O executivo da Junta de Freguesia eleito pelo MIUFAC, para o mandato 2022-2025: o presidente António Moutinho e os vogais Clara Diogo Vicente e Eduardo Jorge, que renunciaram aos cargos. Foto: mediotejo.net

Uma sala bem composta, pelas 20h00, para assistir e participar na sessão presidida por António Moutinho, e secretariada pela assistente técnica Sandra Rosa, que começou pela instalação dos membros da Assembleia de Freguesia – não antes de um momento inicial que os eleitos socialistas apontaram estar “fora de contexto” da tomada de posse, com intervenção de ex-funcionária da junta de freguesia de Concavada que deixou recado com críticas ao desempenho do presidente cessante José Felício (PS) perante a localidade de Concavada, situação que gerou alguma inquietação na sala.

Seguiu-se o ato de instalação dos eleitos, conforme o resultado eleitoral de dia 27 de março por via de eleições intercalares para a união de freguesias, passando estes a integrar a Assembleia de Freguesia mediante a distribuição de mandatos e ordem de eleição: António Moutinho (MIUFAC), José Felício (PS), Eduardo Jorge (MIUFAC), Carlos Francisco (PS), Clara Diogo Vicente (MIUFAC), Vera Catarino (PS), Joaquim Catarrinho (MIUFAC), Ana Cristina Luís (MIUFAC) e Augusto Pires (PS).

A sessão de instalação da nova Assembleia de Freguesia de Alvega e Concavada decorreu na sede da Junta de freguesia em Concavada. Foto: mediotejo.net

Refira-se que a Assembleia de Freguesia conta com 5 eleitos pelo MIUFAC e 4 pelo Partido Socialista, perfazendo o total de 9 mandatos distribuídos após resultados das eleições intercalares de 27 de março.

Passou-se à eleição dos vogais do executivo da junta de freguesia, com única proposta apresentada pelo MIUFAC, tendo sido aprovada com nove votos a favor por escrutínio secreto com recurso à urna. O executivo da junta de freguesia tem como vogais Eduardo Jorge e Clara Diogo Vicente (MIUFAC).

Em substituição dos eleitos que integram o executivo, tomaram posse na Assembleia de Freguesia, da lista do MIUFAC, Sandra Valente, Mário Catarrinho Matos e António Rodrigues.

Para a mesa de Assembleia de Freguesia foi aprovada, com 9 votos a favor, a única proposta apresentada, pelo MIUFAC, tendo sido eleito como presidente Joaquim Catarrinho, e sendo acompanhado por Ana Cristina Luís e Sandra Valente enquanto 1ª e 2ª secretárias.

Joaquim Catarrinho (presidente), Ana Cristina Luís (1ª Secretária) e Sandra Valente (2ª Secretária) compõem a mesa de Assembleia de Freguesia. Foto: mediotejo.net

O PS foi manifestando algumas dúvidas sobre a forma como a sessão foi conduzida por António Moutinho, que não se deixou demover e prosseguiu com os trabalhos. Após o término da sessão procedeu-se à formalização das assinaturas da ata de instalação.

A sessão contou com presença de alguma população, de onde se destacaram apoiantes do movimento independente, além dos eleitos e suplentes das listas das duas forças políticas.

Também José Moreno e João Morgado, em representação da concelhia do PSD de Abrantes, marcaram presença para manifestar apoio ao novo executivo, mostrando solidariedade para com António Moutinho, que nas eleições autárquicas de 2021 foi candidato pelo PSD à UF Alvega e Concavada.

Em declarações ao mediotejo.net, após a tomada de posse, António Moutinho começou por dirigir palavras de “gratidão” à população que o elegeu para assumir os destinos da junta de freguesia de Alvega e Concavada. “Foi uma eleição justa e correta, da vontade da população”, disse.

Entrevista | António Moutinho (MIUFAC), presidente da UF Alvega e Concavada

Quanto “ao dia seguinte”, o presidente de junta recém-empossado mostrou lamento pois diz que “o serviço da junta não foi transferido em procedimentos normais”.

“Vamos ter que avaliar a situação atual da junta, quer financeira, quer em termos de inventários. Vamos ter que reunir com os funcionários e avaliar os recursos humanos que existem”, enumerou, dando conta que “muita gente ficou sem emprego de acordo com o quadro de pessoal da junta aprovado”.

António Moutinho tomou posse como presidente da UF Alvega e Concavada, após vencer as eleições intercalares de março de 2022, encabeçando o MIUFAC. Foto: mediotejo.net

António Moutinho disse que a primeira medida a ser tomada será no sentido de “repor as pessoas necessárias para o normal funcionamento da junta” e também “repor os serviços necessários à população, quer em Alvega, quer em Concavada”, indicando ter tomado conhecimento que em Concavada não têm sido disponibilizados os serviços existentes na sede da junta de freguesia em Alvega, onde têm estado centralizados.

O presidente de junta pretende dotar aquela sede de recursos humanos afetos a serviços que possam servir a população de Concavada nos mesmos moldes que em Alvega, e também fazer uso daquele equipamento, nomeadamente para a realização de sessões da Assembleia de freguesia, reuniões e outros.

Lembrou que a sala de sessões da sede de Alvega não tem condições de acessibilidade, situando-se num primeiro andar, e tendo dimensões menores, pelo que entende que a sala de Concavada poderá ser mais utilizada no futuro, ao invés do salão da Casa do Povo, que pertence a uma associação e não à junta de freguesia.

Instalação da nova Assembleia de Freguesia de Alvega e Concavada, Foto: mediotejo.net

Por fim, referiu que este mandato representa um desafio e que irá avaliar em reunião de executivo o desempenho de funções, e se ficará em regime de meio tempo, o que diz pretender propor, por trabalhar no hospital de Abrantes em regime de turnos e querendo conciliar os horários.

“Acho que é necessário alguém estar nesta casa e dedicar-se às coisas com mais tempo, para poder acompanhar os trabalhos, poder orientar as pessoas, para ir renovando algumas coisas que é necessário renovar”, assumiu, referindo “estar disposto e disponível” para dar maior atenção à gestão e funcionamento da junta de freguesia.

Quanto ao futuro, o presidente de junta – que já foi presidente da junta de freguesia de Alvega em mandatos anteriores, antes da lei que levou à união de freguesias em 2013 – crê na confiança da comunidade, atestada pelos resultados eleitorais.

Ainda assim, reconhece o acrescer de responsabilidade pela maioria obtida, dizendo que “há muita coisa por fazer”.

“Estou consciente que o trabalho é muito e muito duro. Daí ter que avaliar a necessidade ou não de ficar no mínimo a meio tempo”, concluiu, referindo que irá “dar provas do seu trabalho” e aguardando o julgamento do mesmo no final do mandato.

O novo executivo para o mandato 2022-2025 na UF Alvega e Concavada, presidido por António Moutinho e contando com Eduardo Jorge e Clara Vicente como vogais, eleitos pelo MIUFAC. Foto: mediotejo.net

O Movimento Independente da União de Freguesias de Alvega e Concavada (MIUFAC) venceu as eleições intercalares realizadas a 27 de março, destronando o PS ao obter uma maioria de 51.2% dos votos.

O MIUFAC, com António Moutinho como cabeça de lista, obteve 481 votos do total dos 1678 eleitores inscritos, contra 369 votos do PS (39.3%) e 79 votos da CDU (8.4%).

O total de votantes foi de 939, o que corresponde a 55.9% dos eleitores, num ato eleitoral onde a abstenção foi de 44% e os votos brancos (4) e nulos (6) foram residuais.

A lista vencedora do MIUFAC (Movimento Independente da União de Freguesias de Alvega e Concavada), encabeçada por António Moutinho, apresentou-se a votos com elementos das listas do PSD e do BE que concorreram em setembro de 2021 às eleições autárquicas e cujos partidos abdicaram de apresentar candidaturas próprias para concorrerem em união de esforços programática.

Recorde-se que a UF Alvega e Concavada esteve sob gestão de uma comissão administrativa até ao desfecho de novas eleições. Tal deveu-se à renúncia de mandato pelos eleitos do BE e PSD que chumbaram três propostas apresentadas pelo PS para formação de executivo na União de Freguesias de Alvega e Concavada, após as eleições autárquicas de setembro de 2021. Tal antecipou o cenário das eleições intercalares de 27 de março que que vieram a dar vitória ao MIUFAC.

Formada em Jornalismo, faz da vida uma compilação de pequenos prazeres, onde não falta a escrita, a leitura, a fotografia, a música. Viciada no verbo Ir, nada supera o gozo de partir à descoberta das terras, das gentes, dos trilhos e da natureza... também por isto continua a crer no jornalismo de proximidade. Já esteve mais longe de forrar as paredes de casa com estantes de livros. Não troca a paz da consciência tranquila e a gargalhada dos seus por nada deste mundo.

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