Projeto ‘Bata Branca’ leva médico a Mouriscas a partir de sexta-feira. Foto ilustrativa/Lusa

“Já conseguimos contratar um médico” para Mouriscas, no âmbito do projeto ‘Bata Branca’ e de um trabalho em articulação com a associação ACATIM – Associação Comunitária de Apoio à Terceira Idade de Mouriscas, disse aos jornalistas o presidente da Câmara de Abrantes, tendo afirmado que o profissional de saúde vai começar a trabalhar no dia 18  [de agosto] com um conjunto de horas (oito por semana), podendo depois haver um reforço desse tempo e até a possibilidade de contratar um segundo médico, havendo negociações em curso nesse sentido.

ÁUDIO | MANUEL JORGE VALAMATOS, PRESIDENTE CM ABRANTES:

Certo é que o projeto ‘Bata Branca’ se vai processar pela primeira vez em Abrantes, no caso, em Mouriscas, sendo intenção do município “replicar” o mesmo nas freguesias mais desprotegidas em termos de cuidados de saúde de proximidade, e em articulação com as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), como é o caso da ACATIM.

A informação foi avançada pelo presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos (PS), após ter sido questionado em reunião de executivo pelo vereador do ALTERNATIVAcom.

Vasco Damas levantou a questão da falta de médicos de família em Mouriscas, tendo pedido ao presidente se podia “confirmar que, até setembro, a Extensão de Saúde de Mouriscas contará, como prometido, com dois médicos contratados no âmbito do projeto Bata Branca”, tendo Valamatos indicado que Mouriscas terá no dia 18 de agosto um médico em funções.

O autarca, que avançou que o município está “a trabalhar com outros médicos no âmbito do Projeto Bata Branca e de outros programas à procura de profissionais para Rio de Moinhos e outras localidades”, vincou, no entanto, que a responsabilidade de contratação de clínicos é da tutela.

“O Ministério da Saúde é quem tem a responsabilidade mas a Câmara está sempre disponível para ajudar nas soluções. Também pomos dinheiro público neste processo, fazendo o reforço do pagamento, mas vamos continuar a pressionar o Ministério para arranjar uma solução”, afirmou tendo feito notar que a falta de médicos é um problema do país e do Médio Tejo.

A questão da falta de médicos de família foi debatida em reunião de executivo em Abrantes. Foto: mediotejo.net

O projeto “Bata Branca”, que arrancou em 2017 no Arco Ribeirinho de Setúbal, com as Misericórdias de Setúbal, Canha (Montijo), Barreiro e Sesimbra, resulta de uma parceria entre a União das Misericórdias Portuguesas (UMP) e a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), tendo sido alargado a outras zonas desde então.

A UMP e a ARSLVT desenvolveram o “Bata Branca” com o objetivo de assegurar a complementaridade com o Serviço Nacional de Saúde (SNS), incluindo o projeto consultas do adulto e do idoso, e meios complementares de diagnóstico e terapêutica.

Depois de ter início no Arco Ribeirinho de Setúbal, a iniciativa foi alargada a Cascais, Ourém, Alenquer, Peniche e à cidade de Lisboa, envolvendo também já as autarquias, como é ainda o caso de Torres Novas, que estará em negociações nesse sentido.

A Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo celebrou um protocolo com a UMP e IPSS segundo o qual “vai pagar um valor de 27 euros/hora por 60 horas semanais a médicos” reformados ou que trabalhem no privado, “sem qualquer ligação ao SNS [Serviço Nacional de Saúde]”, com a Câmara de Abrantes a atribuir um outro montante, não especificado, de complemento.

No caso de Ourém, que tem as 60 horas completas com vários clínicos, e que quer reforçar em mais 40 horas, o município celebrou um protocolo com a Santa Casa em que vai acrescentar, aos 27 euros que a ARSLVT paga aos médicos, 15 euros/hora.

A experiência de trabalho nas rádios locais despertaram-no para a importância do exercício de um jornalismo de proximidade, qual espírito irrequieto que se apazigua ao dar voz às histórias das gentes, a dar conta dos seus receios e derrotas, mas também das suas alegrias e vitórias. A vida tem outro sentido a ver e a perguntar, a querer saber, ouvir e informar, levando o microfone até ao último habitante da aldeia que resiste.

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