A Frasam iniciou atividade no ano 1900. Foto: DR

O dia 16 de dezembro é a nova data limite para entrega de propostas pelos interessados em comprar as ações representativas da totalidade do capital social da FRASAM – Fundições do Rossio de Abrantes, com a condição de que “em simultâneo fique assegurado o subsequente processo de capitalização que garanta o cumprimento do Plano de Insolvência”, conforme se lê no anúncio publicado na imprensa.

Carlos Cintra Torres, o Administrador da Insolvência, decidiu prorrogar o prazo uma vez que até ao dia 31 de outubro não surgiram interessados. As propostas serão abertas no dia 19 de dezembro, pelas 11 horas, no escritório do administrador de insolvência, em Paço de Arcos. Até lá, os interessados na empresa podem visitá-la bastando para tal agendar com o administrador.

A Comissão de Credores dá prioridade à venda total das ações, pela melhor oferta, ou, em alternativa e como prevê o Plano de Insolvência, são aceites propostas para cessão dos estabelecimentos da FRASAM situadas no Rossio ao Sul do Tejo, em que “a cessionária deverá pagar uma mensalidade equivalente a 7% do futuro volume de negócios, podendo fixar um valor mínimo e um valor máximo”, refere o mesmo anúncio.

A proposta vencedora, com a adjudicação, tem de pagar 10% de sinal com a assinatura do Contrato de Promessa de Compra e Venda e o remanescente será pago na data do Contrato Definitivo.

A venda das ações ou a cessão da atividade da empresa representam mais uma tentativa para salvar uma unidade fabril centenária que atualmente garante cerca de 80 postos de trabalho.

Depois de dois planos de revitalização falhados, foi decretada a insolvência da FRASAM no final de 2018, a que se seguiram algumas tentativas de procura de interessados na empresa, até agora sem sucesso.

Os cerca de 300 credores da FRASAM reclamam créditos a rondar os 11 milhões de euros. As instituições bancárias estão entre os principais credores, mas da lista fazem parte também fornecedores e trabalhadores.

Situada no Rossio ao Sul do Tejo, a empresa iniciou atividade no ano 1900 com uma pequena fundição de ferro cinzento e máquinas agrícolas, gerida pelo empresário João José Soares Mendes.

Em 2002 foi adquirida maioritariamente pelo grupo empresarial Fimove Investimentos.

Com 119 anos de atividade, a FRASAM é uma das fundições mais antigas da Europa, sendo o seu trabalho reconhecido em Portugal, assim como nos países para onde exporta como Holanda, Espanha, Alemanha, França, Suíça, Bélgica, Suécia, Inglaterra, Colômbia, Cuba, Venezuela, Marrocos, Moçambique, entre outros. Dedica-se à fundição de ferro fundido e fabrico de máquinas para indústrias alimentares.

Ganhou o “bichinho” do jornalismo quando, no início dos anos 80, começou a trabalhar como compositor numa tipografia em Tomar. Caractere a caractere, manualmente ou na velha Linotype, alinhavava palavras que davam corpo a jornais e livros. Desde então e em vários projetos esteve sempre ligado ao jornalismo, paixão que lhe corre nas veias.

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