Em visita à Chamusca, a Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, defendeu urgência na resolução dos problemas de acessibilidades na região. Fotografia: CMC

Em visita à Chamusca, a propósito da apresentação pública da Rede de Incubadoras de Inovação Social (RIIS), a Ministra Ana Abrunhosa mostrou-se sensível às preocupações dos autarcas e das populações quanto aos problemas de acessibilidades da região, que há muito reclamam por uma nova ponte sobre o Tejo e pela conclusão do troço do IC3, ligando a A13, no concelho de Almeirim, à A23 e à A13 e, em Vila Nova da Barquinha, que ligue as margens do Tejo nos concelhos da Chamusca e da Golegã.

“Durante o percurso, pude constatar aquilo que é uma preocupação permanente do senhor presidente e também dos outros autarcas deste território, que é cruzar-me com veículos de transporte de matérias perigosas, que atravessam populações, às vezes com alguma velocidade. Portanto, mais do que a preocupação, levo a constatação da urgência de darmos resposta a estes territórios”, afirmou Ana Abrunhosa.

Em declarações à comunicação social, a Ministra da Coesão Territorial garantiu que irá transmitir ao Ministério das Infraestruturas, na pessoa do seu secretário de Estado, Frederico Francisco, o que viu e sentiu durante o percurso que fez até à Chamusca.

“Mais do que o recado levo a constatação do percurso que fiz. Não é da minha tutela, é da tutela do Ministro das Infraestruturas e até, mais concretamente, do secretário de Estado das Infraestruturas. Vou transmitir-lhe já, porque tem de ser já, esta preocupação. E o senhor secretário de Estado, como é habitual, costuma partilhar o que está previsto para o território. Tenho a certeza de que vou encontrar eco desta preocupação no Ministério das Infraestruturas”, reforçou Ana Abrunhosa, sublinhando que está em causa a qualidade de vida das populações, mas também a competitividade da região.

ÁUDIO | Ana Abrunhosa, Ministra da Coesão Territorial

“Obviamente que as pessoas estão primeiro. Mas, para salvaguardarmos a qualidade de vida destas populações, as infraestruturas, neste caso, rodoviárias também importam. Haver uma alternativa [rodoviária] é também sinónimo de qualidade e competitividade. A não existência de uma rodovia que seja competitiva, também inibe a atração de empresas para este território. É isso que o senhor presidente da Câmara Municipal me tem transmitido e é de facto esta preocupação que levarei e que não esqueço”.

Ponte da Chamusca, que liga à Golegã, é muito estreita e não permite a passagem de dois veículos pesados em simultâneo.
Foto: mediotejo.net

Refira-se que a Chamusca vê a sua velha ponte metálica ser atravessada diariamente por cerca de mil camiões, metade deles viaturas pesadas de transporte de resíduos, a caminho do Eco-Parque do Relvão. A autarquia aceitou que ali fossem integrados estes CIRVER – Centros Integrados de Recuperação, Valorização e Eliminação de Resíduos, com a contrapartida de ser concluída a ligação do Itinerário Complementar 3 à Auto-estrada 13, entre Almeirim e Vila Nova da Barquinha – o que não foi cumprido.

Face à situação, o presidente da autarquia chamusquense, Paulo Queimado, continua a “bater na mesma tecla” e a pedir soluções ao Governo, temendo ver o seu concelho “ficar para trás” no que se refere à competitividade e à coesão territorial.

ÁUDIO | Paulo Queimado, Presidente da Câmara Municipal da Chamusca

“É uma necessidade que nós temos para a coesão territorial. Portanto, transmiti-lhe, [à Ministra Ana Abrunhosa], que nos últimos quatro anos perdemos cerca de 100 milhões de euros de investimento, porque as empresas que têm terrenos comprados para se instalarem no nosso território estão a abandonar os projetos, porque a autoestrada não é construída. Isto é completamente inadmissível”, sublinhou o autarca. “Este problema tem de ser ultrapassado”, vincou.

Natural de Torres Novas, licenciada em jornalismo, apaixonada pelas palavras e pela escrita, encontrou na profissão que abraçou mais do que um ofício, uma forma de estar na vida, um estado de espírito e uma missão. Gosta de ouvir e de contar histórias e cumpre-se sempre que as linhas que escreve contribuem para dar voz a quem não a tem. Por natureza, gosta de fazer perguntas e de questionar certezas absolutas. Quanto ao projeto mais importante da sua vida, não tem dúvidas, são os dois filhos, a quem espera deixar como legado os valores da verdade, da justiça e da liberdade.

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1 Comentário

  1. Ao ler a notícia, lamento que a Senhora Ministra não tenha sido alertada, do grave problema que se está a passar com a deposição de lamas perigosas, na Herdade Casal da Água da Prata.
    Onde existem as principais fracturas das Águas de Nascente, que por sua vez alimentam as Nascentes das Águas da Freguesia de Ulme e da Fábrica de Engarrafamento Aquarela.
    Situação inaceitável e já devidamente denunciada ao Presidente da Câmara Municipal, assim como a outras entidades.
    E pelo que me é dado a saber, ainda não foram capazes de parar com esta gravíssima agressão ambiental.
    Por outro lado, pergunto à Senhora Ministra, porque é que Portugal é o depósito do lixo de outros Países.

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