Apresentação pública da Rede de Incubadoras de Inovação Social decorreu na Chamusca. Foto: mediotejo.net

A Rede de Incubadoras de Inovação Social (RIIS) agrega 22 incubadoras sociais e de inovação social espalhadas por todo o país, que assumem o compromisso de um trabalho conjunto que visa o investimento nas pessoas, na coesão social e, por conseguinte, na coesão territorial, com base em projetos específicos, de acordo com as especificidades de cada região e de cada comunidade.

“A RIIS tem como objetivo promover o Empreendedorismo e a Inovação Social, o trabalho colaborativo e o crescimento sustentável, e potenciar a valorização e reconhecimento das Incubadoras de Inovação Social em Portugal, contribuindo para o impacto da inovação e empreendedorismo social nos territórios e comunidades onde atuam”, clarifica o Município da Chamusca.

Refira-se que os fundos comunitários do Portugal 2020 apoiaram nos últimos anos cerca de 700 projetos de inovação social, grande parte dos mesmos cofinanciados por 166 municípios. Um número que a Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, gostava de ver crescer, estendendo-se aos 278 municípios de Portugal Continental.

“Estamos [Governo] disponíveis para continuar a financiar esta rede, e o alargamento desta rede. Todos os municípios serão bem-vindos e darão por bem investidos os seus recursos, sejam financeiros ou humanos. Porque a nossa missão é mudar vidas e a missão maior dos autarcas é mudar vidas. É isso que se faz na inovação social”, afirmou Ana Abrunhosa.

GALERIA

Salientando a importância do investimento na Inovação Social, a Ministra revelou que o Governo está a preparar uma majoração no âmbito dos apoios sociais, incluídos no programa 2030, destinados às entidades detentoras do selo de Investidor Social.

“Os apoios públicos, os fundos europeus e os incentivos, são também para mudar comportamentos ou para indicar caminhos para os comportamentos que devem ser tidos. Portanto, se criarmos estes incentivos, naturalmente que os investidores sociais vão sentir que valerá a pena e que o Estado está a reconhecer o esforço que estão a fazer. E outros, terão incentivo, para também eles serem investidores sociais. Estamos a trabalhar nesse selo e para que esse selo tenha uma consequência prática, nomeadamente em termos de majoração nos apoios, ou até nos apoios dedicados”, explicou Ana Abrunhosa.

A governante saudou ainda os investidores sociais pela coragem de apostarem na área social: “Sobretudo, os autarcas, porque, muitas das vezes, essas iniciativas não têm a compreensão devida, porque demoram a produzir efeitos. Sabemos bem, que é mais fácil construir uma estrada, que se vê, do que fazer rede social e mudar a vida das pessoas nas diferentes dimensões, quer seja na dimensão social, escolar ou laboral. Porque, depois, a intervenção social tem diferentes dimensões e não é visível. Por isso, eu saúdo por esta visão, por esta postura, os nossos autarcas e as suas equipas.”

Município da Chamusca investiu mais de 275 mil euros em programas de Inovação Social nos últimos quatro anos

Na Chamusca, os oito projetos de inovação social apoiados pela autarquia, chegaram a cerca de 1.500 pessoas, devidamente identificadas pelo Município, que recusa ações de massa e aposta em projetos específicos que vão ao encontro das necessidades de cada munícipe, desde a primeira infância à população sénior.

Cláudia Moreira, vice-presidente da Câmara Municipal da Chamusca (CMC), que assume o pelouro da Ação Social, sublinhou que , “com um investimento superior a 275 mil euros, o Município conseguiu financiar mais de um milhão de euros em projetos direcionados para a Inovação Social”.

A vice-presidente sublinhou ainda que “quando se fala em Inovação Social, fala-se em melhoria da qualidade de vida das pessoas”, assegurando que esse é um investimento que a autarquia pretende continuar a fazer. “É um trabalho e um caminho que devemos continuar a percorrer”, vincou.

Por sua vez, o presidente da CMC, Paulo Queimado, admitiu que no início foi difícil convencer os munícipes da mais-valia deste “investimento que não se vê”. Mas garante que hoje já começa a sentir-se o seu impacto na comunidade.

“Quando fazemos este tipo de investimento, é investimento que não se vê. E, politicamente, é muito duro nós estarmos a investir nas pessoas e depois, termos as pessoas a perguntar para que é que estamos a gastar aquele dinheiro. O que é certo, é que nós temos vindo a ver que isto tem criado um grande impacto na nossa comunidade. Seja ao nível da criação do próprio posto de trabalho, na procura ativa de emprego, nas escolas e na educação, na saúde e, sobretudo na saúde mental”, salientou o autarca.

Paulo Queimado, presidente da Câmara Municipal da Chamusca. Fotografia: mediotejo.net

“Quando falamos em desenvolvimento e vemos que estas pessoas, desde a primeira infância até aos seniores, têm melhor qualidade de vida, isso é coesão social, e é isso que nós queremos”, afirmou Paulo Queimado, concluindo que “a escolha da Chamusca para apresentação e formalização desta rede é o reconhecimento de todo o trabalho que o Município tem vindo a desenvolver ao longo dos últimos quatro anos na área da Inovação Social.”

De acordo com os números lançados durante a sessão de apresentação pública da RIIS, o Município da Chamusca é considerado uma referência nas políticas públicas para a promoção de uma sociedade mais coesa social e territorialmente, figurando como o maior Investidor Social na Região Alentejo, no âmbito do Programa Portugal Inovação Social, com um investimento superior a 275 mil euros e o terceiro maior investidor per capita a nível nacional”.

Organizado pela Comissão Instaladora da RIIS, com o apoio do Município da Chamusca e do Portugal Inovação Social, o evento que decorreu no Cineteatro da Chamusca, contou com a intervenção de Paulo Queimado e de Cláudia Moreira (presidente e vice-presidente da CMC), de Filipe Almeida, presidente da Estrutura de Missão Portugal Inovação Social, de Henrique Sim-Sim, coordenador do Centro de Inovação Social da Fundação Eugénio de Almeida e com a presença de Elizabete Eufémia, presidente da Associação Tempos Brilhantes e de Frederico Cruzeiro Costa da Social Entrepreneurs Agency (SEA), assim como de representantes de várias Incubadoras Sociais de norte a sul do país.

O evento culminou com um momento de Networking e uma visita à Oficina Colaborativa da Incubadora de Inovação Social da Chamusca, Hivework Social, onde Rui Tanoeiro, fadista chamusquense, e Diogo Ferreira, natural de Torres Novas, interpretaram alguns fados típicos ribatejanos.

Natural de Torres Novas, licenciada em jornalismo, apaixonada pelas palavras e pela escrita, encontrou na profissão que abraçou mais do que um ofício, uma forma de estar na vida, um estado de espírito e uma missão. Gosta de ouvir e de contar histórias e cumpre-se sempre que as linhas que escreve contribuem para dar voz a quem não a tem. Por natureza, gosta de fazer perguntas e de questionar certezas absolutas. Quanto ao projeto mais importante da sua vida, não tem dúvidas, são os dois filhos, a quem espera deixar como legado os valores da verdade, da justiça e da liberdade.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *