Castelo do Bode em fevereiro de 2022.. Foto: mediotejo.net

Desde o início do mês de março, o nível da água na albufeira de Castelo do Bode já subiu mais de um metro, segundo os dados do Sistema Nacional dos Recursos Hídricos. A barragem de Castelo de Bode tem beneficiado das reservas maiores da barragem de Cabril e está nesta fase a 60% da capacidade total, mas 65% é o nível mínimo para garantir o abastecimento de água, nomeadamente a Lisboa. Faltam nove metros para os níveis voltarem aos valores necessários.

A chuva que tem caído, aliada às restrições impostas pelo Governo no mês passado, proibindo a produção hidroelétrica na barragem, fazem com que, gradualmente, a cota da água vá subindo. Isso é testemunhado por pessoas que diariamente atravessam a barragem e que têm pontos de referência para avaliar o nível da água.

No dia 23 deste mês a cota estava nos 107.99 m, mais 19 cm do que dois dias antes. Ainda assim, está cerca de 10 metros abaixo do nível de há um ano. O volume de água armazenada no dia 23 de março era de 682 mil decâmetros cúbicos, quando há na mesma data, em 2021, era de 972 mil dam3.

“À medida que os níveis de chuva e de enchimento das albufeiras possam vir a melhorar, não deixaremos de ajustar as medidas”, afirmou o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) numa entrevista ao Observador.

Nuno Lacasta considera que para isso é preciso que os “valores de enchimento das albufeiras” voltem a estar próximos dos valores médios nesta época do ano. Segundo o Observador, há cerca de um mês a previsão interna da APA era a de que não haveria condições para repor a exploração hidroelétrica nas cinco barragens condicionadas até ao final do ano hidrológico, ou seja, em setembro.

A recuperação nas últimas duas semanas em algumas barragens deve-se, segundo o responsável da APA, pelo facto de ter chovido mais, a gestão conjunta de diferentes barragens e também pelo “caudal ecológico, que foi registado em baixa”.

A produção de energia continua suspensa, existindo apenas autorização para que as turbinas funcionem durante 2 horas por semana, para manutenção dos sistemas.

José Gaio

Ganhou o “bichinho” do jornalismo quando, no início dos anos 80, começou a trabalhar como compositor numa tipografia em Tomar. Caractere a caractere, manualmente ou na velha Linotype, alinhavava palavras que davam corpo a jornais e livros. Desde então e em vários projetos esteve sempre ligado ao jornalismo, paixão que lhe corre nas veias.

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1 Comentário

  1. Moro em Constância nasci em 1946 abnda me lembro vagamente da construção da barragem do Castelo dio Bode onde vou todas as semanas ver a altura da água na frégua existente na barragem e é com muita satisfação que vejo a água cá em cima o que significa um próximo ano tranquilo e ainda me lembro do camião gigante e do Sr. Germano condutor do mesmo morava em Tomar t já deve ter falecido-

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