Pesca no Rio Tejo. Foto: Jorge Santiago

O Grupo ‘Unidos pelo Tejo’ vai promover no dia 5 de setembro, na Chamusca, um evento em defesa da pesca lúdica no rio Tejo, nas Zonas de Pesca Profissional (ZPP) entre a Chamusca e Ortiga (Mação), troços nos quais a pesca lúdica continua proibida.

A petição lançada em junho pelo mesmo grupo e com o mesmo objetivo, já conta com cerca de 700 subscrições. No dia 5, os pescadores e apoiantes concentram-se às 10 horas junto ao rio, seguindo-se às 11h00 as declarações dos intervenientes e a visita aos locais com potencial de pesca e lazer.

O programa contempla ainda um piquenique familiar nas margens do Tejo, seguido de limpeza da zona ribeirinha.

O Grupo Unidos pelo Tejo apresenta-se como não tendo filiação partidária nem associativa. “Saímos à rua em defesa do Tejo e pela liberdade de movimentos nas suas margens. Iremos lutar pelo Tejo e pela sua dignificação. O que nos move são as liberdades individuais e não queremos mais nenhum retorno que não seja a correção/eliminação do artigo 20ºA ao edital: https://www.icnf.pt/api/file/doc/24400dbb9f509846”, explicam os promotores.

Na referida petição recomenda-se aos órgãos de soberania, a reavaliação dos editais do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) nos quais se proíbe a pesca lúdica e apenas é permitida a pesca desportiva, “contribuindo dessa forma para uma regulamentação mais justa, equilibrada e conducente com os anseios das populações da região”.

A proibição abrange um troço de 62 km que vai da Ponte Isidro dos Reis, na Chamusca, até Ortiga, no concelho de Mação, e engloba duas ZPP, uma entre Ortiga e Alferrarede, a zona do Taínho, e um outra entre Alferrarede e Chamusca.

Os subscritores argumentam que “a prática da pesca lúdica foi desde sempre uma atividade de lazer que promove o bem-estar e o convívio social, com especial relevância nas zonas ribeirinhas do interior do País”. Nas zonas ribeirinhas da região, a pesca lúdica “é muitas vezes argumento, para os praticantes confraternizarem entre eles ou reunirem as famílias nas margens do Rio Tejo” e também uma atividade “que permite a muitos aposentados, usufruir de uma atividade saudável, ao ar livre e do contacto com a natureza, procurando alguma paz e a serenidade merecida”, lê-se no texto da petição.

Para os apoiantes desta causa, “não são percetíveis razões científicas, ambientais, de preservação ou de proteção de espécies, para que nas ZPP´s em causa, a pesca profissional e a pesca desportiva sejam permitidas e a pesca lúdica seja proibida”.

Esta discriminação “provoca um sentimento de injustiça social, um impacto negativo na promoção turística das regiões em que as ZPP´s se inserem e na atividade económica ligada à pesca lúdica e outras, tais como o comércio, a restauração e a hotelaria”.

Lembram ainda os subscritores que “a pesca lúdica contribui para a criação de emprego, o desenvolvimento económico das regiões, para o bem-estar das populações e é fator importante na promoção do Rio Tejo como fonte de natureza e de turismo”.
Vários pescadores têm denunciado nas redes sociais a atuação e o “excesso de zelo” por parte da GNR que tem confiscado material de pesca e aplicado coordenações.

Para quem não pode assinar a petição online, os interessados podem assinar em papel em qualquer loja de pesca da região. O objetivo é a recolha de 4500 assinaturas, no mínimo.

José Gaio

Ganhou o “bichinho” do jornalismo quando, no início dos anos 80, começou a trabalhar como compositor numa tipografia em Tomar. Caractere a caractere, manualmente ou na velha Linotype, alinhavava palavras que davam corpo a jornais e livros. Desde então e em vários projetos esteve sempre ligado ao jornalismo, paixão que lhe corre nas veias.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *