A Praça Barão da Batalha recebeu um dos muitos momentos culturais que integram o programa do primeiro roteiro proposto pela rede de itinerância “Caminhos” entre os dias 11 e 16 de abril. Os Caminhos do Ferro levam diversas artes performativas em viagem por Abrantes, Entroncamento, Mação, Tomar e Vila Nova da Barquinha e esta quinta-feira, dia 12, o primeiro concelho foi “visitado” pelo novo circo da Companhia Erva Daninha.
O espetáculo “Circo à Mostra” apresenta um formato diferente daquele que tradicionalmente se associa à tenda circense. Não havia pipocas, nem brilhos. Apenas uma carpete e outros adereços cénicos que, aliados à técnica dos artistas, mostraram algumas das expressões do circo contemporâneo.
Dídac Gilabert, da troposfera.xyz, foi um dos “caminhantes artísticos” do percurso cultural que liga cinco concelhos a atuar ao início da tarde. A coprodução “Circo à Mostra” volta a ser apresentada no sábado em Tomar, na Praça da República, e no domingo no parque ribeirinho de Vila Nova da Barquinha, sempre às 15h00.

Na sua opinião, o país estava a precisar do “dinamismo” que o projeto “Caminhos” traz para a região. A maioria dos eventos deste género, destaca, continua a realizar-se nos núcleos urbanos de maior dimensão e considera importante lembrar que nos meios mais pequenos “também acontecem coisas com critério artístico”.
O artista mostrou o novo circo através da técnica dos diabolos, que partilhou o espaço da Praça da República com a manipulação de objetos e música conjuntos de Fernando Romão e Manuel Brito. Os três fazem parte da lista de nomes que colaboram regularmente com a companhia portuense que cruza o circo contemporâneo com outras artes performativas.

O primeiro momento de programação da rede de itinerância criada pela Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo é associado à dança, mas integra momentos de novo circo, teatro e música em locais menos usuais. Uma união que Dídac Gilabert considera ser positiva na medida em que desconstrói a ideia de que “o circo costuma estar no exterior e a dança no interior”.
No programa dos Caminhos do Ferro a dança sai à rua e os palcos das diversas iniciativas vão desde centros culturais a monumentos, passando por praças públicas, centros históricos ou estações ferroviárias. O novo circo mantém-se no exterior, mas deixa de ser apenas um ponto de passagem, tornando-se paragem obrigatória para quem percorre o Médio Tejo até ao próximo domingo.