Apresentação da XVII Feira Nacional de Doçaria Tradicional, Abrantes

Para adoçar a boca e o espírito, a XVII Feira Nacional de Doçaria Tradicional abre portas em Abrantes esta sexta-feira, dia 26 de outubro, e decorre durante 3 dias. O certame conta com 29 doceiros em expositores no Jardim da República, sendo quatro estreantes, apresentando delícias tradicionais como a palha de Abrantes, tigeladas e pastel de tigelada, as broas de mel com nozes, o folar de Tramagal, bolachas de alfazema, crocantes de amendoim, malassadas dos Açores, entre outros. Promovida pelo município em colaboração com a Tagus – Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Interior, a Feira integra ainda oficinas de doçaria, animação infantil, música, exposições e desporto.

São 29 os representantes de doçaria de vários pontos do País, oito de Abrantes, que chegam à cidade esta sexta-feira, dia 26 de outubro, para ficar até domingo, dia 28, naquela que será a XVII Feira Nacional de Doçaria Tradicional que traz doces ícones de Norte a Sul do País e ilhas. A ideia era levar a Feira de Doçaria já este ano para o requalificado Largo 1º de Maio, mas as obras não ficaram atempadamente concluídas, pelo que se desenrolará no Jardim da República.

Contudo, a ideia base continua a ser levar as pessoas para o centro da cidade, “e como correu tão bem no ano passado”, em 2018 repete-se a receita, explicou em conferência de imprensa a presidente da Câmara Municipal de Abrantes, Maria do Céu Albuquerque.

Apresentação da XVII Feira Nacional de Doçaria Tradicional, Abrantes

A Feira pretende “promover aquilo que são os nossos produtos endógenos” afirma, realçando a doçaria do concelho de Abrantes “que valoriza a nossa identidade, o nosso património imaterial, neste caso gastronómico” sendo considerado por Maria do Céu Albuquerque “fundamental” para o desenvolvimento da economia local, dando conta da intenção do Município em “certificar” alguns produtos, nomeadamente a Palha de Abrantes, as Tigeladas e as Broas dos Santos, lembrando que o certame decorre no fim-de semana imediatamente anterior ao Dia de Todos os Santos.

E se importa valorizar os produtos tradicionais, para a economia local é igualmente importante “valorizar as inovações, os produtos diferentes, criados com base em produtos locais.

Um fator distintivo para a nossa economia local” disse Maria do Céu Albuquerque, falando das compotas tendo por base as frutas produzidas no concelho exemplificando com a compota de uva ou compota de batata doce ambas sem açúcar. A autarca destacou ainda a tipologia nacional desta iniciativa porque assim “ganhamos todos”, frisou. Além disso, importa “mostrar às pessoas que não está tudo feito, que é possível inovar e que ainda há muito para fazer”, incentivou.

Assim, doçaria de vários pontos do País vai encher as vitrinas desta iniciativa com iguarias de Abrantes, Constância e Sardoal, para além de contar com bancas de Felgueiras, Vila Real, Amarante, Lamego, Ovar, Aveiro, Tentúgal, Sertã, Alcobaça, Caldas da Rainha, Torres Novas, Ponte de Sor, Lisboa, Évora, Reguengos de Monsaraz e da ilha de S. Miguel, nos Açores.

Na XVII Feira Nacional de Doçaria Tradicional de Abrantes estarão representados 11 distritos mais o arquipélago dos Açores, em edição que conta com quatro expositores que participam pela primeira vez, sendo oito doceiros do concelho de Abrantes.

Apresentação da XVII Feira Nacional de Doçaria Tradicional, Abrantes

A estrear, nesta feira, vai estar a doçaria antiga dos conventos de Lisboa, com receitas que contam com mais de 300 anos. Aos pastéis de toucinho e de gema, aos mimos de laranja e de gila, casquinhas e bollos de Rayva juntam-se, também, pela primeira vez os biscoitos da Teixeira e o doce de figo preto.

Os ícones nacionais confirmados para este certame, acolhido no coração da cidade, a par da doçaria abrantina, são queijinhos do céu de Constância, cornucópias de Alcobaça, barriga dos monges, toucinho-do-céu, sericaia, bolo fidalgo, pão de rala, rançoso, morgado do Alentejo, malassadas e bolo lêvedo dos Açores, brisas do Tâmega, queijadas de S. Gonçalo, as cristas e os pitos de Sta Luzia, pastéis de Tentúgal, ovos-moles de Aveiro, pão-de-ló de Ovar e de Margaride e pastéis de Feijão de Torres Novas.

Mas os doces não se esgotam aqui, as tradicionais cavacas, pão de Deus, suspiros, filhós, coscoréis bolos de noiva e uma panóplia alargada de broas características desta época do ano, ainda, irão figurar nas bancas dos 29 expositores.

Além disso, outras doçuras mais recentes figuram na carta da Feira de Doçaria Tradicional, como as bolachas, crocantes, brigadeiros, cupcakes, cakepops, sr. chocolate d’Ovar, desmanchado de pão-de-ló, bombocas, que acompanham os licores, compotas e mel.

O investimento para a realização deste certame está acima dos 20 mil euros, portanto, “um orçamento mais baixo que em 2017 [cerca de 50 mil euros] porque se tudo correr bem como esperamos, não será necessário alugar uma tenda” para abrigar da chuva, explicou Maria do Céu Albuquerque.

E porque não é só pelos doces que milhares de pessoas visitam a Feira Nacional de Doçaria Tradicional, acrescenta-se à receita música, oficinas de doçaria, espetáculos e animação infantil e atividades desportivas, como o passeio de BTT e a caminhada pelo Centro Histórico de Abrantes, envolvendo duas entidades locais na sua dinamização (COA e Branquinhos do Pedal).

Castanhas de ovos. Foto: CMA

Quanto às oficinas de doçaria serão duas com dois estabelecimentos de ensino profissional da região responsável pela sua dinamização. A EPDRA e a Escola EB 2,3/S Luís de Camões.

Em torno da personagem Palhinhas, os trabalhos escolares chegam dos dois agrupamentos escolares do concelho com 14 instituições de ensino a participar, 10 instituições de ensino pré-escolar e 12 de 1º ciclo, envolvendo mais de 100 crianças, deu conta, por sua vez, Conceição Pereira, coordenadora da Tagus.

Veja aqui as intervenções de Maria do Céu Albuquerque e Conceição Pereira:

A animação conta com três espetáculos de animação infantil: ‘A melhor sopa do mundo’ a 27 de setembro, também na mesma data ‘O quê?! Com Zé Mágico’ e ‘As bolachas das minhas avós’ dias 27 e 28 de outubro. E ainda cinco espetáculos musicais com ‘Os Calhambeques – tributo a Roberto Carlos’, no dia 26, no sábado ‘JR Sax’, e ‘Time – tributo a Pink Floyd’, e no domingo, dia 28, a ‘Tuna da UTIA’ e ‘ESTATuna’.

Este certame realiza-se em Abrantes desde 2002, com o objetivo de promover e valorizar a rica doçaria tradicional e conventual da região, juntando-a a outros ícones nacionais e contando com a ajuda de diversos agentes locais, que contribuem com a dinamização de iniciativas que integram o programa da feira. Em média o certame conta com visitas na ordem das cinco mil pessoas por edição.

No final da conferência de imprensa realizou-se uma prova de produtos locais com alguns doceiros e produtores, nomeadamente a pastelaria Tágide, a pastelaria Palha de Abrantes, a Janela dos Sabores, Duplo Deleite, Café 2000, dois produtores de mel da região, Colmeicentro e José César, ou Tramagalisses.

XVII Feira Nacional de Doçaria Tradicional, Abrantes

 

Paula Mourato

A sua formação é jurídica mas, por sorte, o jornalismo caiu-lhe no colo há mais de 20 anos e nunca mais o largou. É normal ser do contra, talvez também por isso tenha um caminho feito ao contrário: iniciação no nacional, quem sabe terminar no regional. Começou na rádio TSF, depois passou para o Diário de Notícias, uma década mais tarde apostou na economia de Macau como ponte de Portugal para a China. Após uma vida inteira na capital, regressou em 2015 a Abrantes. Gosta de viver no campo, quer para a filha a qualidade de vida da ruralidade e se for possível dedicar-se a contar histórias.

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