Vítor Frazão é o presidente do MOVE - Movimento Independente. Foto arquivo: mediotejo.net

O ex-presidente da Câmara de Ourém (2009), Vítor Frazão, apresentou na sexta-feira, 24 de março, a sua candidatura à Câmara Municipal através do MOVE – Movimento Independente. Foram ainda apresentados os candidatos a 11 juntas de freguesia, exceto Espite, e o candidato à Assembleia Municipal, António Agostinho.

Num discurso onde lembrou as motivações do compromisso de governabilidade realizado em 2013 com o PS, que não obteve a maioria, Vítor Frazão frisou o seu descomprometimento com o poder, lembrando que renunciou ao cargo de vereador em 2015 para dar oportunidade a outros elementos da lista e fazer “escola autárquica”. Agora o objetivo é ganhar a Câmara Municipal, tendo como uma das principais prioridades restabelecer as boas relações com o Santuário de Fátima.

Alfredo Silva (Alburitel), Carlos Silva (Atouguia), Nelson Antunes (Caxarias), Thierry Pereira (Fátima), Leonel Marques (Freixianda, Fárrio e Formigais), Élia Laíns (Gondemaria e Olival), Luís Reis (Matas e Cercal), João Pereira (Piedade), António Costa (Misericórdias), Leonel Gonçalves (Rio de Couros e Casal dos Bernardos) António Fialho (Seiça) e Rui Santos (Urqueira) são os candidatos às juntas de freguesia. Para a junta de Espite ainda se procura um candidato. O advogado António Agostinho, que chegou a ser vereador pelo PS no município, é o cabeça de lista à assembleia municipal.

As listas ainda não estão feitas e o programa eleitoral está por definir, frisando Vítor Frazão que quer contar com o contributo e ideias de toda a equipa. Para já o objetivo é juntar as assinaturas necessárias para poder formalizar a candidatura do MOVE às autárquicas de outubro.

Após o discurso inicial, Vítor Frazão respondeu às perguntas colocadas pelos jornalistas presentes. A sua primeira referência foi ao centenário das aparições de Fátima, referindo que se tivesse ganho “tudo faria para que as obras não ficassem tão para cima do joelho”.

Comentaria de seguida que “o Santuário de Fátima é uma entidade intocável”, lamentando os vários processos judiciais que se desenvolveram entre a instituição religiosa e o município desde que o PS venceu a Câmara Municipal em 2009 e que se prolongam até hoje. “Em ano de centenário não beneficiou ninguém”, salientou, adiantando posteriormente que um dos seus primeiro atos de campanha será contactar o Santuário de Fátima, por forma a procurar restabelecer a boa relação. “O Santuário de Fátima é o pulmão do concelho de Ourém”, sublinhou.

Caso volte a conquistar um lugar na vereação como em 2013, Vítor Frazão não exclui formar outro compromisso de governabilidade com qualquer partido que vença o executivo. Os grandes temas que deverão ser incluídos na sua campanha serão o Plano Diretor Municipal (PDM), o relacionamento com as instituições do concelho, em particular o Santuário de Fátima, a desburocratização das obras particulares, a educação, o empreendedorismo e os fundos comunitários, enumerou.

Vítor Frazão terminaria a referir que vai concorrer para dar a Ourém uma alternativa diferente aos grandes partidos, admitindo ter sido convidado, tanto pelo PS como pelo PSD, para integrar as respetivas listas à assembleia municipal. “Reconhecem que o MOVE tem muito valor”, frisou.

Já António Agostinho, advogado reformado, lembrou a sua passagem como vereador independente, pelo PS, na Câmara de Ourém, tendo-se retirado há muito da vida pública. “Demorei algum tempo a refletir”, referiu, explicando que o moveu as notícias sobre o município. “Talvez em Portugal não haja um concelho em que tanto se desconfie da classe política”, constatou.

Vítor Frazão, 64 anos, possui o Curso de Complemento de Formação de Professores de Trabalhos Manuais e Oficinais, nas áreas de têxteis e cerâmica, uma Licenciatura em História, uma Pós-Graduação em Gestão e Modernização Autárquica e um Mestrado em Cultura e Formação Autárquica. Foi presidente da Junta de Freguesia de Fátima, vereador, vice-presidente e presidente da Câmara Municipal de Ourém.

O lema desta campanha eleitoral é “Honestidade, Serenidade e Competência”.

 

Cláudia Gameiro

Cláudia Gameiro, 32 anos, há nove a tentar entender o mundo com o olhar de jornalista. Navegando entre dois distritos, sempre com Fátima no horizonte, à descoberta de novos lugares. Não lhe peçam que fale, desenrasca-se melhor na escrita

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