Sessão de abertura das XV Jornadas de História Local. Foto: mediotejo.net

As XV Jornadas de História Local realizaram-se esta quinta-feira, dia 30, e na viagem pelos concelhos abrangidos pelo CEHLA – Centro de Estudos de História Local de Abrantes proporcionada pelos oradores sentiu-se a falta de elementos jovens no grupo. Um aspeto salientado diversas vezes na Biblioteca Municipal António Botto que leva a entidade organizadora ponderar novas formas de aproximar as gerações futuras do passado local nas próximas edições.

Ao longo do dia foram diversos os oradores convidados que falaram sobre o património histórico e cultural dos concelhos de Abrantes, Constância, Gavião, Mação, Sardoal, Vila de Rei e Vila Nova da Barquinha. A plateia teve igual oportunidade de conhecer o projeto MovTour no âmbito do tema “Turismo Patrimonial e Desenvolvimento Local na sub-região do Médio Tejo”, apresentado por Luís Mota Figueira do Instituto Politécnico de Tomar, e a nova edição da revista Zahara.

Luís Mota Figueira, do Instituto Politécnico de Tomar, fez a primeira comunicação. Foto: mediotejo.net

A faixa etária do público foi um dos aspetos apontados na intervenção do docente do IPT depois da sessão de abertura com José Martinho Gaspar, coordenador do CEHLA e diretor da revista Zahara, Luís Dias, vereador da Câmara Municipal de Abrantes com o pelouro da Cul­tura, Mu­seus, Pa­tri­mónio e Tu­rismo, e Lurdes Martins, presidente da associação Palha de Abrantes.

O assunto voltou a ser destacado ao final da tarde por José Martinho Gaspar que, mais tarde, ao mediotejo.net confirmou estarem a ser pensadas novas formas de aproximar as gerações mais novas da história local. A solução pode passar pela realização das próximas edições nas escolas do concelho, nomeadamente as do ensino secundário e superior.

José Martinho Gaspar. Foto: mediotejo.net

Apesar da preocupação, o historiador faz um balanço “bastante positivo” das XV Jornadas de História Local, destacando a “sala bastante composta”, a forma como a revista Zahara “continua a ser acarinhada pelas pessoas” e as “comunicações interessantes” que abrangeram a totalidade do território abrangido pelo CEHLA.

Nesta décima quinta edição, Constância esteve presente nas palavras de António Matias Coelho ao falar sobre “Camões, um jovem de olhos no Zêzere”, João Carlos Soares deu a conhecer a Igreja Matriz de Sardoal e o Centro Geodésico de Portugal (Vila de Rei) foi o tema escolhido por Andreia Domingos.

Oradores do último painel. Foto: mediotejo.net

O programa continuou com as intervenções de Amândio Mateus e Mário Tropa sobre os azulejos da Igreja Matriz de Mação e de Fernando Freire sobre a Igreja Matriz da Atalaia (Vila Nova da Barquinha). As últimas oradoras do dia foram Sílvia Bernardo e Olga Teixeira, tendo a primeira falado sobre o castelo e Museu do Sabão e a segunda sobre o Núcleo Museológico das Mantas e Tapeçarias de Belver, ambos no município de Gavião.

O último momento foi reservado para a apresentação do número mais recente da “Zahara”, cuja edição anterior foi apresentada no final do passado mês de julho. A publicação semestral do CEHLA surgiu na altura com uma imagem gráfica renovada que se mantém no número 30 e dá continuidade à missão assumida enquanto “projeto do território”, salientada por José Marinho Gaspar esta quinta-feira.

José Martinho Gaspar e alguns dos autores do número 30 da Zahara. Foto: mediotejo.net

A revista de história local aborda temas ligados à antropologia, história local, sociologia, quotidiano e etnografia de forma ininterrupta desde 2002 e regressa com 11 artigos da autoria de Joaquim Candeias da Silva, Teresa Aparício, José Alves Jana, João Blas, Joaquim Gomes dos Santos, Rolando F. Silva, Maria José Salvador Maximiano, António Matias Coelho, José Luís Neto, Mário Jorge Sousa e Isilda Jana.

O concelho de Abrantes reúne o maior número de temas que vão das antigas paróquias ao último alfaiate da cidade (João Moreira), sem esquecer as memórias da educação, o folar do Tramagal e a Metalúrgica Duarte Ferreira. Os varinos e fragatas do Tejo também surgem nesta edição e partilham as páginas com a Restauração do concelho de Constância, a Fábrica Natividade Nunes da Silva em Belver (Gavião) e os historiadores do Sardoal.

O novo número da revista Zahara. Foto: mediotejo.net

Nasceu em Vila Nova da Barquinha, fez os primeiros trabalhos jornalísticos antes de poder votar e nunca perdeu o gosto de escrever sobre a atualidade. Regressou ao Médio Tejo após uma década de vida em Lisboa. Gosta de ler, de conversas estimulantes (daquelas que duram noite dentro), de saborear paisagens e silêncios e do sorriso da filha quando acorda. Não gosta de palavras ocas, saltos altos e atestados de burrice.

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