A Câmara de Abrantes assinalou hoje publicamente o lançamento da empreitada de construção do Museu Ibérico de Arqueologia e Arte (MIAA), um investimento de quatro milhões de euros tido por “estruturante” no processo de regeneração urbana da cidade.
No edifício da Biblioteca Municipal António Botto, paredes meias com o local onde vai ser edificado o MIAA, cuja empreitada de construção tem uma duração a contratualizar de 30 meses e está condicionado à obtenção de fundos comunitários, a presidente da autarquia de Abrantes, Maria do Céu Albuquerque disse que esta obra, que deve estar concluída em finais de 2018, é “fundamental para a revitalização do centro histórico”, no âmbito de um projeto mais vasto de regeneração urbana da cidade e que assenta na requalificação e musealização do Convento de São Domingos.
Segundo observou Maria do Céu Albuquerque, com o lançamento da empreitada (o concurso público tem a duração de seis meses) a autarquia “não quer perder mais tempo e quer criar as condições para avançar de imediato com a obra assim que sejam libertadas as verbas”, relativas aos fundos comunitários.
O MIAA vai ocupar todos os espaços disponíveis atuais do Convento de S. Domingos para áreas de exposições, permanentes e temporárias, que serão predominantes, com os espaços que irão albergar parte da coleção de arqueologia e arte municipal, o espólio de pintura contemporânea da pintora Maria Lucília Moita e a coleção arqueológica Estrada, propriedade da Fundação Ernesto Lourenço Estrada, Filhos, assim como para instalar os serviços indispensáveis ao funcionamento do Museu e Centro de investigação associado, da receção ao serviço educativo, uma área de armazém e diversas áreas técnicas.
O futuro museu vai acolher cerca de cinco mil peças que integram as coleções da Fundação Estrada ao nível de ourivesaria ibérica, armaria e arte sacra dos séculos XVI a XVIII, para além de coleções de numismática, arquitetura romana, medieval e moderna, relógios de várias épocas e uma exposição de arqueologia e história local.
Um investimento que, segundo afirmou a presidente da Câmara Municipal, “permitirá uma afirmação cultural muito forte no contexto nacional e internacional, tornando público o acesso a uma coleção de valor inestimável e de foro privada, além da criação de um grande centro cultural que complementará as várias funções do centro histórico, como as residenciais, administrativas e comerciais”, no âmbito da estratégia delineada para Abrantes no contexto da região do Médio Tejo, em termos de regeneração urbana e turismo cultural.
Associado ao Museu Ibérico, o espaço vai ter um Centro de Investigação para “assegurar a continuidade do estudo das coleções” que ali serão expostas e que sirva de polo dinamizador de projetos de investigação e de parcerias com universidades, museus nacionais e estrangeiros.
*C/LUSA