O nº20 da Praça Raimundo Soares abriu as portas na sexta-feira à noite para vários momentos evocativos do centenário da cidade de Abrantes, entre eles o lançamento de uma edição especial da revista de história local Zahara.

A Associação Palha de Abrantes e o Centro de Estudos de História Local de Abrantes promoveram a iniciativa no edifício Sr. Chiado, permitindo a apresentação do número 27 da publicação semestral, a inauguração de uma mostra fotográfica e a visualização de vídeos alusivos à cidade de outros tempos.

Em declarações ao mediotejo.net, o professor e historiador José Martinho Gaspar, responsável pelo CEHLA, disse que os colaboradores “foram os do costume” ainda que tenham participado pessoas mais ligadas a Abrantes, entre eles, Alves Jana, Carlos Grácio, Isilda Jana, Joaquim Candeias da Silva, Mário Jorge Sousa, Rolando Silva, Teresa Aparício e o próprio José Martinho Gaspar.

“Neste número nós entendemos que, com os 100 anos da cidade, fazia sentido que fizéssemos um número que se direccionasse de facto para estes 100 anos, não exclusivamente para a elevação a cidade, mas para uma série de temas que são abordados aqui ao longo dos 100 anos, ou em diferentes décadas, diferentes temáticas”, destacou.

Esta edição especial engloba temas que “trazem detalhes inovadores (…), observou, tendo feiro notar que “a ideia era vir exatamente desde há cem anos até agora. Nesse sentido acabámos por ter aqui uma série de participações/colaborações que são de abordagem destes 100 anos, da forma como Abrantes evolui dentro daquilo que é o panorama nacional, da forma como se comemoraram ao longo do tempo a elevação a cidade, tanto no cinquentenário, nos 75 anos, e depois também alguns factos que as pessoas conhecem, alguns deles, porque são coisas relativamente recentes, mas que ficaram aqui registadas e estruturadas e que aparecem como nunca tinham aparecido”, explicou José Martinho Gaspar.

O nº27 da revista de história local Zahara pretendeu abordar diferentes temas alusivos à evolução da cidade de Abrantes ao longo de 100 anos.
O nº27 da revista de história local Zahara pretendeu abordar diferentes temas alusivos à evolução da cidade de Abrantes ao longo de 100 anos.

Segundo o diretor da Zahara, a revista vai voltar ao seu estilo convencional, englobando os concelhos limítrofes. “A nossa ideia é voltar àquele que é o formato habitual, ou seja, termos não apenas Abrantes, mas os concelhos aqui à volta, precisamos também de algum público, entendemos que não podemos olhar para Abrantes isoladamente”, ainda que admita haver muito por explorar quanto à abordagem do centenário de Abrantes.

“Alguns dos temas que aqui cabem no âmbito destes 100 anos da cidade ou que aqui caberiam e não aparecem, podem naturalmente surgir noutros números”.

O mediotejo.net já havia noticiado, aquando do lançamento do número 26 da revista Zahara, no âmbito da realização das XIII Jornadas de História Local, que o mais recente número da revista Zahara não seria sobre a elevação de Abrantes a Cidade, antes, destacou Gaspar, “uma revista que vai olhar para diferentes aspetos daquilo que foi Abrantes ao longo destes últimos 100 anos, sejam eles aspetos mais institucionais, mais de natureza política, mas que podem ser também associativos e de outra natureza”, explicitou o responsável pelo CEHLA.

A revista de história local Zahara, publicação semestral da responsabilidade do Centro de Estudos de História Local de Abrantes, dedica-se à antropologia, sociologia, ao quotidiano e à etnografia da região em que se insere (Abrantes, Constância, Sardoal, Mação, Gavião, Vila de Rei e Vila Nova da Barquinha) e conta com a colaboração de professores, estudiosos e outros colaboradores na sua realização.

Um século e tal de Abrantes em imagens

Também nesta sessão se partiu para a inauguração de exposição fotográfica intitulada “Cidade de Abrantes, Imagens de um século e tal”, ao que acrescia a sala com os desenhos alusivos à cidade feitos pela Escola do Ócio da Palha de Abrantes, como havia indicado Lurdes Martins, atual responsável por esta Associação de Desenvolvimento Cultural.

Depois de se assistir à curta-metragem “A Forma do tempo” (2007), do cineclube Espalhafitas, Carlos Dias, responsável pela recolha e organização da exposição, referiu que aquilo que se pretende é “expor fotografias que foram sendo tiradas em Abrantes”, a partir de um espólio que se foi acumulando, cedido por um colecionador, e com fotos de Fernando Aparício, Manuel João, António Pessoa, entre outros.

Nas paredes encontram-se planos de vista parcial sobre a cidade, as ruas antigas, as praças, as movimentações militares, a prática desportiva, desde os anos 20 e seguintes décadas. Esta exposição está aberta ao público, podendo ser visitada no primeiro piso do espaço Sr. Chiado, na Praça Raimundo Soares.

Veja mais sobre esta sessão na fotogaleria abaixo:

Formada em Jornalismo, faz da vida uma compilação de pequenos prazeres, onde não falta a escrita, a leitura, a fotografia, a música. Viciada no verbo Ir, nada supera o gozo de partir à descoberta das terras, das gentes, dos trilhos e da natureza... também por isto continua a crer no jornalismo de proximidade. Já esteve mais longe de forrar as paredes de casa com estantes de livros. Não troca a paz da consciência tranquila e a gargalhada dos seus por nada deste mundo.

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