Um homem de 23 anos foi detido pela GNR da Chamusca, no dia 1 de julho, pela prática de vários furtos em residência ocorridos nas localidades de Arripiado, Carregueira e Constância Sul.
Segundo o comunicado da GNR, o homem, que já tinha sido detido uma vez em flagrante delito por ofensas à integridade física simples e sete por mandados de detenção resultantes da prática de furtos, foi conduzido e entregue ao Estabelecimento Prisional de Leiria, onde irá cumprir uma pena de 14 meses de prisão efetiva a que havia sido condenado no início de junho.
Depois de protestos da população local e de pedidos da Câmara da Chamusca e da Junta de Freguesia da Carregueira, os militares da Guarda intensificaram o patrulhamento nas localidades afetadas e realizaram diligências policiais que culminaram na identificação do suspeito.
As investigações por furto já decorriam desde o início do ano, com queixas quase diárias de assaltos, chegando ao ponto de se falar em “justiça popular” entre os habitantes da Carregueira e Arripiado.
Os moradores, a maior parte idosos, temiam pela sua vida uma vez que chegavam a encontrar o suspeito a furtar no interior das suas habitações ou anexos.
Segundo relatos dos autarcas e da população local, o “modus operandi” era sempre o mesmo. O indivíduo aproveitava-se da ausência dos proprietários, arrombava portas ou janelas e levava objetos de valor para depois comercializar.
O problema foi abordado na reunião da Câmara da Chamusca do dia 26 de junho, justamente num dia em que se registou mais um caso de furto.
O assunto foi apresentado pela vereadora Gisela Matias (CDU) que questionou sobre as medidas que foram tomadas para minimizar o problema e garantir mais segurança às populações.
O Presidente da Câmara defendeu que, perante as dezenas de relatos e o clima de medo que se instalou, “o indivíduo tem de ser preso”.
Paulo Queimado relatou que o novo centro BTT do Arripiado foi um dos alvos do indivíduo. O autarca contou que “há três ou quatro semanas” disparou o alarme do centro BTT e quando os responsáveis chegaram ao local descobriram uma janela partida e vestígios de sangue. O suspeito foi visto nas proximidades “com um molho de couves debaixo do braço”.
Prova do ambiente de medo e desconfiança na população local é que há relatos de casais a dormir por turnos para guardar as suas propriedades, segundo revelou Paulo Queimado.
Na reunião foi referido outro aspeto que tem a ver com a retirada das queixas. Ou seja, as vítimas dos assaltos apresentam queixa, mas depois são alvo de ameaças e agressões por parte do indivíduo e acabam por retirar a queixa com medo de represálias.
A prisão do principal suspeito da onda de assaltos na freguesia da Carregueira representa um alívio para a população que, pelo menos durante alguns meses, pode dormir descansada.