Na próxima sexta-feira, dia 10, pelas 18h00, vai realizar-se na Biblioteca Municipal António Botto uma sessão de apresentação do livro “A Árvore Cantante”, de Paulo Alves, obra de ilustração que tem como “cenário” o centro histórico da cidade de Abrantes e conquistou o Prémio Literário do Médio Tejo 2018, na categoria de não-ficção. Nessa tarde será também inaugurada uma exposição com ilustrações do autor, que ficará patente até 22 de fevereiro.
Paulo Alves, 30 anos, ilustrador e consultor ambiental, é natural de Abrantes, cidade onde vive nos intervalos das viagens que faz pelo mundo a desenhar aves. Numa entrevista ao nosso jornal, no ano passado, contou como nasceu a paixão pelo desenho e pintura e como tem sido possível usar esse dom para trabalhar na área da conservação das espécies.

Foi em criança, na companhia do seu pai, que desenvolveu uma enorme paixão pela natureza. Aos 12 anos comprou os seus primeiros binóculos e iniciou-se na ornitologia, ou birdwatching.
Ao fascínio pelos seres alados juntou a aptidão para o desenho e, enquanto devorava livros ilustrados pelos seus artistas prediletos, aventurou-se nos primeiros traços a carvão. Só mais tarde usou a cor, tendo a aguarela e o acrílico como técnicas preferenciais.

Um desejo enorme de conhecer o Mundo levou-o à Indonésia. Num trabalho conjunto com a ONG Burung Indonesia realizou ações de sensibilização nas escolas de Halmahera e Sulawesi, usando a Arte como um meio privilegiado para fazer chegar a mensagem conservacionista às crianças.
Navegou os rios e percorreu as florestas do Bornéu buscando as espécies mais raras. Em Java ilustrou espécies endémicas, mais tarde integradas numa exposição comemorativa da biodiversidade do país que o acolheu.
Atualmente, além de lecionar técnicas de pintura num atelier privado, trabalha com uma empresa de consultadoria ambiental envolvida em projetos de conservação e monitorização de aves migradoras em Portugal, Egipto e Djibuti.