Alvega, parque de estacionamento junto ao minimercado. Créditos: mediotejo.net

O parque de estacionamento do minimercado de Alvega foi alvo de “ataque de vandalismo, com cerca de 20 pedras” na noite de consoada, acusam os proprietários daquele estabelecimento comercial que inclui ainda um café e umas bombas de combustível. Segundo Luís Marcos Mendes, em declarações ao mediotejo.net, sem quantificar os danos que as pedras causaram em veículos de clientes e funcionários, fala em ato “com o intuito de aterrorizar todos os que utilizam o parque de estacionamento” e indica ter realizado queixa junto das autoridades competentes. O processo encontra-se na fase de investigação.

Na manhã do dia 26 de dezembro 2019, os proprietários do minimercado em Alvega foram “surpreendidos por um cliente” que os avisou da ocorrência de “uma batalha campal” no parque estacionamento que serve aquele estabelecimento comercial, na noite de Natal.

Uma funcionária da loja “confirmou que quando chegou ao local nesse dia pela manhã, teve dificuldade em atravessar o estacionamento com a sua viatura sem passar por cima de pedras estranhas ao local”. Depois de “investigado” o sucedido os proprietários dizem saber que “foram arremessadas cerca de 20 pedras de grandes dimensões para o estacionamento, entre as 2h19 e as 2h22 na noite de consoada”.

As pedras “ficaram espalhadas por todo o estacionamento na metade inferior, junto à Travessa das Nogueiras. Tratam-se de pedras roladas que nada têm a ver com o estacionamento, uma vez que este está calcetado com blocos aparelhados de granito e calcário”, explica o empresário.

Quanto aos danos materiais, Luís Marcos Mendes garante ter “provas” de viaturas que não conseguiram evitar as pedras, “tendo ocorrido várias projeções, em alguns casos a mais de 1 metro” de distância. “Felizmente, um cliente que estacionou no local perto das 9h26 teve a gentileza de concentrar grande parte das pedras fora da zona de circulação, terminando aí os danos nas viaturas”, refere.

Pedras no parque de estacionamento do minimercado de Alvega. Créditos: Luís Marcos Mendes

Para os proprietários do estabelecimento comercial trata-se de “um ato de vandalismo, com o intuito de aterrorizar todos os que utilizam o parque de estacionamento. Terá sido um aviso levando-nos a antever que outras situações mais graves poderão ocorrer se nada for feito. Trata-se de um crime. Está em causa a integridade física e a segurança dos bens dos nossos clientes e dos nossos colaboradores, e isso não podemos aceitar”, vincam, acrescentando que irão apresentar as provas no momento e local apropriados.

Isto porque realizaram “uma queixa formal às autoridades competentes, no sentido de investigar e identificar” o autor ou autores de tal ato. “O processo está ainda na sua fase inicial, mas pensamos proceder criminalmente contra o(s) autor(es), e tendo em conta que se tenta condicionar a utilização do estacionamento através do medo, iremos solicitar indemnização pelos danos causados ao normal funcionamento do espaço comercial e pelas perdas económicos que daí resultaram”.

Luís e João Marcos Mendes acreditam que o incidente está relacionado com a polémica gerada em torno da altura do muro que divide o parque de estacionamento das habitações contiguas, bem como com o aumento de trânsito na Travessa das Nogueiras contestada por vários moradores naquele local.

“Quando ouvimos falar em ‘batalha campal’ com pedras no estacionamento acreditamos que os dois eventos estão relacionados. No entanto, caberá às autoridades competentes analisar, decidir, e penalizar, se o acharem adequado. Da nossa parte apenas haverá a apresentação de factos, juntamente com uma determinação inabalável de levar este caso até às últimas consequências”.

Alvega, parque de estacionamento junto ao minimercado. Créditos: mediotejo.net

Em ano depois da abertura ao público do minimercado em Alvega, em jeito de balanço, os dois irmãos dizem que o negócio herdado em 2014 (bomba de combustível e café) “encontrava-se de boa saúde, no entanto, rapidamente notámos uma tendência de erosão nas vendas, devido essencialmente a fatores demográficos e económicos”.

Com a abertura do minimercado, em janeiro de 2019, os clientes “têm respondido muito positivamente a esta proposta e conseguimos inverter o ciclo de redução de vendas e crescer praticamente em todos os negócios. O ano de 2019 foi o melhor desde de que assumimos a gerência do espaço comercial. O supermercado está a correr muito bem e em menos de um ano já atingiu o nível de vendas previsto no estudo de viabilidade económica”, assegura Luís Marcos Mendes.

Os proprietários registam ainda “o impacto positivo que pensamos ter na comunidade local. Para além de estimular a economia com os investimentos efetuados, este negócio paga 10 salários e prestamos serviços essenciais para a qualidade de vida dos habitantes, contribuindo para que menos pessoas deixem a região por falta de condições e oportunidades. Estamos muito contentes e pensamos continuar a investir no negócio”, conclui.

Uma das pedras encontradas no parque de estacionamento do minimercado de Alvega. Créditos: Luís Marcos Mendes

Paula Mourato

A sua formação é jurídica mas, por sorte, o jornalismo caiu-lhe no colo há mais de 20 anos e nunca mais o largou. É normal ser do contra, talvez também por isso tenha um caminho feito ao contrário: iniciação no nacional, quem sabe terminar no regional. Começou na rádio TSF, depois passou para o Diário de Notícias, uma década mais tarde apostou na economia de Macau como ponte de Portugal para a China. Após uma vida inteira na capital, regressou em 2015 a Abrantes. Gosta de viver no campo, quer para a filha a qualidade de vida da ruralidade e se for possível dedicar-se a contar histórias.

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