O deputado do Bloco de Esquerda (BE) Carlos Matias classificou hoje como “extremamente grave do ponto de vista ambiental”, a situação criada pela muralha de pedra que corta o rio Tejo em Pego, na zona de Abrantes.

O deputado eleito por Santarém, que visitou hoje o local, disse que aquela obra que interrompeu o curso do Tejo, unindo as margens de Pego e Mouriscas, “não assegura as condições para o peixe subir ou para a navegabilidade”.

Segundo o parlamentar, aquela é uma situação, do ponto de vista ambiental, “extremamente grave, que tem de ser resolvida”.

A visita de Carlos Matias ao local ocorreu na sequência do requerimento do BE para que o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), entidade responsável pelo licenciamento da obra, se apresente no Parlamento para explicações.

A empresa Pegop, que reabilitava o ‘travessão’ de pedra no rio Tejo, que impedia a circulação de água e de peixes, abriu, entretanto, um canal de passagem que “normalizou a situação”.

“A pedido da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) abrimos na quarta-feira um canal para permitir a passagem de peixe e ficou assim reposta a circulação montante/jusante no rio Tejo, quer de peixe, quer de água”, assegurou o diretor de recursos humanos da Central Termoelétrica do Pego – Pegop.

José Vieira, diretor de recursos humanos da empresa, disse à Lusa que a obra de reparação está “devidamente licenciada” pela APA, tendo feito notar que a abertura deste canal “não serve nem resolve os problemas da Pegop, que precisa de mais água”.

Uma das soluções para a questão, apontou o gestor, “pode passar por voltar a fechar o canal agora aberto e rebaixar a zona das antigas escadas de passagem de peixe, para um nível mais consentâneo com o volume de água que hoje passa no Tejo”.

Confrontado com as posições de ambientalistas e pescadores, que defendem a remoção daquele obstáculo do rio Tejo, Carlos Matias disse que “o passo seguinte é ouvir o que têm os responsáveis da APA a dizer e encontrar uma solução técnica que compatibilize a sobrevivência da Pegop e as exigências técnicas para captação de água, com a sobrevivência do Tejo, da natureza e das comunidades ribeirinhas”.

“Se a Pegop precisa de água, tanto o Tejo pode subir como o leito afundar. Se a empresa precisa de altura de água, parece que afundando o leito do rio também será possível fazer essa captação”, defendeu o deputado do BE.

“Vamos ver o que nos dizem os técnicos da APA, sendo certo que temos um grave problema com o Tejo, ao nível de obstáculos à subida do peixe, dos caudais e de casos de poluição”, concluiu.

Agência de Notícias de Portugal

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