Primeiro surgiu o projeto ‘Adota um Avô’ durante o confinamento inicial na sequência da pandemia de covid-19, e agora, nesta segunda vaga, com o número de infetados pelo novo coronavírus a crescer revelando um cenário ainda mais preocupante, a equipa responsável pela iniciativa volta a não esquecer “os que mais precisam” avançando com o projeto incrementado e enquadrado no Natal.
Neste ‘Adota um Avô – Especial Natal’ cada jovem irá escrever um postal de Natal para um idoso (ou mais) que está num lar.
A ideia surgiu pensando “sempre em segurança” devido à pandemia de covid-19 “e como os idosos estão fechados nos lares pensámos nos postais. O texto escrito é da autoria de cada um dos voluntários. Só pedimos para usarem mais imagens e letras grandes”, refere ao mediotejo.net Teresa Valente, mentora do projeto social e solidário.
E no momento em que escrevemos este texto, esta quarta-feira, 25 de novembro, a organização conta já com 344 inscrições de jovens de todo o país, incluindo dos Açores, que querem ‘adotar’ um dos 600 avôs dos lares que manifestaram interesse no projeto.
A organização é do Secretariado Pastoral Juvenil da Diocese de Portalegre-Castelo Branco e “o trabalho é imenso”, conta Teresa, devido à adesão dos jovens a esta iniciativa. “São boas notícias. Prova que não se perdeu a esperança nos jovens. Há quem diga que estão muito parados, mas esta dinâmica prova o contrário. Até temos voluntários para ajudar na logística. Os jovens estão preocupados com o próximo”, afirma.

Para garantir toda a segurança, todos os postais de Natal têm de ser recebidos até dia quatro de dezembro, no sentido de serem desinfetados e fazerem quarentena antes de serem entregues. O custo de envio do postal de Natal, bem como do postal propriamente dito, é assumido por cada voluntário.
As inscrições estão abertas para jovens de qualquer parte do país, sendo que a equipa compromete-se a “tentar encontrar” um idoso perto da área de residência desse jovem.
Por segurança, só irá ser dado ao jovem o primeiro nome do idoso e todos os postais de Natal serão enviados para coordenadores locais que os irão entregar aos lares. Ou seja, as inscrições são realizadas através de um formulário disponível nas redes sociais e a organização dá a cada um dos voluntários a morada de cada um dos coordenadores locais sendo que existem lares “assumidos por grupos de catequese”, explica Teresa Valente.
Com o objetivo de minorar os sentimentos de isolamento e de solidão dos mais idosos em tempo de pandemia, um grupo de jovens de Abrantes implementou a 23 de março o projeto ‘Adota um Avô’, proporcionando companhia a quem está retido em casa conversando todos os dias através de telemóveis. No espaço de um mês, o projeto solidário conseguiu 30 avós adotados em todo o país, 19 dos quais em Abrantes, e teve destaque noticioso em vários países do mundo.
Desde sempre ligada aos escuteiros de Abrantes e à Igreja, Teresa, 23 anos, licenciada em Psicologia, lembra que tudo começou com um desafio lançado numa reunião do Agrupamento 172 do Corpo Nacional de Escuteiros, a que está ligada, tendo pensado e desenvolvido a ideia em projeto no seio da Pastoral Juvenil da Diocese de Portalegre-Castelo Branco, cujo Secretariado integra.
O formulário pode ser encontrado aqui: Adota um Avô – Especial Natal (google.com)