A vila de Belver viaja no tempo este fim de semana, com a tradicional Feira Medieval, e quem visitar a vila até este domingo poderá encontrar elementos que indicam isso mesmo, numa viagem à Idade Média, com as gentes a trajar a rigor e encenações e animações teatrais, danças mouriscas e música de época a produzir um ambiente de outrora, convidando ao misticismo típico da altura.
O arraial medieval tem programação alargada este ano mas o acolhimento é o mesmo, sendo que todos são bem-vindos para fazer a festa e passar bons momentos entre amigos e em família, com os mais novos incluídos no programa.
O mercado medieval arrancou na sexta-feira, dia 16, e já mexia cerca das 18h00. Mas foi com o cortejo com o Prior do Hospital cerca de uma hora depois, e no momento de proclamação do Auto De Abertura do Arraial que tudo se oficializou, num misto de animação de rua, teatro e música de época. E muitas gargalhadas e traquinices à mistura.
Este ano o espaço dedicado aos mais novos conta com um carrossel diferente, feito de cestas, tal como os baloiços e restantes equipamentos de diversão são adaptados à época, prometendo muitos risos e sorrisos nesta experiência junto aos espaços de restauração.
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Numa tarde de muito calor, a sombra foi bem-vinda no Largo da Igreja Matriz, ponto nuclear das iniciativas e encontros, logo após entrar no pórtico da feira medieval.
Mas este ano as atividades regressam ao Castelo, com o assalto ao Castelo de Belver previsto para este sábado à noite, sendo considerado um dos pontos altos da programação desta edição, juntamente com o Banquete Régio no Miradouro do Outeirinho, este que é o pontapé de saída da feira medieval num convívio comunitário assegurado ano após ano.
Considerado um dos eventos de referência do concelho e da região, a Feira Medieval conta com as bancas e barraquinhas de artesãos de Belver, do concelho de Gavião e vindos até do estrangeiro, não faltando brinquedos em madeira, com espadas, escudos e as coroas de flores secas, bugigangas, cristais, incensos e saboaria, entre outro artesanato feito de madeira, doçaria e produtos regionais, vestuário e peças ornamentais.
O castelo e as ruas estão engalanadas a rigor com faixas e bandeirolas, e ao cair da noite as luzes tornam o ambiente mais místico e acolhedor. Há lugar a música, danças mouriscas, treinos de armas e teatro de fogo.
Para António Severino, vice-presidente da Câmara de Gavião, é de sublinhar a continuidade desta iniciativa, lembrando o autarca que esta feira medieval esteve na génese destes mercados de época da Idade Média, contando já com 18 edições em Belver.
“Aqui nasceram as feiras medievais e naturalmente é com gosto que esperamos que nestes três dias as pessoas venham até Belver, que adiram a esta que é uma vila histórica do concelho e que usufruam de toda a animação que está preparada num evento organizado em parceria com a Junta de Freguesia de Belver, que quisemos numa união de esforços dar um significado à freguesia e ao concelho na agenda cultural de Gavião”, disse.

ÁUDIO | Entrevista a António Severino, vice-presidente da Câmara Municipal de Gavião, e Martina Jesus, presidente da Junta de Freguesia de Belver
Por seu turno, Martina Jesus, presidente de Junta de Belver, relevou o facto de o Castelo, monumento nacional, proporciona “o enquadramento adequado” a nível histórico e cultural para a realização deste certame.
“Isto enriquece a freguesia, enriquece o concelho”, notou, acrescentando que a Câmara e a Junta de freguesia se uniram em parceria este ano e as expectativas são altas e de que tudo corra bem.
“Quem cá vier vai gostar certamente. Temos muito mais animação que nos anos anteriores, temos mais mercadores/artesãos internacionais, nacionais e locais, acreditamos e apostamos, e cremos que vão ser dias de reviver a época medieval com momentos místicos, culturais, de alegria, de animação… Acho que vai ser muito interessante”, assumiu Martina Jesus.
Este sábado, a presidente de junta destacou do programa o regresso do assalto ao Castelo de Belver, com as iniciativas a regressarem àquele monumento, sendo considerado um dos momentos-chave da animação e teatralização.

A aposta neste evento permite que as pessoas não só visitem a vila e o concelho de Gavião, como possam ainda aproveitar a oferta turística e cultural bem como o património histórico e natural.
“Há muitas pessoas que pernoitam cá, que ficam nos alojamentos em redor, e acabam por visitar o resto do concelho e da freguesia”, sendo que em Belver existe não só o núcleo museológico do Castelo, como o Museu do Sabão, único no país, e o Museu das Mantas e Tapeçarias, além da rede de passeios pedestres, a Casa das Artes em Gavião e a Eco-Laguna.
“A oferta [turística e cultural] é grande e a vontade de receber também é. Agora cabe às pessoas virem até cá, nós vamos recebê-las e de certeza que não se vão arrepender”, afirma a presidente de junta, fazendo o convite para todos os que queiram rumar por estes dias à única vila do Alentejo situada a norte do rio Tejo, ali na confluência entre o norte alentejano, o Ribatejo e a Beira Interior.
A primeira noite teve direito a Banquete Régio, um tradicional repasto com iguarias medievais e onde a população convive à época no miradouro, lançando-se a um fim de semana temático que acaba por fundir momentos e contextos da História de Portugal e da vila de Belver.
Volta a ser uma constante o teatro pelas ruas e a animação, havendo também teatro de fogo. No sábado, a tarde começa com cortejo solene para receber o Corregedor de El-Rei, e pelas 21h00 haverá lugar ao Assalto ao Castelo, um momento que leva de novo os visitantes até a este património nacional e que é muito apreciado por todos.

A XVIII Feira Medieval de Belver termina no domingo, às 22h30. Nessa noite irá recuar-se no tempo até à atribuição de foral de El Rei D. Manuel I à vila, pelas 21h00, depois de zaragatas de taberna, cortejo pelas ruas do burgo, Auto da Fé e Edital de Condenação. O dia encerra com teatro de fogo e acrobacia aérea aludindo às Santas Relíquias.
A Feira Medieval de Belver realiza-se anualmente e decorre no terceiro fim de semana de junho, trazendo à vila um evento de recriação histórica, com várias representações da época medieval, que vão desde a vila até ao Castelo, originando um ambiente diferente. O espaço conta com bancas e tendas de artesãos, espetáculos e espaços de restauração/tasquinhas de época, sendo um evento que todos os anos atrai romarias não só a esta vila como a todo o concelho de Gavião.
O estacionamento pode fazer no campo da bola, ou no parque junto ao Museu do Sabão e na estrada municipal. Há um multibanco a alguns metros, na rua principal, Rua Dom Nuno Álvares Pereira, nº41.
Esta edição conta com vários espaços de restauração, desde A Petisqueira, Taberna do Belver, Taverna D. Sancho I, Taberna da Banda Juvenil do Município de Gavião, e ainda o Salão de Chá e Kebab. Há crepes, cerveja artesanal e ginjinha, entre muitas outras iguarias e produtos que prometem aliciar e encher as medidas de todos os visitantes.