Manuel Jorge Valamatos, presidente da CM Abrantes. Foto: mediotejo.net

Entrou na ordem do dia e tem gerado expetativas junto das populações, empresários, autarcas locais e governantes, nomeadamente junto da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo. O novo projeto para instalar um novo aeroporto em Santarém, de iniciativa privada, foi apresentado esta quinta-feira de manhã, dia 29 de setembro, aos 13 autarcas do Médio Tejo, e tal gerou “grandes expetativas” pelo seu impacto a nível de desenvolvimento económico na região.

O tema motivou reflexão e troca de impressões na sessão ordinária da Assembleia Municipal de Abrantes, e Manuel Jorge Valamatos, presidente da CM Abrantes, mostrou não ter ficado indiferente a este projeto, tendo mesmo frisado, em jeito de brincadeira, que a concretizar-se, este seria o “terceiro milagre de Fátima”. O autarca defende que esta é “uma oportunidade excelente para valorizar uma das zonas com maior défice em termos de demografia, valorizar uma zona central do país”.

Foi da bancada socialista que o tema foi colocado em cima da mesa, com o deputado Paulo Lourenço (PS) a referir-se ao novo aeroporto de Santarém “pela importância que isto pode ter no âmbito do Médio Tejo, no qual o município de Abrantes se insere”.

“Foi efetuada a apresentação técnica com as consequências a nível do desenvolvimento regional, e não obstante não haver ainda uma decisão por parte do Governo, como é sabido, são vários os locais que podem ser escolhidos para isso. Santarém apresenta-se como um forte candidato”, começou por mencionar.

Créditos: CMA

Referindo que os municípios do Médio Tejo tomaram conhecimento dessa possibilidade, indicou que “a bancada do PS não poderia deixar passar incólume esta oportunidade de se regozijar pela posição assumida pelo Município de Abrantes, pela importância que o novo aeroporto poderá efetivamente ter para o país em primeiro lugar, para o Médio Tejo e concretamente para a zona de Abrantes. Pela proximidade, pela inserção na zona geográfica, etc, e por todas as consequências que pode ter a nível do desenvolvimento nesta localidade, a somar aos inúmeros projetos que já estão previstos para esta região e as consequências que daí advêm, nomeadamente a nível do turismo, da criação de novos empregos, novas oportunidades e novos negócios”.

“Julgamos que é altura de deixar isso bem vincado pela oportunidade que é, pelo montante do Investimento e pela importância que poderá ter para a região”, terminou o deputado em nome da bancada PS.

Por seu turno, o edil socialista Manuel Jorge Valamatos afirmou só ter tido conhecimento do projeto ao mesmo tempo que os deputados municipais. “Estava eu a aterrar aqui, há três anos, quando esta questão do aeroporto em Santarém começou a ser falada. Nunca falei porque nunca soube. Soube disto como os senhores, há meia dúzia de semanas, quando sou confrontado na comunicação social com o tema. De vez em quando desconfiava de algumas abordagens, mas não tinha chegado lá”, começou por dar conta.

“Permitam-me que diga isto, e ninguém leve a mal, sobretudo os mais religiosos. Este seria o terceiro milagre de Fátima. Depois de Fátima, este é que era a sério”, afirmou o autarca, visivelmente agradado com o projeto apresentado e com a amplitude do impacto da sua instalação na sede de distrito.

“Apresentaram-nos [aos autarcas da CIM do Médio Tejo] o projeto do aeroporto de Santarém. Eu vejo isto como o Aeroporto do centro de Portugal”, realçou, referindo-se à reunião na manhã de quinta-feira, dia 29 de setembro, com os promotores e investidores que apresentaram “de forma muito cautelosa, minuciosa” o projeto.

“Estamos diante da possibilidade de ter um projeto diabólico que transforma toda a nossa região. Não estamos a falar de uma coisa que cria meia dúzia de postos de trabalho. Estamos a falar de um projeto que cria milhares de postos de trabalho à sua volta”, indagou.

Manuel Jorge Valamatos (PS), presidente da Câmara Municipal de Abrantes. Imagem: mediotejo.net

Quanto à localização, disse que ficará entre Santarém e Alcanena, “posicionado entre o Médio Tejo e a Lezíria, mas no futuro e com a reorganização do território, com a linguagem do Médio Tejo, Lezíria e Oeste, o aeroporto em Santarém fica mesmo dentro do coração da nova NUT, uma nova estrutura organizativa territorialmente falando. Acho que estamos perante um projeto diabólico”, insistiu.

Comparativamente com a opção de Alcochete, Manuel Jorge Valamatos referiu que “a alternativa à proposta do aeroporto de Santarém poderá ser Alcochete” mas que esta opção na região centro significa que o projeto não implicará custos ao Estado, sendo privado.

“Para a alternativa em Alcochete obriga a fazer uma nova travessia do Tejo que custa mais caro que um aeroporto. E quem a paga? E com uma alternativa em Santarém, do ponto de vista ambiental, técnico e sobretudo com mais-valia para o investimento privado. Acredito muito nisto, tenho muita esperança”, assumiu o edil socialista.

Comprometendo-se a trazer mais informações “em tempo mais oportuno”, sublinhou ainda que esta será a oportunidade de valorizar a região centro e o Interior do país.

“Fala-se sempre de demografia, de Interior. O país agora tem uma oportunidade excelente para valorizar uma das zonas com maior défice em termos de demografia. Valorizar uma zona central do país”, concluiu, convidando os deputados a verificarem o posicionamento do novo projeto no mapa e esperando que, no futuro, “estejamos todos a defender o mesmo”.

Recorde-se que os autarcas do Médio Tejo declararam, no final da semana passada,“grandes expectativas” perante a inclusão, na avaliação ambiental estratégia do futuro aeroporto, da localização em Santarém, o que, a confirmar-se, “será um grande investimento para a região e para o país”.

A tomada de posição foi anunciada após uma apresentação do projeto ao Conselho Intermunicipal do Médio Tejo, feita por Carlos Brazão, responsável do grupo Magellan 500, na manhã de dia 29 de setembro, “com o propósito de única e exclusivamente efetuar uma apresentação do ponto de vista técnico e do desenvolvimento económico da construção de um aeroporto privado, denominado Aeroporto de Santarém”.

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Formada em Jornalismo, faz da vida uma compilação de pequenos prazeres, onde não falta a escrita, a leitura, a fotografia, a música. Viciada no verbo Ir, nada supera o gozo de partir à descoberta das terras, das gentes, dos trilhos e da natureza... também por isto continua a crer no jornalismo de proximidade. Já esteve mais longe de forrar as paredes de casa com estantes de livros. Não troca a paz da consciência tranquila e a gargalhada dos seus por nada deste mundo.

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5 Comentários

  1. Imagino quanto pagam as construtoras a estes autarcas pena que nao defendam o dito Ribatejo a sul devem ser ribatejanos de 2 ,pois os trauliteiros nao sabem ver um mapa , e ver que o principal local onde diz ser o dito aeroporto de Alcochete é na verdade de Samora Correia pois o mesmo campo de tiro esta em 95% do territorio ra freguesia de Samora Correia ,concelho de Benavente e portanto zero de alcochete portanto para estes. velhacos papagaios existem ribatejanos de 1 e 2

  2. Não fujam com o Aeroporto para muito longe ,deve de ser do Tejo para a margem Oeste perto da A1 ,se não vamos para Beja .

  3. A ordem dos engenheiros parece já ter tomado uma decisão e para eles e mais uns tantos compadres.
    Alcochete é a decisão lá sabem porque.
    Ganham mais eles perde o país

  4. Quem é que vai querer vir a Portugal e aterrar a 75 km de Lisboa? Só se queria ir algures para a zona centro de qualquer das maneiras.
    Ainda se fosse para aterrar do lado Oeste de Lisboa, algures entre Sintra e a Ericeira, até vejo as empresas transportadoras e voos de baixo custo a relutantemente aceitarem mudar-se para aí, que ao menos é um destino turístico relevante e vai servir de facto centenas de milhares de pessoas nas proximidades, sem falar que já tem infra-estrutura relevante de acesso a Lisboa central.
    A ideia é um novo aeroporto que sirva Lisboa, não é que sirva o resto do país… o resto do país é um bónus, mas não é o foco.

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