Uma subida no preço da água na ordem dos 58% foi a decisão do Tribunal Arbitral sobre o processo que opunha a Câmara de Ourém à concessionária Be Water, cuja sentença foi conhecida esta semana. Numa reunião com jornalistas esta sexta-feira, dia 30, o presidente do município, Paulo Fonseca, mostrou-se conformado com o acordo, sublinhando o empenho para que os casos sociais usufruam de uma tarifa social particular, mais reduzida. Os novos valores entram em vigor a 1 de dezembro.
Os 58% representam um “aumento médio” da tarifa. Face a este subida tão acentuada, a autarquia procurou diminuir o impacto nos casos mais difíceis. Assim, a concessionária de água chinesa, Be Water, aceitou assumir até 120 mil euros por ano de custos para que o aumento da água seja menor nos escalões mais baixos, famílias numerosas e casos sociais.
Para já ainda não há valores objetivos quantos aos aumentos. Segundo Paulo Fonseca explicou ao mediotejo.net, após receber a notificação do Tribunal Arbitral com a sentença, terá ainda que ser feito um cruzamento de dados para saber em quanto sobe a fatura.
Neste momento em Ourém, o preço do escalão doméstico mais baixo ronda os 0,45 cêntimos por metro cúbico e o mais alto os 3,24 euros.
Este foi o encerramento de um diferendo que se vinha arrastando há largos meses em torno do preço da água em Ourém e que tem impossibilitado o avanço de alguns projetos, como o saneamento. Após a Be Water ter adquirido a concessão à anterior Veolia, deparou-se com valores de consumo muito desfasados dos inicialmente previstos no contrato assinado com o município em 2005. Menos consumo, casas fechadas por todo o concelho e menos população davam uma perspetiva de prejuízo de 30 milhões de euros entre 2006 e 2027 (quando o contrato de concessão seria renegociado novamente), esclareceu Paulo Fonseca.
A Be Water queria um aumento de 90% nos preços, mas os serviços municipais entendiam que este se devia situar nos 55%. Face ao embate com o município, seguiu-se para Tribunal Arbitral.