No seu segundo ano com um Plano de Inovação curricular, o Agrupamento de Escolas de Alcanena integra agora um projeto-piloto nacional de manuais digitais. Alcanena continua assim na linha da frente da flexibilidade curricular, na defesa de novas e melhores metodologias de ensino.
“Este ano o grande projeto vai ser os manuais digitais”, adiantou a diretora do Agrupamento de Escolas de Alcanena, Ana Cláudia Cohen, ao mediotejo.net. A instituição escolar foi uma das 10 escolhidas pelo Ministério da Educação “no âmbito da estratégia de transição digital” para este projeto-piloto. Neste sentido, o 10º ano Científico – Humanístico e o 7º ano da escola de Minde vão ter acesso gratuito a todos os recursos digitais disponibilizados pelas editoras.
“Estes alunos não vão ter nada em papel”, frisou a responsável, esclarecendo que os escalões A e B terão acesso a um computador, na linha do que já foi feito durante o confinamento. Os professores também terão formação para trabalhar nestas plataformas. “O único problema poderá ser a velocidade” de internet, admitiu a professora.
“É o mundo deles”, constatou a responsável, que não prevê problemas com este modelo de aprendizagem para os alunos. Salientou inclusive que durante a pandemia “fizeram-se projetos interessantíssimos” com os mecanismos digitais. “Penso que não vai haver problema” e fácil adaptação, comentou, refletindo que questões de literacia digital e segurança têm que ser transversais nos tempos atuais e não apenas quando se trabalham em universos digitais.
A par deste projeto, o agrupamento de escolas vai para o segundo ano de aplicação do seu Plano de Inovação, uma metodologia de flexibilização curricular que em Alcanena tem apostado no desenvolvimento de uma “cidadania esclarecida”. Neste sentido, tem-se procurado desenvolver disciplinas, como a Matemática ou as Ciências, voltadas para a aplicabilidade prática.
Outras, como a História e a Geografia, no 3º ciclo, foram fundidas, olhando-se também às questões da Cidadania em conjugação com o Ambiente ou a Atualidade. “Os alunos devem tomar posições”, constatou a diretora, frisando o potencial deste novo currículo para formar cidadãos conscientes da sua participação na sociedade. “Espero que dê resultados”, admitiu.
Neste regresso às aulas em tempo de pandemia foram tomadas algumas medidas de contenção do vírus nas escolas do agrupamento, nomeadamente na desconcentração de intervalos e definição de circuitos de entradas e saídas. Cada turma terá a sua sala, o que levou o agrupamento a fazer obras para recuperar salas devolutas. O funcionamento das cantinas ainda está a ser planeado.
A responsável frisa que se procurou manter o bom senso. No geral os horários vão manter alguma normalidade, esclareceu Ana Cláudia Cohen, com aulas sobretudo no período da manhã. No que toca ao 11º e 12º anos as aulas foram concentradas maioritariamente à tarde, uma vez que são alunos mais velhos e podem ficar até horários mais tardios.
Em 2015. Só para contextualização.
https://lifestyle.sapo.pt/familia/noticias-familia/artigos/alunos-que-trocaram-livros-por-tablet-tem-mais-motivacao-e-melhores-notas?pagina=1