Inauguração da sala de visita imersiva 'Rota dos Templários - Vila Nova da Barquinha'. Créditos: mediotejo.net

A nova sala de visita imersiva ao Castelo de Almourol encontra-se implementada no edifício do Centro Cultural, onde encontramos o Posto de Turismo e o Centro de Interpretação Templário de Almourol (CITA), em Vila Nova da Barquinha”, integrada no projeto ‘Rota dos Templários’, e já pode ser visitada.

Trata-se de um produto turístico que proporciona a visita ao Castelo de Almourol num ecrã 180º, garantindo a acessibilidade, ao monumento, a pessoas de mobilidade condicionada. Com recurso a tecnologias inovadoras (realidade virtual aumentada) sobrevoa-se o Castelo, entra-se no monumento e descobre-se os arredores e a história.

O projeto visa promover uma experiência virtual templária, assente em factos históricos mas essencialmente promover a acessibilidade (física, comunicacional, pedagógica, virtual e para a investigação), sendo uma mais-valia para pessoas com mobilidade condicionada.

O objetivo passa, ainda, pela melhoria da experiência do visitante, ao mesmo tempo que se dota o território de mais um produto turístico distinto, em formato de “Rota”, com um novo polo de atração e com incremento do desenvolvimento económico.

Ou seja, pretende-se que seja mais um atrativo para os turistas que procuram a temática dos Templários, valorizando o território incluindo na perspetiva da narrativa, uma vez que é explicado durante a apresentação, com cerca de 10 minutos, como surgiu este exemplo nacional da arquitetura militar.

A ‘Rota dos Templários’ pretende “assumir-se como um produto turístico para esta região que é central, de cultura e monumental, porque quer Ferreira do Zêzere, quer Tomar, quer Vila Nova da Barquinha, e já estamos a trabalhar com Soure, no sentido de dinamizarmos e alavancarmos estes ativos culturais e monumentais a favor da região”, começou por dizer o presidente da Câmara de Vila Nova da Barquinha, Fernando Freire, que considera “fundamental” alavancar a oferta turística.

Importa dotar Portugal de “novos produtos turísticos”, uma vez que o turismo já representa mais de 21% do PIB, portanto, procurar “novos mercados e novos segmentos”, acrescentou o autarca. Ao nosso jornal Fernando Freire reforçou essa ideia, à margem da cerimónia de inauguração.

“O processo está construído de forma a ser inclusivo. Esse é o grande objetivo porque pelas características morfológicas da ilha era completamente impossível” terem acesso pessoas com mobilidade reduzida. “Entendemos que dentro do princípio da igualdade e da liberdade faria sentido. Foi uma grande preocupação nossa a instalação deste equipamento”, disse.

Além disso, notou, “atraímos para o centro da vila, várias atividades, mais-valias”, dando conta de não ser este projeto o último em carteira.

“Há outra candidatura já a seguir. Dotarmos este equipamento, que é a casa da cultura, com outra dinâmica templária de mais-valias e também interagir com outros concelhos do nosso território e territórios confinantes, nomeadamente Soure, no sentido de entrarmos noutra porta de entrada num território que é fora da nossa região e que termina aqui ou vice-versa. O objetivo é dar a conhecer a Ordem do Templo e a Ordem de Cristo em várias vertentes de maneira a que as pessoas permaneçam nos territórios e criem riqueza”, esclarece.

Inauguração da sala de visita imersiva ‘Rota dos Templários – Vila Nova da Barquinha’. Créditos: mediotejo.net
ÁUDIO | PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE VN DA BARQUINHA, FERNANDO FREIRE

O Centro de Interpretação Templário de Almourol (CITA) permite a afirmação da rota templária no território, através da criação de elementos físicos e expositivos que possibilitam ao visitante contactar com a história e com as lendas indissociáveis do Castelo de Almourol. O monumento nacional é uma das mais fortes heranças da Ordem do Templo em Portugal, facto que contribui fortemente para a sua visitação por turistas nacionais e estrangeiros. O espaço cultural permite incluir Vila Nova da Barquinha nas rotas turísticas nacionais e internacionais associadas à questão templária.

O Castelo de Almourol é um ícone de Portugal. Fortaleza reconstruída por Gualdim Pais, mestre da Ordem dos Templários, em 1171, é o ex-libris do concelho de Vila Nova da Barquinha. À época da Reconquista integrava a chamada Linha do Tejo, constituindo um dos exemplos mais representativos da arquitetura militar da época, evocando simultaneamente os primórdios do reino de Portugal e a Ordem dos Templários, associação que lhe reforça a aura de mistério e romantismo.

A singular localização do Castelo torna-o um dos mais bonitos monumentos do País, tendo sido considerado Monumento Nacional em 1910. Em 2007, foi um dos 21 finalistas da eleição das 7 Maravilhas de Portugal.

Inauguração da sala de visita imersiva ‘Rota dos Templários – Vila Nova da Barquinha’. Créditos: mediotejo.net

Durante a cerimónia de inauguração da sala de visitas imersiva, Jorge Simões, da CIM Médio Tejo, manifestou agrado por estar na inauguração da nova oferta turística considerando o sala imersiva “um trabalho muito bem feito e muito na perspetiva da sustentabilidade do turismo”.

Por seu lado, o presidente do Turismo do Centro, Pedro Machado – de saída da entidade de turismo, com eleições este mês, uma vez que não se pode recandidatar a um terceiro mandato -, salientou “o papel relevante” dos 100 municípios do Turismo de Centro de Portugal, afirmando que “cada município acrescenta valor”.

Referiu ser necessário “quebrar mitos” de que uns municípios “estão mais predispostos para o turismo do que outros. Não! Todos têm um papel relevante porque emprestam a sua história, o seu ADN, aquilo que é a sua singularidade, as suas raízes para o extraordinário mundo da atração turística em Portugal e que foi responsável, em 2022, por cerca de 21 mil milhões de euros na receita. É um PRR por ano”, comparou.

Falando em “distribuição equitativa” para os territórios, Pedro Machado referiu igualmente a necessidade de “criar condições e motivos de atração”. Momento para falar nos “ativos qualificantes” ou seja, “naquilo que Portugal se posiciona nos seus 25 mercados internacionais”, aquilo que distingue Portugal de outros países: “o clima e a luz, a natureza e a biodiversidade, a água, as manifestações histórico-culturais e o mar”.

ÁUDIO | PRESIDENTE DO TURISMO DO CENTRO, PEDRO MACHADO

‘Rota dos Templários’ concluída no último trimestre de 2023, exceto Dornes

Relativamente à ‘Rota dos Templários’ um projeto no âmbito da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Médio Tejo, tendo sido pré-apresentada na BTL, em Lisboa, Miguel Pombeiro, em declarações ao nosso jornal, referiu que Vila Nova da Barquinha “é o município mais avançado no programa”.

Com esta inauguração “concluiu-se quer a intervenção do Município quer a intervenção em conjugação com a CIM Médio Tejo. Neste momento está em fase de conclusão todo o processo no Convento de Cristo [Tomar], portanto, passamos a ter uma representação do cerco ao Castelo, também através de novas tecnologias, e ainda uma apresentação, uma espécie de cartão de visita do Médio Tejo no próprio Convento de Cristo, um monumento icónico e património mundial. Aí as pessoas poderão ter uma ‘pincelada’ sobre a região onde estão”, disse.

Sobre Dornes, em Ferreira do Zêzere, o secretário executivo da CIM Médio Tejo falou numa “má” noticia sendo na verdade “boa” referindo-se “às escavações arqueológicas na Torre. Os achados arqueológicos são de grande valor o que vai atrasar a parte de intervenção do próprio município”, observou.

“Aquela que está prevista, em termos das novas tecnologias de videomapping, em principio não será prejudicada. Durante o último trimestre do ano ficará tudo concluído, eventualmente com exceção da Torre de Dornes, a intervenção na parte interior que é da responsabilidade da Câmara Municipal de Ferreira do Zêzere. Por motivos óbvios vamos tratar com o Turismo de Portugal no sentido de poder haver uma prorrogação do prazo para se manter o financiamento”, afirmou Miguel Pombeiro.

ÁUDIO | SECRETÁRIO EXECUTIVO DA CIMT, MIGUEL POMBEIRO
Centro Cultural em Vila Nova da Barquinha. Créditos: mediotejo.net

O Município da Barquinha pensa agora no futuro e na candidatura à Linha + Interior Turismo ‘Por Terras Templárias’ que terá como eixos estratégicos o enriquecimento e atualização de conteúdos históricos com recurso a tecnologias com uma forte componente interativa e com incremento de acessibilidades para todos.

Também a criação e desenvolvimento do produto turístico tendo como pontos de entrada Soure e Vila Nova da Barquinha, com passagem por todos os territórios de ligação e com marca templária e garantia de suscetibilidade.

E ainda a promoção da temática com uma forte abrangência territorial gerando externalidades positivas, de caráter supramunicipal.

Foto: CMVNB

A ligação estreita entre o território do concelho de Vila Nova da Barquinha e a temática templária está, então, espelhada no CITA, com exposições permanente e temporárias, com peças, manequins, fotografias, ilustrações, infografia e textos. Na sala de projeção é possível visionar diversos filmes alusivos ao tema.

Vila Nova da Barquinha é um dos municípios que assinou o protocolo de colaboração, juntamente com outros municípios e entidades do setor, para a implementação da ‘Rota dos Templários’ em Portugal, uma rede com condições para integrar a Rota Templária Europeia.

O protocolo foi assinado pelo Turismo de Portugal, a Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal, a Entidade Regional de Turismo do Centro de Portugal, a Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, o Município de Arronches, o Município de Castelo Branco, o Município de Ferreira do Zêzere, o Município de Mogadouro, o Município de Nisa, o Município de Pombal, o Município de Sabugal, o Município de Soure, o Município de Tomar, o Município de Vila Nova da Barquinha e o Município de Vila Velha de Ródão.

O CITA pode ser visitado, no edifício do Centro Cultural, de terça-feira a sexta-feira, das 09h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30 e também aos sábados e domingos, das 10h00 às 13h00 e das 15h00 às 18h00.

A sua formação é jurídica mas, por sorte, o jornalismo caiu-lhe no colo há mais de 20 anos e nunca mais o largou. É normal ser do contra, talvez também por isso tenha um caminho feito ao contrário: iniciação no nacional, quem sabe terminar no regional. Começou na rádio TSF, depois passou para o Diário de Notícias, uma década mais tarde apostou na economia de Macau como ponte de Portugal para a China. Após uma vida inteira na capital, regressou em 2015 a Abrantes. Gosta de viver no campo, quer para a filha a qualidade de vida da ruralidade e se for possível dedicar-se a contar histórias.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *