vista de expansão territorial, quer urbana quer industrial”.

Paulo Queimado lembrou que a localização do EcoParque do Relvão na freguesia da Carregueira faz com que várias localidades do concelho sejam atravessadas por veículos pesados “com riscos acrescidos para a saúde pública”.

Isto porque é ali que se localizam “importantíssimas infraestruturas de tratamento de resíduos oriundos de todo o país e do estrangeiro”, nomeadamente os dois únicos CIRVER (Centro Integrado de Recuperação, Valorização e Eliminação de Resíduos Perigosos), quatro unidades de tratamento de resíduos hospitalares, duas unidades de compostagem, uma unidade de biomassa, o complexo de tratamento de resíduos da Resitejo, entre outras.

Daqui resulta um constante movimento de veículos pesados que, face à inexistência de melhores acessibilidades, atravessam povoações, põem em causa a segurança e saúde das populações locais, com risco acrescido para a saúde pública, argumenta o autarca.

Paulo Queimado lembra que o problema não é local, nem regional. “Estamos a resolver problemas graves do país a nível dos resíduos”, argumenta, tendo em conta que vêm de norte a sul do país.

O que o Município da Chamusca exige não é “uma nova estrada, mas sim a conclusão de um troço de via com pressupostos e impacto na coesão territorial, competitividade, inovação, sustentabilidade e ação climática”.

O autarca considera as assimetrias regionais um “fator de bloqueio ao desenvolvimento equilibrado” e defende que todos devem “contribuir para um pais mais coeso, mais inclusivo mais competitivo, incluindo e valorizando o interior”, numa lógica de “igualdade de oportunidades”.

Os dois vereadores da oposição deram também os seus contributos sobre o tema, acordando-se uma redação conjunto do texto final ao qual ainda não tivemos acesso.

Ganhou o “bichinho” do jornalismo quando, no início dos anos 80, começou a trabalhar como compositor numa tipografia em Tomar. Caractere a caractere, manualmente ou na velha Linotype, alinhavava palavras que davam corpo a jornais e livros. Desde então e em vários projetos esteve sempre ligado ao jornalismo, paixão que lhe corre nas veias.

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