Já com um longo currículo de prémios, o Chef Louis Anjos, 39 anos, natural de Minde, no concelho de Alcanena, conquistou uma estrela Michelin para o restaurante Al Sud, em Lagos, um novo espaço de restauração no Palmares Ocean Living & Golf Resort, inaugurado há apenas seis meses. Esta distinção é o ponto alto de uma carreira iniciada há mais de 20 anos no curso da Escola de Hotelaria de Fátima, numa época em que a cozinha estava longe de estar na moda.
Desde 2012, quando recebeu o prémio de Chefe Cozinheiro do Ano, o maior prémio nacional de cozinha para profissionais, Louis Anjos nunca mais parou de dar nas vistas. Vivia-se então um período de invulgar dinâmica na área da restauração e hotelaria e a conquista de Louis Anjos, assim como de outros colegas que seguiram o mesmo percurso, contribuiu para popularizar o nome da Escola de Hotelaria de Fátima (EHF).
“Fui dos alunos mais novos a ir para a EHF, com cerca de 15 anos, o que na altura não era comum”, recordou ao mediotejo.net, admitindo que entrou no curso um pouco por acaso, por indicação do pai. Louis Anjos trabalhou algum tempo em restaurantes da região, até que decidiu arriscar ir para fora.
Começaram então a surgir os prémios, numa época em que a cozinha entrou na moda, tendência que, constata, entretanto abrandou. Durante três anos, coube-lhe defender a estrela Michelin já alcançada pelo restaurante Bon Bon, no Carvoeiro, tendo esta estrela para o restaurante Al Sud sido a primeira que conquista a partir do zero, com toda uma equipa e gestão orientada por si, em apenas seis meses.

Um “orgulho”, admite o Chef, nomeadamente para um projeto que sofreu alguns atrasos na abertura, devido à pandemia. “A responsabilidade de defender uma estrela é sempre igual”, reflete, mas alcançar uma estrela com base num restaurante criado de raiz, com “o seu ADN”, tem um sabor “especial”.
Louis Anjos considera que uma vitória tão rápida se deveu também às próprias características do espaço, incluindo em termos arquitectónicos e de paisagem. “O resto coube-nos a nós: fazer um casamento perfeito com pastelaria, bar e restaurante”, comenta. Outro fator, salienta, é a “consistência” em termos da oferta e dos produtos, essencial para alcançar este prémio.
Apesar de dizer que entrou na profissão “por acaso”, o Chef rapidamente percebeu que aquele seria o seu futuro. “É difícil transmitir” o porquê, tenta explicar. “Quem gosta de cozinha sabe que é um trabalho de paixão”. Não há fins de semana nem feriados, são muitas horas de trabalho, pelo que só com grande entrega se suporta este quotidiano.

O restaurante encontra-se agora fechado, reabrindo a 23 de fevereiro. “Vamos ver o que vai acontecer”, reflete, referindo que o foco será sempre no cliente e na vontade de o continuar a surpreender.
No âmbito da reunião camarária de Alcanena de 20 de dezembro, o executivo municipal aprovou por unanimidade um voto de louvor ao Chef natural daquele concelho.
Continuo na ideia cada vez mais intensa que o guia michelin é apenas uma mer referencia e não uma Bíblia. São restaurantes que atraves do economicismo servem pouco e mal. Onde está o saudoso Ramalhao de montemor o velho ou a casa da comida e o tavares rico em lisboa????