O Executivo da Câmara Municipal de Abrantes lamentou o facto de apenas ter sido oficialmente informado pela administração do Novo Banco do encerramento da agência de Alferrarede após afixação de aviso na porta do balcão. Apesar de se tratar de uma instituição privada, o vice-presidente João Gomes manifestou-se contra o encerramento daquele balcão do Novo Banco que “esvazia” de serviços a população e empresários de Alferrarede, particularmente num momento em que já foram anunciados vários investimentos públicos de regeneração urbana do centro histórico.
O Executivo da Câmara Municipal de Abrantes (CMA), reunido na terça-feira, lamentou a decisão de encerrar a agência do Novo Banco em Alferrarede já esta sexta-feira, dia 27 de julho. O vice-presidente informou os vereadores que a CMA “recebeu correspondência do Novo Banco SA depois de estar afixado um aviso na porta do balcão”.
Manifestou “alguma surpresa” relativamente a este encerramento uma vez que a CMA já deu conta da recuperação urbanística do centro histórico de Alferrarede, da intenção da deslocalização da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes para o Tecnopolo e da intenção de compra do cineteatro de Alferrarede, fatores considerados “dinamizadores” daquela zona.
O Município “está neste momento a desenvolver uma Área de Regeneração Urbana (ARU) para Alferrarede e também do Rossio, onde vamos ter uma aposta clara de dinamização do comércio e intervenção no espaço público”, disse João Gomes, admitindo tratar-se de uma instituição privada “que faz a gestão dos seus balcões como bem entender”, e recordando tratar-se de “um banco intervencionado pelo Estado português”.
As preocupações foram partilhadas pelo vereador do Bloco de Esquerda, Armindo Silveira, que reforçou a posição manifestada pelo vice-presidente socialista dizendo que a agência de Alferrarede “cumpriu os objetivos propostos, é utilizada por muitas empresas, que inclusive utilizam o cofre noturno, e muitos cidadãos têm ali empréstimos”.

O Novo Banco enviou cartas aos clientes afetados dando conta do encerramento e afixou na porta do balcão um aviso de “mudança de instalações” indicando que a partir do dia 30 de julho os clientes poderão dirigir-se ao balcão de Abrantes, na rua do Montepio, no cento histórico da cidade.
Em todo o País, o Novo Banco vai encerrar cerca de 30 balcões até final de julho, uma medida incluída no fecho de 73 agências previsto para este ano, de acordo com fonte ligada ao processo. Já em final de abril o Novo Banco tinha fechado 30 balcões. No balcão de Alferrarede trabalham cinco funcionários, quatro ao balcão e um itinerante.
O fecho de agências do Novo Banco este ano visa antecipar a meta negociada com Bruxelas para 2021, ano em que o banco deveria ter 400 balcões (menos 73 do que tinha no final de 2017).
C/LUSA