A Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) atribuiu ao Município de Abrantes a condecoração da Ordem da Benemerência. Francisco George, Presidente da Cruz Vermelha Portuguesa, entregou o título ao Presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos. Foto: CMA

A Câmara de Abrantes entregou esta semana uma ambulância destinada ao transporte de doentes ao Centro Humanitário de Abrantes/Tomar da Cruz Vermelha Portuguesa, um investimento na ordem dos 40 mil euros. Na ocasião foi formalizado o protocolo de cedência da viatura e o presidente da Câmara Municipal foi distinguido por Francisco George, presidente da Cruz Vermelha Portuguesa, com a Condecoração da Ordem da Benemerência.

A Câmara Municipal de Abrantes entregou na quinta-feira à Cruz Vermelha Portuguesa – Centro Humanitário de Abrantes/Tomar, uma ambulância especialmente equipada para transportar pessoas com mobilidade reduzida, nomeadamente para levar “doentes à fisioterapia”, notou o presidente da Câmara, Manuel Jorge Valamatos (PS).

A viatura é considerada uma mais-valia na atividade do núcleo local da Cruz Vermelha, nomeadamente para o transporte de utentes de todo o concelho, facilitando o acesso a cuidados de saúde diferenciados, como consultas médicas e tratamentos.

A ação surgiu no seguimento de um pedido de apoio de Nuno Dias no sentido de comprar uma ambulância nova para o Centro Humanitário de Abrantes/Tomar. O Município optou por adquirir a ambulância (no valor de 39.114,00 euros) e cedê-la à instituição.

Centro Humanitário de Abrantes/Tomar da Cruz Vermelha recebe ambulância. Créditos: mediotejo.net

O presidente do Centro Humanitário de Abrantes/Tomar, Nuno Dias, na cerimónia de assinatura do protocolo de cedência da viatura, começou por indicar que a Cruz Vermelha em Abrantes “existe desde 1976. Em 2010, por força da saída dos bombeiros para outras instalações o Município entendeu que a Cruz Vermelha era merecedora de continuar aqui um papel social e humanitário na comunidade abrantina”.

Centro Humanitário de Abrantes/Tomar da Cruz Vermelha recebe ambulância. Nuno Dias. Créditos: mediotejo.net

A Equipa do Centro Humanitário de Abrantes/Tomar conta atualmente com 60 voluntários, 34 funcionários, tendo essencialmente duas áreas; “a social e a de emergência”, deu conta Nuno Dias.

“Pedimos o apoio do Município numa questão relacionada com as nossas ambulâncias. A nossa frota atual tem 12 ambulâncias, no entanto, uma das viaturas que tínhamos, também cedida pelo Município há alguns anos, contava com muitos mil quilómetros e com algum custo elevado em termos de reparações. Torna-se muito inconstante para o serviço que queremos proporcionar à população”, justifica.

Na ocasião, os dois “grandes pilares” da ação da Cruz Vermelha Portuguesa também foram salientados pelo seu presidente, Francisco George, presente na cerimónia. Falando das mil ambulâncias que compõem frota da instituição, notou a “capacidade de resposta notável, incluindo a nível internacional” da Cruz Vermelha Portuguesa.

Exemplificou com a Operação na Beira, em Moçambique, onde a Cruz Vermelha Portuguesa desempenhou “a melhor resposta internacional” avançando que no dia 15 de janeiro de 2020 a instituição entregará a chave “de uma obra construída em nove meses” em Moçambique, um complexo que inclui maternidade.

Centro Humanitário de Abrantes/Tomar da Cruz Vermelha recebe ambulância. Assinatura do protocolo de cedência. Créditos: mediotejo.net

Quanto a respostas sociais Francisco George sublinhou que a instituição cumpre “de todo o tipo” mas sublinhou a importância dessas respostas “no âmbito hospitalar”.

Lembrou a tragédia de Pedrogão Grande e reconheceu que nem tudo correu bem. Indicou que a Cruz Vermelha “vai abandonar a roupa usada e os bens em segunda mão, porque geram sempre muitos problemas” tendo “prejudicado” a imagem da instituição aquando dos incêndios.

“Em Pedrogão faltou um revisor de contas para prestar contas à população, particularmente àqueles que fizeram donativos”. Outra “grande lição” aprendida, segundo o responsável que defendeu “o reforço da transparência”.

Já sobre Abrantes, destacou as “excelentes relações” que a Cruz Vermelha tem com “a Câmara Municipal, com os parceiros, com a população” agradecendo o apoio prestado.

Nessa linha, Francisco George atribuiu ao presidente Manuel Valamatos “a maior distinção da Cruz Vermelha” com exceção da destinada ao Presidente da República: a Condecoração da Ordem da Benemerência.

Centro Humanitário de Abrantes/Tomar da Cruz Vermelha recebe ambulância. Francisco George entrega condecoração a Manuel Valamatos. Créditos: mediotejo.net

Manuel Jorge Valamatos considerou tal distinção como “um reconhecimento à comunidade abrantina”, deu conta que a cedência da ambulância “é uma resposta muito universal porque vai servir todos aqueles que precisarem deste serviço e o reforço verdadeiro e objetivo da nossa relação”, reconhecendo o papel “extremamente importante” da Cruz Vermelha Portuguesa.

Na sua intervenção o presidente deixou um desafio: “Temos um briefing com um conjunto de organizações, relacionado com a proteção das pessoas onde se inclui o RAME, as forças de segurança, os bombeiros, e tenho sentido falta da Cruz Vermelha”.

Manuel Valamatos falava num trabalho de antecipação, “de nos prepararmos para as diferentes situações. Hoje os dias são diferentes, em função das alterações climáticas, chuvas intensas [no inverno] e incêndios [no verão] e temos de estar preparados para agir da melhor forma ao serviço das nossas pessoas. Em situações de emergência precisamos de contar também convosco”, disse, deixando o convite à Cruz Vermelha.

Sobre a ambulância o autarca classificou-a de “prenda de Natal para projetar um bom ano de 2020”.

Centro Humanitário de Abrantes/Tomar da Cruz Vermelha recebe ambulância. Créditos: mediotejo.net

Entre outros representantes de várias entidades, estiveram também presentes os vereadores João Gomes e Armindo Silveira, e o presidente da União de Freguesias de Abrantes e Alferrarede, Bruno Tomás.

Centro Humanitário de Abrantes/Tomar da Cruz Vermelha recebe ambulância. Créditos: mediotejo.net

A sua formação é jurídica mas, por sorte, o jornalismo caiu-lhe no colo há mais de 20 anos e nunca mais o largou. É normal ser do contra, talvez também por isso tenha um caminho feito ao contrário: iniciação no nacional, quem sabe terminar no regional. Começou na rádio TSF, depois passou para o Diário de Notícias, uma década mais tarde apostou na economia de Macau como ponte de Portugal para a China. Após uma vida inteira na capital, regressou em 2015 a Abrantes. Gosta de viver no campo, quer para a filha a qualidade de vida da ruralidade e se for possível dedicar-se a contar histórias.

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