Autarcas de Abrantes apontam falhas na distribuição de correio. Foto ilustrativa: DR

“Em Martinchel e penso que será um pouco por todo o lado, estamos com um grave problema na distribuição do correio. Ou falta dela”, começou por afirmar Teresinha Barreiro, presidente de junta.

A responsável por aquela freguesia da zona norte do concelho notou que “os CTT estão constantemente a mudar os seus funcionários, o que faz com que, quando estão a ficar integrados na distribuição, estejam prestes a sair. Quando conhecem os itinerários, as pessoas conseguem fazer uma distribuição mais rápida. Nessa altura, eles vão embora. Volta tudo à estaca zero”, denunciou.

A presidente de junta disse ainda que esta circunstância “tem graves consequências para a população, sobretudo a mais idosa, pois não recebem as faturas dentro do prazo de pagamento, os vales de reforma andam semanas para serem entregues. As consultas médicas ficam por fazer e já para não falar do correio desaparecido. Estes incidentes continuados provocam diversos constrangimentos à população, descartando-se os CTT de responsabilidade nos problemas originados por má prestação dos seus serviços”.

E deixou um pedido ao presidente da Câmara. “Face a este problema, solicito de viva voz ao senhor presidente que interceda novamente junto dos CTT e de outras entidades competentes, para que a situação melhore. Um bom serviço deixa satisfação nos seus colaboradores e a quem servem”, concluiu.

Por seu turno, o socialista Manuel Jorge Valamatos, presidente do município de Abrantes, sublinhou a preocupação trazida pela presidente de Junta de Martinchel, tendo indicado já ter reunido com o Sindicato dos CTT, com a administração dos CTT e com o diretor-regional dos CTT.

“A senhora tem razão. E sei que tiveram [os CTT] dificuldade. Eu próprio já falei disso com a administração dos CTT… Estamos a falar de uma empresa privada. Eu já lhes disse que não podem ter as pessoas e depois como não querem que elas entrem para o quadro, mandam-nas embora, e depois têm que ir buscar outras…”, notou.

“O que o senhor diretor-regional me transmitiu foi que estão a pensar mudar essa política, porque a escassez de recursos humanos começa a evidenciar-se por muitos sítios. Eu acho que as empresas têm de estar atentas, porque não pode ser só a câmara municipal ou outros a agir. A democracia não é só os outros, somos todos nós. Obrigado por se preocupar com isso e vamos ver se a situação melhora”, indicou Manuel Jorge Valamatos.

A situação de distribuição deficitária de correio tem afetado diversos concelhos da região, sendo que já no segundo semestre de 2021 eram conhecidos problemas na distribuição e afetação de recursos humanos nos concelhos de Abrantes, Sardoal, Sertã e Vila de Rei, entre outros.

A Câmara Municipal de Abrantes chegou a reunir com a administração dos CTT no ano passado, para tentar inverter este ciclo, perante reclamações e greves dos trabalhadores, e pela escassez de recursos humanos que põe em causa a distribuição da correspondência.

Joana Rita Santos

Formada em Jornalismo, faz da vida uma compilação de pequenos prazeres, onde não falta a escrita, a leitura, a fotografia, a música. Viciada no verbo Ir, nada supera o gozo de partir à descoberta das terras, das gentes, dos trilhos e da natureza... também por isto continua a crer no jornalismo de proximidade. Já esteve mais longe de forrar as paredes de casa com estantes de livros. Não troca a paz da consciência tranquila e a gargalhada dos seus por nada deste mundo.

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