A investigadora Elvira Fortunato venceu o Prémio Pessoa 2020, anunciou hoje o júri, numa transmissão ‘online’. A cientista de 56 anos, cujos pais são naturais da Louriceira, no concelho de Alcanena, é distinguida por “uma carreira de excecional projeção, dentro e fora do país” e pelo “contributo notável para o desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação português”, afirmou Francisco Pinto Balsemão, que preside ao júri do Prémio Pessoa.
A cientista, que também é professora catedrática e vice-reitora da Universidade Nova de Lisboa, é especialista em Microelectrónica e Optoelectrónica e tornou-se conhecida mundialmente pelo desenvolvimento do transistor de papel.
No ano passado chegou a ser apontada para receber o Prémio Nobel da Física e, ao longo dos últimos anos, foi distinguida por diversos organismos internacionais, como a Comissão Europeia, que lhe atribuiu o Prémio Impacto Horizonte 2020.
Para o júri, “a ciência e a inovação são sinónimos da carreira de Elvira Fortunato”, sublinhando o “trabalho pioneiro na área da eletrónica transparente, usando materiais sustentáveis e com processamento completo à temperatura ambiente, e de grande impacto na indústria eletrónica mundial”.
“A ideia de usar o papel como um ‘material eletrónico’ abriu portas, em 2016, para futuras aplicações em produtos farmacêuticos, embalagens inteligentes ou microchips recicláveis, ou até páginas de jornal ou revistas com imagens em movimento”, relembra o júri.
O Prémio Pessoa, no valor de 60 mil euros, é uma iniciativa do semanário Expresso e da Caixa Geral de Depósitos, e visa reconhecer a atividade de pessoas portuguesas com papel significativo na vida cultural e científica do país.
O júri deste ano foi composto por Francisco Pinto Balsemão (presidente), Emídio Rui Vilar (vice-presidente), Ana Pinho, António Barreto, Clara Ferreira Alves, Diogo Lucena, Eduardo Souto de Moura, José Luís Porfírio, Maria Manuel Mota, Pedro Norton, Rui Magalhães Baião, Rui Vieira Nery e Viriato Soromenho-Marques.
Entre os galardoados com este prémio, instituído em 1987, contam-se personalidades como José Mattoso, António Ramos Rosa, Maria João Pires, Menez, António e Hanna Damásio, Herberto Helder (que o recusou), Vasco Graça Moura, João Lobo Antunes, José Cardoso Pires, Eduardo Souto Moura, João Bénard da Costa, Sobrinho Simões, Mário Cláudio, Luís Miguel Cintra, Maria do Carmo Fonseca, Eduardo Lourenço, Maria Manuel Mota, Richard Zenith, Manuel Aires Mateus, Rui Chafes, Frederico Lourenço e Tiago Rodrigues.
*C/Lusa
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