O troço da Estrada Nacional 2 entre Abrantes e Bemposta, onde esta manhã ocorreu um acidente do qual resultaram oito vítimas (com duas mortes, cinco feridos graves e um ligeiro), encontra-se sem marcação – um fator adicional de insegurança, sobretudo à noite, num local já de si muito atreito a acidentes. A Infraestruturas de Portugal garante ao mediotejo.net tratar-se do “procedimento normal” após trabalhos de beneficiação do pavimento, como os que ali terminaram no final de setembro.
A Infraestruturas de Portugal (IP) realizou trabalhos de melhoria do pavimento da EN2, num troço entre o quilómetro 408 e 425, ou seja, entre Arrifana e Bemposta, até final de setembro de 2021 – a obra estava prevista terminar no dia 24 daquele mês, mas os trabalhos demoraram mais uns dias. A empreitada pretendia melhorar as condições de segurança e circulação rodoviária deste troço da EN2, em Abrantes, explicou a IP.
Contudo, permanecia esta manhã sem marcação definitiva, tendo apenas pré-marcação, como se verifica no local do acidente e confirmou ao mediotejo.net a Infraestruturas de Portugal, explicando que na sequência dos trabalhos de beneficiação do pavimento “a marcação definitiva ocorre um mês depois”, tratando-se “do procedimento normal para o pavimento ‘assentar'”.
Neste momento, a EN2, no local do acidente, em Vale de Cortiças, tem apenas as chamadas “guias” – mas, garante a IP, “há sinalização a indicar que a estrada não tem marcação”. Durante a noite, muitos condutores têm alertado que é difícil perceber onde termina a estrada e começam as bermas. O acidente desta manhã naquele local ocorreu perto das 06h00 da manhã, quando o sol apenas nasceu às 07h14. Contudo, segundo apurou no local a Rádio Antena Livre, a causa do acidente terá sido uma ultrapassagem mal calculada do camião a um trator, acabando por embater de frente, em contramão, com a carrinha que transportava seis trabalhadores.
A marcação definitiva daquele troço intervencionado da EN2 “irá ocorrer nos próximos dias”, assegura a IP ao mediotejo.net. Acrescentou ainda ao nosso jornal que se deslocou ao local “uma equipa de segurança rodoviária para apurar as causas do acidente”, no sentido de “avaliar eventuais medidas que possam ser implementadas para mitigar alguma situação encontrada”, e desta forma melhorar a segurança da circulação rodoviária.
Tal como noticiámos esta manhã, uma colisão entre um camião e um veículo misto de passageiros obrigou ao fecho da Estrada Nacional 2, em Vale de Cortiças, no concelho de Abrantes. O acidente ocorreu perto das 6 da manhã, cortando a estrada entre Rossio e Bemposta.
Segundo o comandante dos Bombeiros de Abrantes, António Jesus, deste acidente resultaram “oito vítimas, quatro homens e quatro mulheres. Duas delas foram projetadas do veículo misto de passageiros, devido ao embate com a viatura de carga”, disse, confirmando “cinco feridos graves, um ferido leve e duas vítimas mortais: um homem e uma mulher com cerca de 50 anos”. Acrescentou ainda terem decorrido trabalhos de desencarceramento de “seis vítimas”.
Para o local foram enviados 32 operacionais das corporações de Bombeiros de Abrantes, Mação, Sardoal e Constância, um helicóptero do INEM, 13 veículos, entre os quais duas ambulâncias de Suporte Imediato de Vida (SIV) e uma Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER).
Os acidentes rodoviários são comuns naquele troço da Estrada Nacional 2. Em maio último, em conversa com o nosso jornal, Manuel João Alves, presidente da Junta de Freguesia de Bemposta, alertava para os problemas de sinistralidade da EN2 entre Abrantes e Ponte de Sor.
Na altura, admitindo desconhecer o índice de sinistralidade existente na sua área de influência, contabilizou, em média, desde o cruzamento de Foros do Arrão até ao Rossio ao Sul do Tejo “dois acidentes por mês”.
A Estrada Nacional 2, que esteve então cortada entre Rossio e Bemposta, durante várias horas foi entretanto reaberta, estando a circulação normalizada, disse fonte da GNR.
A fonte do destacamento de trânsito de Santarém da GNR especificou à Lusa que a circulação foi retomada cerca das 11h00, depois de feita a remoção das viaturas, a limpeza da via e a recolha de vestígios pela equipa de investigação de acidentes.