O proTEJO – Movimento Pelo Tejo celebrou o Dia Mundial da Migração dos Peixes, a 24 de outubro, com a descida de canoa com 36 participantes em 18 kayaks. A iniciativa “Por Um Tejo Livre – 8º Vogar contra a indiferença” pretendeu chamar a atenção para a construção de açudes e barragens com a finalidade de reter água para consumo na agricultura intensiva, defendendo um rio livre e com dinâmica fluvial para assegurar os fluxos migratórios das espécies piscícolas, a conservação dos ecossistemas e habitats aquáticos e o usufruto do rio pelas populações ribeirinhas.
O “8º Vogar contra a indiferença” iniciou-se pela manhã na aldeia avieira de Caneiras e continuou com um percurso fluvial em canoa, Eem comunhão com a beleza do património natural de um rio Tejo livre, associado à pesca tradicional no Município do Cartaxo e no Município de Santarém, em especial, e as aldeias avieiras de Palhota e de Caneiras.

O proTEJO divulgou também uma “Carta Contra a Indiferença”, que pretende ser “o testemunho da necessidade de preservação ecológica do rio Tejo como um tributo que os cidadãos devem oferecer para a sustentabilidade da Vida e para a conservação do seu património natural e cultural”.
“Este património natural e cultural do Tejo deve ser defendido pela rejeição dos projetos de construção de novos açudes e barragens – Projeto Tejo e Projeto de Barragem no rio Ocreza – e pela exigência de uma regulamentação daqueles que já existem de modo a garantir: o estabelecimento de verdadeiros caudais ecológicos; um regime fluvial adequado à migração e reprodução das espécies piscícolas; a qualidade das massas de água superficiais e subterrâneas do rio Tejo; a conservação dos ecossistemas, dos habitats e da biodiversidade; e uma conectividade fluvial proporcionada por eficazes passagens para peixes e pequenas embarcações”, defendem.

A iniciativa contou com a participação de amigos do Tejo de Espanha, pertencentes à Rede de Cidadania por uma Nova Cultura da Água do Tejo/Tajo e seus afluentes, provando-se que “a defesa dos rios ibéricos ultrapassa as fronteiras administrativas e une os cidadãos com os mesmos problemas, independentemente da sua nacionalidade”.
Pretendeu-se ainda “consciencializar as populações ribeirinhas para a sobre exploração da água do Tejo que se avizinha com a construção de novos açudes e barragens e a que já existe face à gestão economicista das barragens hidroelétricas da Estremadura espanhola, aos transvases da água do Tejo para a agricultura intensiva no sul de Espanha e à agressão da poluição agrícola, industrial e nuclear, realçando ainda a importância do regresso de modos de vida ligados à água e ao rio que as atividades de educação e turismo de natureza, cultural e ambiental permitirão sustentar”.

Esta atividade foi organizada pelo proTEJO – Movimento Pelo Tejo e teve o apoio do Município de Cartaxo, do Município de Santarém, da União de Freguesias da Cidade de Santarém, da EcoCartaxo, dos Bombeiros Sapadores de Santarém, da Associação dos Amigos das Caneiras, da Rede de Cidadania por Uma Nova Cultura da Água do Tejo/Tajo e seus afluentes, da Fundação World Fish Migration Day, tendo sido responsável pela descida o Clube de Canoagem Scalabitano.
