O Presidente da Junta de Freguesia de Ulme, no concelho da Chamusca, faz um “balanço bastante positivo” do 2º festival de artes urbanas em contexto rural, o Pin’Arte 2020, que decorreu de 11 de setembro a 11 de outubro.
Nesta 2ª edição participaram os maiores nomes de arte Urbana em Portugal onde se destacam Catarina Glam e a dupla Contra&Draw. No total, o evento que está a colocar Ulme no mapa da arte urbana em Portugal, contou com a participação de 11 artistas num total de 17 Intervenções.
Para fazer um balanço da iniciativa, colocámos algumas questões ao Presidente da Junta, Mário Ferreira:
– De uma maneira geral qual o balanço do 2º Pin´Arte?
É um balanço bastante positivo. Já tivemos algumas centenas de visitantes. Este ano continuamos a diversidade de técnicas usadas, bem como a vertente escultórica. Estiveram presentes nesta edição grandes nomes da arte urbana em Portugal. Destacamos a Catarina Glam e a dupla Contra&Draw, que neste momento são dos maiores nomes de arte Urbana em Portugal. Conseguir esses nomes dá uma maior visibilidade e notoriedade ao evento. Juntamos ainda, Bigod, Miúdo, Malukartes que teve origem no 1º Pin arte, Mariana Roque, Monica Santos, Óscar Rodrigues, Ricardo Gonçalves e Vasco Maio. Se aos trabalhos destes artistas juntarmos as intervenções de 2019, em que tivemos intervenções de Camilo, Mariana Simão, Skran e Vitó Julião, podemos dizer que a Freguesia é já uma bela galeria a céu aberto.
Além disso, tivemos ainda a possibilidade de ensaiar algo já a pensar em 2021, que são a arte dos afetos, em que se interveio junto de duas habitações, com a participação dos moradores, cujo objetivo é envolver os “afetos” dos próprios habitantes para a construção de “arte urbana, em contexto rural”
– Quanto a números, quantos artistas participaram? Quantas obras foram criadas?
Tivemos 11 artistas num total de 17 intervenções.
– Esta é também uma forma de reabilitar fachadas degradadas…
sim, algumas degradadas, outras que julgamos ter potencial de visibilidade, para que se possa criar um roteiro de visita.
– Quer destacar alguma pintura em especial?
Sou suspeito, mas temos este ano grandes obras: “as mondadeiras” do artista BIGOD em Ulme, na parede do estaleiro da Junta de Freguesia de Ulme, e os tiradores de Cortiça dos artistas “Contra e Draw” no Semideiro.
E temos a parede das Malukartes junto ao fontanário do paço da rainha, que permite interação com a arte. Alem de pinturas, este ano tivemos também a vertente escultória com Óscar Rodrigues e Catarina Glam. Destaco a obra as Obreiras, executada em Motosserra, executada pelo Óscar Rodrigues, homenageando a população obreira do Semideiro e Ulme.

– Esperam captar mais visitantes ao Ulme e ao Semideiro com esta iniciativa?
Claro, embora o contexto Covid não seja favorável a visitantes, mas a aposta é esse aumento de portfólio visitável para que, ano apos ano, possamos ir aumentando a oferta e captemos a atenção no exterior. Queremos captar visitantes e já agora que façam também algum consumo na nossa terra e concelho. Dá imensa publicidade para o exterior.
Mas posso dizer que temos tido muitos visitantes. O nosso pequeno festival neste momento ombreia com os grandes festivais de arte Urbana realizados em Portugal, com a particularidade de sermos uma freguesia pequena e normalmente esses festivais (ESTAU-FAZUNCHAR-WOOL, exemplos) são em cidades. A outra particularidade é que queremos manter o contexto rural
– Este ano houve ainda outras iniciativas para além das pinturas murais. Quer falar sobre isso?
O conceito que queremos é um festival de artes urbanas em contexto rural, e com isso trazer algumas performances à nossa freguesia, nomeadamente artistas de rua com diversidade artística, como música, teatro, performances, etc. este ano com a pandemia não foi possível. Introduzimos só a escultura e realizámos a exposição de espantalhos realizados pela USUS, Universidade Sénior de Ulme e Semideiro, trabalhos realizados em confinamento.
– Pode-se dizer que a freguesia já é uma referência na arte urbana na região?
Sim, no distrito sem dúvida e mesmo a nível Nacional. Alguns artistas também já nos procuram que gostavam de participar, quem tem passado por cá tem gostado, até do convívio com os populares e isso publicita entre artistas o próprio evento.
O nome do Festival acaba por ficar no ouvido, é uma grande ajuda (risos) desperta a atenção e já começa a ser uma referência.
– Haverá uma terceira edição ou o festival vai ficar por aqui?
Já estamos a pensar nela. Acho que a Junta de Freguesia de Ulme e o Município da Chamusca (independentemente dos executivos futuros), devem manter esta aposta, que é já uma marca do concelho para o exterior. Para 2021 se a pandemia o permitir, iremos ter nova edição com novidades e diversidades e com um maior envolvimento da população, é nisso que já estamos a trabalhar.
– Para quem ainda não sabe, pode explicar a origem do nome “Pin´Art”
(Risos) É fácil, juntamos ARTE, ao nome dos habitantes de Ulme, “os Pinéus”, deu Pin (éu) + Arte, É importante fazer a pausa no apóstrofe, Pin´Arte. A coincidência “maliciosa” tem ajudado à promoção do festival pois fica no ouvido, acho que é uma boa marca.
– Uma palavra final…
Queríamos fazer um agradecimento a todos os que permitiram que fosse possível este evento, ao Município da Chamusca, aos artistas, aos funcionários da Junta, aos proprietários dos espaços intervencionados, à população em geral e à imprensa pela divulgação. Fica o convite: visitem e explorem a nossa freguesia.