A assinatura do Acordo Coletivo de Empregador Público (ACEP) entre a Direcção Regional (DR) de Santarém do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) e o Município de Abrantes teve lugar na quarta-feira, 5 de Fevereiro, no Salão Nobre dos Paços do Concelho. Foto: CMA

O Acordo Coletivo de Empregador Público (ACEP) entre a Direção Regional de Santarém do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) e o Município de Abrantes foi assinado na quarta-feira, 5 de fevereiro. A Câmara aprovou no final do mês de janeiro atribuir 25 dias de férias aos seus funcionários. A minuta final do ACEP foi aprovada por unanimidade na terça-feira em reunião de executivo.

A Câmara de Abrantes negociou com o STAL um novo Acordo Coletivo de Empregador Público de modo a incluir mais três dias de férias associados à avaliação de desempenho dos funcionários da autarquia. Recorde-se que até 2015, os funcionários públicos tinham direito a 25 dias de férias. A partir desse ano, passaram a ter apenas 22, aos quais se soma um dia por cada dez anos de serviço, até a um máximo de três dias adicionais.

A minuta final do ACEP foi aprovada em reunião de executivo com uma alteração à clausula 14ª, nos termos da qual o acréscimo de 3 dias de férias aos 22 legalmente definidos, se faz através da avaliação de desempenho válida sempre que o trabalhador obtenha avaliação positiva, ou seja “ao nível do adequado ou superior” caindo assim por terra a sugestão de mais um dia de férias em função do mérito, como havia sido explicado pelo chefe de divisão dos Recursos Humanos da Câmara Municipal na reunião de 21 de janeiro de 2020.

O STAL “enaltece a decisão da Câmara Municipal de Abrantes de repor o direito ao gozo de 25 dias de férias, em vez dos atuais 22 dias, aos cerca 550 trabalhadores. Desta forma, a Câmara Municipal de Abrantes passa a fazer parte do grupo alargado de Municípios que repuseram um direito adquirido por todos os trabalhadores da Administração Local na década de 90 e que que tinha sido subtraído durante o período da intervenção da Troika”,  disse ao mediotejo.net a coordenadora regional do STAL Santarém, Elsa Lopes.

Na prática, assumindo a obrigatoriedade de cumprir a legislação geral que determina 22 dias de férias, trata-se de uma recuperação dos três dias de descanso perdidos em 2015 a que acrescem dias extra, conforme a antiguidade dos trabalhadores, o dia do seu aniversário e um bónus em caso de desempenho positivo. A cláusula que previa mais um dia de férias em caso de desempenho “relevante” ou “excelente” foi alterada em nome “do princípio da universalidade que foi negociado com o STAL”, explicou o presidente da Câmara Municipal, Manuel Jorge Valamatos.

Em reunião de executivo foi também explicado que os trabalhadores para terem direito a mais três dias de férias necessitam de ter o processo de desempenho concluído, ou por outras palavras, o acréscimo de três dias de férias, de 22 para 25, decorre do processo de avaliação não sendo por isso automática mas “está subjacente porque não podemos alterar a lei”, notou o vereador eleito pelo Partido Social Democrata, Rui Santos.

O Acordo assinado na quarta-feira entre o STAL e o Município é referente “aos 365 trabalhadores da Câmara Municipal”, notou por sua vez o vereador Armindo Silveira, eleito pelo Bloco de Esquerda, garantindo o presidente da Câmara Municipal que o acordo será assinado posteriormente com os Serviços Municipalizados e com o STAL, totalizando assim os 550 trabalhadores do Município.

Manuel Jorge Valamatos frisou que politicamente o ACEP “devolve os 25 dias de férias a todos os trabalhadores do Município”. A minuta final do Acordo foi aprovada por unanimidade.

Paula Mourato

A sua formação é jurídica mas, por sorte, o jornalismo caiu-lhe no colo há mais de 20 anos e nunca mais o largou. É normal ser do contra, talvez também por isso tenha um caminho feito ao contrário: iniciação no nacional, quem sabe terminar no regional. Começou na rádio TSF, depois passou para o Diário de Notícias, uma década mais tarde apostou na economia de Macau como ponte de Portugal para a China. Após uma vida inteira na capital, regressou em 2015 a Abrantes. Gosta de viver no campo, quer para a filha a qualidade de vida da ruralidade e se for possível dedicar-se a contar histórias.

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