Por outro lado, em conjunto com a ARS LVT, a Câmara de Abrantes vai implementar o projeto Bata Branca em Mouriscas, estando previsto dois médicos prestarem algumas horas de serviço à população que se encontra sem médico de família desde final do ano passado.
Sobre o projeto Bata Branca, Manuel Jorge Valamatos disse que “há muitos meses que andamos com o ACES do Médio Tejo a trabalhar”, tendo mencionado em reunião de Câmara que o município de Ourém conseguiu iniciar o processo mais rápido por “chegar a acordo com profissionais mais rápido”.
“Não estou a tirar o mérito às pessoas que falam sobre estas matérias e se preocupam sobre estes assuntos, e até se manifestam sobre estes assuntos. Mas não é por qualquer programa de televisão ou qualquer reunião de pessoas que o projeto Bata Branca andou. É apenas coincidência, há muitos meses que andamos com estes processo entre mãos”, explicou, referindo que já se havia chegado a acordo com um dos clínicos que irá integrar o projeto em Mouriscas.
O que está previsto é, num programa excecional de contratação de médicos já aposentados, a partir de setembro, introduzir o projeto Bata Branca por via de protocolo com IPSS, no caso a ACATIM em Mouriscas. “Vamos colocar dois médicos, cada um a fazer x horas. Sendo que a ARS vai suportar de forma muito significativa esse vencimento/hora e a Câmara de Abrantes estará a apoiar e reforçar esse valor para que os médicos tenham vontade de exercer ali as suas funções”, indicou.

Em Mouriscas, a CDU e os cidadãos chegaram a promover uma petição pública online e um baixo-assinado para requerer o atendimento por um médico na freguesia.
Perante a questão da falta de médicos de medicina geral e familiar, o autarca notou que a Câmara Municipal e as entidades competentes de saúde têm estado a trabalhar no sentido de construir uma nova USF para o norte do concelho.
Manuel Jorge Valamatos já havia explicado em sede de Assembleia Municipal, a 23 de junho, que se tratará sobretudo de uma “nova organização por via de uma nova estrutura”.
“A sul temos a USF Beira Tejo, que tem vindo a responder e queremos melhorar naturalmente, e temos a USF D. Francisco de Almeida com um nível de rentabilidade e de resposta com grande determinação porque o que mudou foi a organização. Não é propriamente o espaço físico”, começou por mencionar.
“Mas muitas vezes para uma nova organização implica um novo espaço físico. Vamos ter um novo espaço físico, (…) recebi uma mensagem, vamos ter 1,5 milhões de euros já aprovados, mais 300 mil euros para melhorar o atual centro de saúde de Alferrarede, e fazer a nova construção”, deu conta.
Os arquitetos da autarquia estão a trabalhar em conjunto com a ARS LVT no que toca ao projeto e construção do edifício. “Estamos a trabalhar na construção organizacional para o norte do concelho, que irá dar outras respostas que hoje não conseguimos fazer naquela zona do concelho”, disse, notando como exemplo “as fragilidades muito evidentes que vão acontecendo em Rio de Moinhos e nas Mouriscas”.
Manuel Jorge Valamatos referiu que se pretende “criar condições e novos posicionamentos organizacionais e a Câmara diretamente criar condições estruturais” para fazer face às necessidades quanto ao acesso a cuidados de saúde primários e acesso a médicos de medicina geral e familiar.