O atual presidente de Torres Novas, Pedro Ferreira (PS), apresentou na segunda-feira, 5 de julho, a sua recandidatura a um terceiro mandato, confiante de que vai ser possível renovar a maioria absoluta. No momento oficial na Biblioteca Municipal, o autarca apresentou um conjunto de 94 ideias para o futuro, ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Questionado sobre a candidatura do ex-presidente António Rodrigues, que tem estado também a apresentar vários projetos para a cidade, Ferreira mostrou-se tranquilo e sem medo de ir à luta com o antigo colega de executivo.
A recandidatura de Pedro Ferreira já era conhecida, tendo a sessão oficial sido marcada sobretudo pela apresentação da obra feita e do seu plano para o futuro de Torres Novas, nomeadamente a estratégia de utilização dos fundos do PRR. Ao todo são 94 projetos, estimados em 79 milhões de euros, focados nas áreas da habitação, reabilitação e na qualidade de vida.
“Por enquanto é uma amálgama de sonhos com os pés bem assentes na terra”, admitiu, adiantando que os calendários destas candidaturas serão mais apertados que nos programas de financiamento anteriores.
Das múltiplas ideias apresentadas, destaca-se o desejo de aquisição da Fábrica de Fiação e Tecidos de Torres Novas, atualmente nas mãos do Novo Banco. “Estamos a tentar negociar” a compra, referiu Pedro Ferreira, havendo já todo um conjunto de ideias para o espaço junto ao rio, desde a promoção da vida saudável, um centro de apoio à saúde mental, um centro de alojamento temporário, entre outras potencialidades.
Pedro Ferreira também quer protocolar com a NERSANT a recuperação para utilização do edifício junto à sede da associação. É seu desejo ainda que a Zona Industrial da Zibreira seja efetivamente uma “Porta Norte” do concelho, criando-se condições para a instalação de empresas.
No PRR encaixam todos os muitos projetos de requalificação que o município tem na gaveta e ainda não conseguiu avançar, desde requalificações de escolas, museus, centros de saúde a estruturas municipais degradadas para novos fins associativos e sociais. Os fundos para habitação vão poder beneficiar edificações por todo o concelho.
“É com muito orgulho que me vou recandidatar”, concluiu.

Em declarações aos jornalistas sobre os desafios desta campanha eleitoral – há candidatos do PS, PSD-CDS, BE, CDU e o movimento independente P’la Nossa Terra – o autarca reconheceu que será uma campanha “animada” e “diferente”.
“Sei que vou ter naturalmente adversários de peso”, mas “vou continuar como nas outras” campanhas, a preparar as ideias e os debates, falando diretamente com as pessoas.
Pedro Ferreira desvalorizou também os dados de eventuais sondagens sobre as probabilidades de vitória. Afirmava assim, indiretamente, não ter receio de quem aponta para uma vitória certa de António Rodrigues. O presidente eleito constatou inclusive que alguns dos projetos que o candidato tem apresentado são impossíveis de concretizar nos termos divulgados, como o da avenida até Riachos. “Poderá haver falta de esclarecimento”, comentou, salientando que respeita as posições dos seus opositores.
Ainda sobre as incertezas das eleições e a eventual necessidade de fazer uma coligação para garantir a presidência, Pedro Ferreira afirmou estar convicto numa nova maioria absoluta.
Na sessão esteve presente a Ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, que elogiou os valores humanistas de Pedro Ferreira. Já o presidente da distrital do PS, Hugo Costa, manifestou confiança na vitória com maioria absoluta do candidato, comentando que “em política temos que saber sair, e isso também se vai jogar nestas eleições”.
As restantes listas ao executivo, assembleia e juntas de freguesia vão ser apresentadas a 15 de julho.