Com o arranque das Festas da Cidade, também o centro histórico de Abrantes começou a ser palco de uma série de iniciativas de melhoria do espaço, inserido na estratégia de regeneração urbana e de atração de investimentos e estímulo do comércio local. Desde instalação de toldos nas ruas onde não circulam viaturas, floreiras, esplanadas com chapéus, corta-ventos e estrados, até à instalação de corredores de pedra que facilitem a acessibilidade em ruas de seixo rolado, esta é a primeira fase de um projeto que dará frutos até ao verão.
Maria do Céu Albuquerque, autarca abrantina, mostrou que este é um projeto há muito aguardado e que é uma “aspiração pessoal” desde que foi vereadora da CMA e que se conta que durante o verão estas intervenções fiquem concluídas, no sentido de “melhorar as acessibilidades ao centro histórico” com vista à “regeneração urbana, atração de pessoas e investimento”. Na reunião de Câmara desta terça-feira, dia 13 de junho, deu conta do início destes trabalhos que visam dar conforto e atratividade ao centro histórico.
A ideia passa por “cobrir parcialmente algumas ruas do centro histórico, não para as festas, mas para as festas e para continuar”, já havia explicado a presidente da Câmara, notando que se prevê instalação de toldos, “à semelhança do que acontece um pouco por algumas cidades portuguesas, e também no estrangeiro, caso de Espanha e dos países da bacia mediterrânica, onde o sol, a chuva e o calor muitas vezes prejudicam o comércio local”.

A expetativa é o estímulo ao comércio local e apropriação do centro histórico, pelo que se pretende, numa primeira fase, concluir as ruas que saem da Praça Raimundo Soares, nomeadamente a rua que desce em direção ao Espaço Jovem e depois a rua que sobe em direção ao Largo João de Deus e a Rua Nossa Senhora da Conceição, “que não sabemos se estará pronta até às festas”, estando a ser feito um esforço para que tal aconteça, havia referido há poucas semanas Maria do Céu Albuquerque. Certo é que os trabalhos estão mesmo a decorrer, apesar nem tudo ficar concluído durante o período de festas, devido a alguns atrasos de fornecedores, em algumas situações.
O processo consiste na “instalação de cabos que ficam presos nos edifícios, com autorização de todos os proprietários, e que depois têm umas lonas brancas que depois fazem o ensombramento e que protegem não só do sol mas também da chuva”. Segundo a autarca, a intenção não é cobrir completamente as ruas, uma vez que as estruturas “não fecham completamente, são uns triângulos e umas figuras geométricas que ficarão a criar estas zonas”.
A autarca entendeu que este é um “bom passo” e congratulou-se com a realização do projeto com o qual a CM trabalha “há muito tempo, é uma aspiração minha, pessoal, mesmo quando ainda era vereadora”, assumiu.

Esplanadas para tornar ruas e praças “mais utilizáveis”
Também os estabelecimentos de comércio local que pretendam ter a valência de esplanada serão apoiados pela autarquia, contando-se com “distribuição de chapéus e colocação de suportes enterrados para esses mesmos chapéus, a colocação de floreiras com umas placas que vão fazer a proteção dessas mesmas esplanadas, para que possam ser utilizadas no inverno ou em alturas de mais vento”, estando a CMA a trabalhar em parceria com os promotores de modo a “fazer estrados para tornar as ruas e as praças mais utilizáveis”.
Segundo a autarca, existem “algum desconforto” especialmente nas ruas e nas praças que têm maior inclinação, pelo que a autarquia pretende “encontrar um material que não a madeira, porque depois tem uma grande manutenção, mas um material nobre que possamos utilizar e que seja resistente”.

As melhorias e apetrechos ainda não serão colocados em todos os pontos e praças do centro histórico, pelo que será uma fase para depois das festas, “sob pena de poderem ser obstáculo à realização dos concertos, e portanto queremos fazer as coisas de forma faseada, para que haja efetivamente esta apropriação”, justificou a presidente da CM.
Maria do Céu Albuquerque entende que estas são ambições dos comerciantes e produtores, e com este pacote de iniciativas a aspiração passa por “continuar a atrair ainda mais promotores, como tem acontecido nos últimos dois anos, para o centro histórico no âmbito deste nosso programa de trazer mais comércio ao centro histórico, e que isso também se reflita na procura por parte dos cidadãos do comércio tradicional”.

Corredores instalados para melhorar acessibilidade nas ruas de seixo rolado
Também no âmbito da regeneração urbana, mais propriamente nas ruas com seixo rolado, “que são várias, duas delas a Rua da Barca, mas também a rua que sobe paralela ao edifício da Câmara até ao Cineteatro”, a Travessa do Brás Gil.
Segundo a autarca não se substituirá o histórico seixo rolado, mas será melhorada a instalação com a criação de corredores “com outro tipo de pedra, que sejam confortáveis para as pessoas caminharem, independentemente de terem mobilidade reduzida ou não”.