O presidente da Câmara Municipal, Manuel Jorge Valamatos, e o Chief Sales Officer B2C da Altice Portugal, João Epifânio, assinaram esta quinta-feira 2 de julho em Abrantes uma declaração de intenções para a concretização da expansão da rede de fibra ótica no concelho, por forma a aumentar a área de cobertura neste território.
A comissão executiva da Altice Portugal iniciou, ontem, um périplo pelo território português, terminando esta quinta-feira com anúncios de parcerias e investimentos em 10 municípios, entre eles dois do Médio Tejo: Abrantes e Constância.
Em Abrantes assinou-se uma declaração de intenções entre o presidente da Câmara, Manuel Valamatos, e o administrador responsável pelo setor de Consumo da Altice Portugal, João Epifânio, para a concretização da expansão da rede de fibra ótica no concelho por forma a aumentar a área de cobertura neste território. No mesmo dia, a empresa de telecomunicações anunciou um investimento de dez milhões de euros a realizar na zona Norte e Centro do País para “reforço da expansão de fibra ótica de última geração”.
João Epifânio explica que a ideia da Altice passa por, “em colaboração com o município, planear as atividades necessárias, não sobrepor infraestruturas, ser o mais eficientes possível na planificação e na implementação de cobertura onde ela não existe e potenciais zonas de sombra, porventura corrigir. Trabalhando também as complementaridades que têm de ser extraídas daquilo que são as coberturas de rede novas e as coberturas de rede fixa com o objetivo de servir as populações”.
Esse serviço pretende ser integral, a chegar a todo o concelho de Abrantes, incluindo às freguesias a Sul como Bemposta onde as falhas de rede são comuns. O responsável avançou que a cobertura poderá não cobrir o território a 100%, mas quase.
“O objetivo é trabalhar para esse fim, para essa meta. Um trabalho que tem de ser gradual quer pelos desafios dos investimentos, quer pela própria morfologia do terreno e do território que obriga também a esforços diferentes, consoante estamos em meios mais urbanos ou mais isolados. É esse trabalho que iremos desenvolver com o município. Todos os portugueses são iguais e devem ter acesso a serviços de comunicações”, disse.

Da parte da autarquia, o presidente deu conta da disponibilidade para “continuar o trabalho institucional, organizacional” a favor da comunidade, manifestando-se “muito satisfeito” com o trabalho da Altice no território. Manuel Valamatos recordou que a Norte do concelho, na Freguesia de Aldeia do Mato e Souto está em curso o reforço da rede de fibra ótica, tendo sido instalada recentemente uma Antena de Rede Móvel de Última Geração, em Cabeça Gorda.
Trata-se de uma declaração de interesses para que “em conjunto possamos colaborar nas diferentes infraestruturas que cada um tem para a valorização do crescimento do todo o concelho. Agora o trabalho está a ser mais acentuado na zona norte, mas a ideia é expandir a todo o concelho”, garantiu Manuel Valamatos.
Segundo João Epifânio, o périplo da comissão executiva por Portugal pretende “levar algum alento” neste contexto de pandemia e prende-se “com a mobilização do País, com o regresso à atividade económica depois de um período muito restritivo que todos vivemos, mas que também nos ensinou algumas coisas e do ponto de vista das soluções de comunicações. Ficou bem evidente que a tecnologia, algo que era visto como um pouco frio e distante, permitiu aproximar as pessoas, manter negócios ativos, apesar de todas as restrições”.
Em 2015 a Altice Portugal anunciava que “queria fibrar o País”, recordou o responsável, estabelecendo uma meta, o final de 2020, para chegar até 5.3 milhões de habitações. Atualmente, a rede de fibra ótica da Altice chega a cerca de 5.1 milhões de casas e empresas, mas João Epifânio acredita que o objetivo proposto será concretizado antes do final do ano.
“É importante que estes investimentos não residam apenas nos grandes centros urbanos, possam chegar a todo o País, chegar ao interior que já sofre de assimetrias significativas face a outros territórios. E dar o nosso contributo para a atividade económica na região Centro do País, independentemente da localização, que qualquer empresa possa ser tão competitiva quanto qualquer empresa em Lisboa ou noutro centro urbano”, acrescentou.

Do ponto de vista da cobertura móvel “é fundamental garantir a cobertura das populações”, vincou o administrador responsável pelo setor de Consumo, sublinhando que a ação da empresa é “em muitas circunstâncias de forma desinteressada, porque do ponto de vista económico os investimentos não são rentabilizáveis” e, nesta medida, substituem-se “à figura do Estado”.
Até há pouco tempo existia a figura do Operador de Serviço Universal que o regulador deu por terminado, “revelando algum desconhecimento do que é a realidade e as assimetrias do nosso País”, criticou João Epifânio.
A declaração de intenções dará suporte a um documento “mais formal” para a expansão da rede de fibra ótica no concelho que será posteriormente submetido à Assembleia Municipal de Abrantes.