Centro Social Paroquial de Rossio ao Sul do Tejo, publicada na rede social Facebook. Créditos: DR

O lar do Centro Social Paroquial de Rossio ao Sul do Tejo (Abrantes) já entrou em obra de requalificação há mais de um ano mas só recentemente viu aprovada uma candidatura ao programa PARES da Segurança Social, que irá apoiar financeiramente a instituição num investimento que ronda os 400 mil euros. 

As obras de requalificação do edifício antigo, do século XIX, no centro de Rossio ao Sul do Tejo, que funciona como lar, eram “fundamentais” caso contrário a instituição acabaria por fechar portas ”por questões de segurança”, explica ao nosso jornal o padre Adelino Cardoso, responsável pela Instituição Particular de Solidariedade Social.

A direção da instituição deliberou avançar então com a intervenção, mesmo desconhecendo se haveria qualquer apoio financeiro. A aprovação da candidatura ao Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais (PARES) chega agora, no momento em que a obra “está praticamente concluída”, explica o padre, acrescentando tratar-se de “uma excelente ajuda”.

Segundo Adelino Cardoso “estas instituições precisam muito de apoio. Os nossos idosos trabalharam imenso, deram muito ao país”, importa, portanto, no seu entender, “que o Governo olhe para eles. Há muito idosos sozinhos, isolados, sem condições financeiras para irem para um local digno”.

As dificuldades financeiras “são uma das causas que faz surgir os lares ilegais. Mas vão para onde se a sociedade não dá resposta?”, interroga o padre.

Por isso, esta planificação surgiu, muito antes do Centro Social Paroquial de Rossio ao Sul do Tejo ter visto aprovada a sua candidatura, avaliada em cerca de 400 mil euros.

A obra “já era para estar acabada mas devido à pandemia, à falta de mão de obra, à falta de matérias primas, tem atrasado. E depois tínhamos projetado uma coisa mas com edifícios antigos surgem sempre umas surpresas”, diz.

Segundo Adelino Cardoso, “o financiamento do programa PARES é na ordem dos 75%. Uma alavanca financeira para a instituição porque vivemos sempre no limiar e queremos manter os postos de trabalho. Sem as obras a instituição teria de fechar portas”, notou.

Até porque com o “atraso” na intervenção, as despesas aumentaram para o Centro Social uma vez que os 22 idosos do lar tiveram de ser colocados “em duas casas e é uma sobrecarga muito grande inclusivamente com a alimentação e tratamento de roupas”, explica o responsável, referindo que a instituição conta também com a valência de apoio domiciliário.

No edifício em obra de reabilitação pensa-se numa sala para abrir à comunidade. A ideia passa por “criar um espaço aberto à comunidade, um espaço de convívio, de confraternização”. Se não for possível agora “será sem dúvida no próximo projeto, uma nova candidatura para reabilitar o tecido urbano junto ao lar que está degradado e aí criar uma sala grande” para a população rossiense, avança o padre Adelino Cardoso.

De acordo com a Segurança Social, o programa PARES, “e acomodando resposta a novos desafios evidenciados no período de pandemia provocada pela covid-19, o investimento em equipamentos sociais assume uma dimensão estratégica cada vez mais relevante para o desenvolvimento de Portugal, nomeadamente na retoma da economia, em particular da economia social, cujo papel cooperante e decisivo na construção de uma sociedade socialmente mais justa e digna impulsiona para uma nova ambição da rede de equipamentos sociais, que aumente a qualidade e a capacidade das respostas nas áreas da infância, pessoas com deficiência e população idosa”.

Em agosto de 2020 surgiu o PARES 3.0, programa de apoio ao investimento para novas construções e para reabilitação de infraestruturas.

No concelho de Abrantes foram quatro as Instituições Particulares de Solidariedade Social que, recentemente, viram as suas candidaturas ao programa PARES aprovadas. Para além do Centro Social Paroquial de Rossio ao Sul do Tejo, também o Centro Social Paroquial de Nossa Senhora da Oliveira, em Tramagal; o Centro Solidariedade Social do Souto e a ACATIM – Associação Comunitária de Apoio à Terceira Idade de Mouriscas.

A sua formação é jurídica mas, por sorte, o jornalismo caiu-lhe no colo há mais de 20 anos e nunca mais o largou. É normal ser do contra, talvez também por isso tenha um caminho feito ao contrário: iniciação no nacional, quem sabe terminar no regional. Começou na rádio TSF, depois passou para o Diário de Notícias, uma década mais tarde apostou na economia de Macau como ponte de Portugal para a China. Após uma vida inteira na capital, regressou em 2015 a Abrantes. Gosta de viver no campo, quer para a filha a qualidade de vida da ruralidade e se for possível dedicar-se a contar histórias.

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