Reunião CM de Abrantes

O vereador eleito pelo Partido Social Democrata (PSD), Rui Santos, questionou, esta terça-feira 24 de janeiro, a presidente da Câmara Municipal de Abrantes sobre a posição que o Executivo camarário irá tomar relativamente ao efetivo aumento das portagens na A23 em vigor desde o início deste mês.

Rui Santos foi ainda mais longe e pediu a Maria do Céu Albuquerque que se manifestasse contra tal aumento que em Abrantes Oeste – Abrantes Este sofreu um aumento de cinco cêntimos, estando agora em 0,85 euros, a classe 1. O vereador do PSD pediu à autarca “uma posição firme, com eco na comunicação social para que os munícipes percebam que têm uma defensora das suas causas”.

Antecipando alguma crítica por parte do vereador do Bloco de Esquerda e salvaguardando o facto de ter sido o anterior governo de coligação PSD/CDS a implementar as portagens na A23, Rui Santos disse que “nesse ponto o PSD de Abrantes está perfeitamente à vontade porque nos manifestámos contra o aumento de portagens na A23”.

Lembrou Maria do Céu Albuquerque que em julho de 2012 “exigiu a redução das portagens na A23. Na altura o governo era PSD/CDS (…) o que lhe quero pedir é que exija enquanto presidente da Câmara e enquanto presidente da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo que as portagens não sejam aumentadas”.

Recordou também que “na última campanha eleitoral, o atual primeiro ministro António Costa, também falou relativamente a este assunto e dizia que o interior não podia ser mais uma vez penalizado com o aumento de portagens” sendo que nessa mesma altura Maria do Céu Albuquerque tomou posição no mesmo sentido do líder dos socialistas.

Em resposta, Maria do Céu Albuquerque manifestou-se segura quanto ao que os “cidadãos do concelho sabem” no que diz respeito à “forma intransigente que defendo o que é melhor para esta comunidade”.

Lembrou que a introdução de portagens iniciou-se com o governo de José Sócrates, do Partido Socialista, “já era autarca nessa altura. Manifestei-me contra e foi graças à minha intervenção que não ficámos com um pórtico antes da saída de Rio de Moinhos e outro depois da saída de Abrantes Norte em direção às Mouriscas. Só temos um no meio para quem vem de Martinchel e quem vem de Mouriscas possa entrar na cidade sem pagar portagens e sem ter necessidade de se desviar por estradas secundárias”.

Maria do Céu Albuquerque entende existir “um princípio de pagamento” mas que “deve ser justo em relação aquilo que são as políticas de descriminação positiva a quem escolhe o interior do país para viver, visitar ou investir”.

A presidente concluiu dizendo “não ter ainda conhecimento” sobre o assunto, garantindo que na posse de mais detalhes “com certeza que tomarei e trarei o assunto para tomarmos as devidas medidas no sentido de manifestarmos o que é melhor para a qualidade de vida dos nossos cidadãos”.

A Globalvia (ex-Scutvias), concessionária da Autoestrada da Beira Interior (A 23), atualizou a taxa de portagens para este ano com aumentos de cinco cêntimos, na Classe 1, em cinco pórticos: Abrantes Oeste – Mouriscas, Gardete – Perdigão, Perdigão – Retaxo, Soalheira – Fundão e Fundão – Belmonte Norte.

No total, viajar nesta concessão, entre as cidades da Guarda e de Abrantes, custa agora 12,01 (classe 1). Em 2017 o preço total desta viagem em portagens era de 11,85 euros.

Recorda-se que no dia 18 de janeiro, o ministro Adjunto, Pedro Siza Vieira, afirmou que o Governo está a avaliar uma redução das portagens para o interior do país no sentido de “contribuir para a competitividade da atividade económica” nessas regiões.

Pedro Siza Vieira clarificou que “aquilo que se verificou recentemente foi uma atualização das tarifas de portagens que constam dos contratos de concessão de acordo com a inflação”, o que, na opinião do governante, “significa que em termos reais não houve nenhum aumento de portagens”.

Paula Mourato

A sua formação é jurídica mas, por sorte, o jornalismo caiu-lhe no colo há mais de 20 anos e nunca mais o largou. É normal ser do contra, talvez também por isso tenha um caminho feito ao contrário: iniciação no nacional, quem sabe terminar no regional. Começou na rádio TSF, depois passou para o Diário de Notícias, uma década mais tarde apostou na economia de Macau como ponte de Portugal para a China. Após uma vida inteira na capital, regressou em 2015 a Abrantes. Gosta de viver no campo, quer para a filha a qualidade de vida da ruralidade e se for possível dedicar-se a contar histórias.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *